DESTINOS CULTURAIS NO BRASIL

Em um país tão plural quanto o Brasil, cada cantinho tem suas próprias manifestações artísticas, história e costumes. Para te dar um panorama amplo da nossa diversidade cultural, selecionamos 10 destinos culturais para você explorar no Brasil – de arte contemporânea a cultura indígena, de arquitetura colonial a ícones do modernismo. 

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Destinos culturais no Brasil: Sudeste

São Paulo (SP)

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São Paulo é uma cidade tão recheada culturalmente que é possível passar semanas conhecendo seus museus, galerias e centros de exposição. Escolha uma região da cidade e você terá uma infinidade de lugares para conhecer.

No Centro, é impossível não se encantar com a beleza do Theatro Municipal, da Catedral da Sé e do prédio do Centro Cultural Banco do Brasil. Ali por perto também vale a pena subir no mirante do Farol Santander, o “Empire State Building paulista”, apreciar a mostra permanente da Pinacoteca e conhecer a Biblioteca Mário de Andrade, a segunda maior do Brasil. 

Para uma experiência gastronômica e cultural, vá a Casa de Francisca, espaço musical instalado no histórico Palacete Teresa, que tem restaurante e shows intimistas de artistas consagrados e emergentes.

Na região do Ibirapuera, três museus diferentes dividem o espaço com o parque: o Museu de Arte Contemporânea, o Museu de Arte Moderna e o Museu Afro Brasil. Sempre dê uma olhadinha nas exposições em cartaz, já que os museus são bem grandes e podem ser bem confusos se você não tiver um foco específico. Para conhecê-los a fundo, é preciso mais de um dia de passeio. 

Na Paulista, há espaços culturais de ponta a ponta, literalmente. Para um passeio express em todos, prefira ir aos domingos, quando a avenida fica fechada para carros. São dias em que os locais estão mais cheios, mas dá pra visitar sem preocupações. Descendo no metrô Consolação/Paulista, a primeira parada é o Instituto Moreira Salles, focado em fotografia; depois o MASP (compre ingressos com antecedência pra evitar a fila gigante); a Casa das Rosas, bonitinha e fotogênica; a Japan House, focada na cultura japonesa contemporânea; o Itaú Cultural, que tem uma exposição permanente incrível nos últimos andares e, por fim, o SESC São Paulo. Para ir no disputado mirante, é preciso enfrentar uma fila considerável – se estiver sem tempo, o último andar, antes de subir ao mirante propriamente, já tem uma vista legal. 

Para completar sua experiência em SP, conheça os restaurantes com as melhores vistas da cidade

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Como circular: o transporte público atende bem todas as regiões. No Centro, há alguns trechos perigosos de noite, então prefira carros de aplicativo, principalmente se estiver sozinho

Quantos dias ficar: para um roteiro corrido, 3 dias. Para aproveitar com mais tempo, reserve no mínimo uma semana

Quando ir: entre abril e agosto as temperaturas são confortáveis e não há chances de chuva

Rio de Janeiro (RJ)

Apesar de todos os pesares, o Rio continua tendo um cardápio cultural bem rico. Se estiver hospedado em bairros como o Leblon, Copacabana, Ipanema, comece o passeio indo até o Palácio do Catete, onde viveu Getúlio Vargas e alguns de seus antecessores. O edifício de arquitetura neoclássica é também o Museu da República e rende um tour legal, mas não muito longo. 

DESTINOS CULTURAIS NO BRASIL

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Se for fã de arte moderna, vá ao MAM a partir de lá. Se não, siga direto para o circuito do Centro Histórico, que inclui o Theatro Municipal e o Centro Cultural Banco do Brasil, construções belíssimas (o CCBB RJ é mais interessante por dentro) que lembram as suas semelhantes em SP. Lá, é também possível fazer turismo literário visitando o Real Gabinete Português de Leitura, uma das bibliotecas mais lindas do mundo, e a Fundação Biblioteca Nacional, a maior da América Latina. Nas proximidades, a Casa do Choro tem sempre apresentações ao vivo deste ritmo musical que é genuinamente carioca.

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No Museu Nacional de Belas Artes, outro prédio histórico, o destaque é a coleção de pintura brasileira. Se estiver com pouco tempo para andar pelo gigantesco complexo, vá direto ver a obra Batalha do Avaí, de Pedro Américo – são 11 metros de largura emoldurados em um quadro dourado suntuoso – e o Autorretrato Le Manteau Rouge, de Tarsila do Amaral.

Para fechar o passeio (recomendamos não fazer tudo no mesmo dia, porque será bem corrido e muitas atrações só abrem das 10h às 17h), siga para a Praça Mauá para visitar o Museu do Amanhã, que tem exposições interativas e é um dos lugares mais instagramáveis do RJ. Se tiver interesse em alguma exposição em cartaz, dê uma esticadinha até o Museu de Arte do Rio

Para a programação da noturna, ali perto acontece na rua o tradicional Samba da Pedra do Sal, às segundas, sextas e sábados. O Rio também é muito bem servido de peças de teatro e você pode se programar pra ver pelo menos uma durante sua estadia. Dê uma olhada no Rio Show, do jornal o Globo, que sempre solta programações interessantes na cidade. Um dos locais de show mais legal da cidade é o Circo Voador, na Lapa: um espaço democrático que é palco para artistas de diversos gêneros musicais.

Como circular: de dia, metrô e VLT (compre um Riocard para facilitar a compra de bilhetes). De noite, opte por carros de aplicativo

Quantos dias ficar: dá pra ver todos os locais indicados em 3 dias. Mas ninguém vai ao Rio só pra ver coisas históricas, então conte mais dias pra ir às praias e aos pontos turísticos clássicos, como o Cristo

Quando ir: de abril a junho, as temperaturas não são exorbitantes e ainda dá pra pegar praia tranquilamente. Evite ir no verão porque será bem cansativo passear pelo centro

Paraty (RJ)

Paraty é aquele destino que pode ser delicioso tanto num bate-volta de fim de semana quanto em uma semana inteira. Para aproveitar o melhor desta cidade que foi considerada tanto um patrimônio cultural quanto natural da UNESCO, é bom combinar a visita com o seu festival de preferência: são tantos que dá pra ir em praticamente todos os meses de ano. Para citar alguns: a Flip, Festa Literária Internacional de Paraty, congrega os mais prestigiados nomes do mercado editorial em julho; em maio, jazz e blues são o tema do Bourbon Festival Party; em setembro, fotógrafos brasileiros e gringos se reúnem no Paraty em Foco.

A desvantagem é que nestas datas os preços de hospedagem ficam mais inflacionados. Se você não tiver interesse em nenhum festival, programe a viagem para setembro ou outubro, quando o clima é ótimo e é a baixa temporada da hotelaria – neste post, citamos outros motivos pra você ir a Paraty nessa época

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O bom de Paraty é que, além de caminhar pelas ruas de paralelepídos e casinhas coloniais, também é um destino legal para curtir cachoeiras e praias. Nosso guia da cidade te dá um panorama geral das principais praias. Em tempo: não saia da cidade sem experimentar a tradicional cachaça Gabriela e também o drink Jorge Amado. 

Como circular: no centrinho, a pé. Mas para qualquer outro lugar vai ser necessário um carro. Alugando um carro em SP, pela RentCars, a diária sai a partir de R$ 94. Para visitar às lindas ilhas e praias próximas, o melhor é ir com passeios de barco

Quantos dias ficar: um final de semana 

Quando ir: abril, maio, setembro e outubro têm temperaturas agradáveis e menos turistas

Cidades Históricas de Minas (MG)

Nas Cidades Históricas de Minas, percebemos a influência do catolicismo, da mineração de ouro e do período colonial. Nos caminhos da Estrada Real, comida boa, igrejas suntuosas, museus e festivais são alguns dos atrativos de uma das regiões mais carismáticas do Brasil. As possibilidades de roteiro são muitas, partindo desde SP ou de BH – neste post, montamos um roteiro infalível pelas Cidades Históricas

Em Tiradentes, comece o tour pelo ponto turístico mais fotografado: a Matriz de Santo Antônio, de fachada amarela e branca e interior com mais de 450 kg de ouro. Nas redondezas, o Instituto Mário Mendonça reúne obras de arte contemporânea. No tour religioso, há o Museu da Liturgia, o primeiro dedicado ao tema na América Latina. Em se tratando de ateliês, não perca o do arquiteto e artista Sérgio Ramos, que entrelaça elementos do cotidiano em pinturas multicoloridas geométricas. 

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Um passeio de maria-fumaça até São João Del-Rey garante uma experiência legal com vista para a serra. Lá, o destaque vai para a arquitetura colonial e para as igrejas Nossa Senhora do Carmo e São Francisco de Assis. Para aproveitar melhor, é interessante contratar um passeio guiado com uma agência para conhecer os principais pontos turísticos da cidade, que é pequena e pode ser conhecida em meio dia. Com a Tiradentes Estrada Real, o tour sai por R$ 120, com bilhetes da maria-fumaça já inclusos.

DESTINOS CULTURAIS NO BRASIL

Outra cidade de destaque no circuito é Ouro Preto, que tem o interessantíssimo Museu da Inconfidência, imperdível para entender mais sobre a história brasileira. Em um edifício de arquitetura colonial marcante, o local reúne coleções de arte sacra, esculturas de Aleijadinho e pinturas de Ataíde, além dos restos mortais dos inconfidentes no Panteão. Visite também a bela Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar, cartão postal da cidade. Para o lanche da tarde, vá ao Café Cultural, casa histórica charmosa que une gastronomia com música e artesanato. 

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Como circular: de carro para se deslocar entre as cidades. Nos destinos em si, a pedida é bater perna nos centrinhos

Quantos dias ficar: depende de quantas cidades você pretende visitar. Nosso roteiro propõe cinco dias (veja aqui!)

Quando ir: entre abril e setembro, para evitar o período chuvoso. Se possível, não vá em feriados

Inhotim (MG)

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O Inhotim é o maior centro de arte contemporânea a céu aberto do planeta: um complexo gigante que une o espaço natural com galerias de arte de forma singular. O lugar é um destino por si só, a 60 km de BH e a 100 km de Ouro Preto – dá pra combinar o roteiro com as Cidades Históricas de Minas. Não se preocupe se você não é um connaisseur de arte contemporânea: o Inhotim é bem democrático e faz sucesso tanto com os frequentadores de bienais quanto com as famílias com crianças pequenas. 

Dica: você pode dar uma olhada em quais são as galerias mais interessantes, mas o mais legal é ir explorando sem rumo e se surpreender em cada novo espaço de exposição. Só não deixe de fora galeria de Matthew Barney no meio da mata, que é super instagramável e interessante (foto).  

Neste post, nós fizemos um guia completo para o Inhotim, que é dividido em eixos. O museu é realmente bem grande e é bom reservar pelo menos dois dias e meio para conhecê-lo com calma. Leve um lanchinho na bolsa e água, porque mesmo com vários restaurantes e cafés interessantes lá dentro, muitos espaços são mais afastados e é preciso caminhar bastante. A propósito, o melhor jeito de conhecer o Inhotim é a pé – para quem não puder andar, vale considerar pagar o valor extra pelo carrinho (R$ 30, no sistema hop on-hop off). 

Como circular: a pé

Quantos dias ficar: pelo menos dois inteiros

Quando ir: entre maio e setembro, meses sem tantas chances de chuva

Destinos culturais no Brasil: Centro-Oeste

Brasília (DF)

Brasília é um destino previsível, que funciona melhor se você faz um stopover no caminho para a Chapada dos Veadeiros (veja nossas dicas aqui) ou se combina a rota turística junto com algum evento na cidade. A capital do país tem o turismo cultural baseado nos edifícios planejados por Oscar Niemeyer, nas peculiaridades arquitetônicas de Lúcio Costa, nos jardins de Burle Marx e nas obras modernistas de artistas como Athos Bulcão e Alfredo Ceschiatti.

Nos arredores da Praça dos Três Poderes, você conhece as instituições mais importantes do país: o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal, o Palácio do Itamaraty e o do Planalto. Para cada uma delas, é necessário agendar visitas, que podem ser guiadas ou não (quando puder optar, escolha a guiada). É preciso checar os horários e dias disponíveis previamente – em geral, a visitação acontece em dias de semana. Ali perto, também é imperdível a visita a Catedral Metropolitana de Brasília, edifício muito peculiar tanto por fora como por dentro. Para fechar o pacote básico de visitantes de primeira viagem em BSB, vá até o Memorial JK, que conta a história do presidente que marcou a história da capital. 

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O tradicional Cine Drive-In, em funcionamento desde 1973 (o mais antigo do Brasil), é uma das experiências mais legais de Brasília. Em frente ao Estádio Mané Garrincha, o cinema tem um projetor gigantesco e espaço para até 400 carros. Os ingressos saem a partir de R$ 28 por pessoa.

Como circular: de carro, com certeza. Brasília é uma cidade pensada para o trânsito de veículos. Na RentCars, a diária sai a partir de R$ 122 retirando o carro no aeroporto

Quantos dias ficar: dois dias são suficientes pra conhecer o básico. Se não for fazer nenhum tour, dá pra ver todos os pontos principais em um dia

Quando ir: de maio a agosto, quando não há riscos de chuva e você ainda consegue ver os lindos ipês coloridos que dão charme à cidade que é tão cinzenta

Destinos culturais no Brasil: Nordeste

Salvador (BA)

Capital do “afro-baianismo”, de ícones da literatura, de arquitetura colonial, do Carnaval, Salvador sempre dá uma boa viagem cultural.

Após fazer compras de souvenir no Mercado Modelo, suba até o Centro Histórico pelo Elevador Lacerda e pare para tomar um sorvete na tradicional Cubana. A partir dali, são tantos marcos históricos que é difícil até escolher qual visitar. Segue uma sugestão: Palácio Rio Branco, hospedagem temporária de D. Pedro II; Igreja e Convento de São Francisco, representante da arte barroca toda ornamentada com ouro; Catedral Basílica de Salvador, a “mãe” de todas as igrejas. 

Conheça a Fundação Casa Jorge Amado, dedicada ao escritor (se você for fã, reserve um tempo pra visitar o bairro do Rio Vermelho também, onde o autor viveu). Ainda no Pelourinho, o Museu Abelardo Rodrigues, dentro do Centro Cultural Solar Ferrão, tem uma significativa coleção de arte sacra. Na Rua Maciel de Cima, você encontra as obras do artista Menelaw Sete, marcadas pelas cores vibrantes e por traços cubistas. Outra opção para quem gosta de arte é o Museu Afro-Brasileiro, o MAFRO, que tem mais de mil obras de arte visando a preservação, valorização e divulgação das culturas africanas e afro-brasileira. O destaque vai para o Mural dos Orixás, entalhado em madeira pelo artista Carybé. 

Localizado de frente para o mar, o Museu de Arte Moderna da Bahia tem evento de pôr do sol todos os sábados, onde o crepúsculos é acompanhado de uma apresentação de jazz ao ar livre. Para quem vai passar um final de semana na cidade, o JAM no MAM é imperdível.

Para prestigiar um show do Olodum, patrimônio cultural da cidade, dê uma olhada na agenda oficial. Outro espetáculo que vale super a pena é o do aclamado Balé Folclórico da Bahia, considerado uma das companhias de dança mais importantes do Brasil.

Como circular: no Pelourinho, só dá pra circular a pé. Para outras regiões da cidade, os carros de aplicativo são a melhor opção. Não alugue a um carro a não ser que você esteja fazendo road trip pela Bahia

Quantos dias ficar: neste post, fizemos um roteiro de Salvador em um dia. Mas a cidade é plural o bastante para no mínimo quatro dias de viagem, contando um bate-volta até a Praia do Forte

Quando ir: entre dezembro e fevereiro, você pega a alta temporada, mas é a época em que a cidade está mais agitada

Recife (PE)

Recife foi casa de proeminentes intelectuais brasileiros – só pra ter uma noção, Clarice Lispector, Paulo Freire e João Cabral de Melo Neto estão na lista de moradores ilustres. Além disso, a cidade guarda tradições culturais singulares, como o frevo, e um centro histórico interessantíssimo. De hoje, tem a cultura hipster, os centros culturais descolados, os cineastas cults, os chefs de cozinha bacanas.

Para saber mais sobre a cultura regional, comece o roteiro pelo Museu Cais do Sertão, que homenageia Luiz Gonzaga, o rei do baião. O edifício super moderno, no porto da cidade, é também um espaço de convivência e tem muitas exposições interativas. Vale passar boas horas ali. Outra parada na região é o Paço do Frevo, dedicado à manifestação cultural mais famosa de Recife. Dica: programe a visita em dias que têm apresentação musical no espaço.

Um dos marcos arquitetônicos da capital pernambucana é o Cinema São Luiz, cine-teatro de rua que hoje faz parte do circuito cult da cidade. Por fora, não chama muita atenção com sua fachada antiquada, mas é por dentro que um dos últimos cinemas de rua do país se torna mais atraente: piso de mármore, poltronas vermelhas e vitrais ao lado do palco/tela. A programação inclui festivais pernambucanos e também exibição de filmes atuais.

Para comprar artesanatos e experimentar o tradicional bolo de rolo, a parada certeira é a Casa da Cultura.

DESTINOS CULTURAIS NO BRASIL

Na região norte, na Várzea especificamente, duas instituições chamam a atenção: a Oficina Francisco Brennand e o Instituto Ricardo Brennand. A oficina é do maior ceramista brasileiro e na verdade, é mais um galeria a céu aberto com as incríveis (mais de duas mil) obras do artista. Já o instituto abriga um excêntrico castelo medieval com uma das maiores coleções de armaria do mundo – é algo realmente único no Brasil. 

O bate-volta até Olinda é quase obrigatório, afinal, a cidade-irmã de Recife vai muito além da festança de Carnaval. As igrejas são protagonistas, com destaque para a Sé, que tem vista panorâmica para o oceano e para a capital. Além disso, os casarios coloniais abrigam em suas estruturas históricas cafés e ateliês de arte, com ampla variedade de artesanatos.

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Como circular: carros de aplicativo para os deslocamentos mais longos, como os espaços Brennand e Olinda. No Recife Antigo, a pé

Quantos dias ficar: três dias, contando um bate-volta até Olinda

Quando ir: entre outubro e dezembro, para não pegar chuva e poder combinar o roteiro cultural com praia ou viagem para outra praia pernambucana

Destinos culturais no Brasil: Norte

Belém do Pará (PA)

Belém é onde a Amazônia encontra o mar. Na viagem, você combinar os principais pontos históricos da cidade com um mergulho na sua gastronomia especialíssima e uma imersão no modo de vida local da Amazônia. 

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A partir do Complexo Feliz Lusitânia, praça central da cidade, você consegue visitar a Igreja de Santo Alexandre, que tem em seu interior um Museu de Arte Sacra, a Catedral da Sé, de onde sai a procissão do Círio de Nazaré, e o Forte do Castelo, primeira construção feita pelos colonizadores em Belém. Lá, há um museu que conta a história dos indígenas que habitavam a região e você também tem a melhor vista para o cartão-postal da capital paraense: o mercado Ver-o-Peso. Dica: experimente o açaí “raiz”, que é bem diferente daquele popularizado no Sudeste brasileiro.   

Em tempo: o evento mais importante do ano, o Círio de Nazaré, movimenta a cidade em outubro. Planeje sua viagem considerando a data da festa, caso queira participar ou não.

Como a cultura de Belém está muito ligada à gastronomia, não dá pra passar pela cidade sem experimentar pratos típicos, tais como o tucupi, o vatapá, o caruru e o tacacá. Para isso, são essenciais os restaurantes Remanso do Bosque e Lá em Casa e a Sorveteria Cairu. Para um passeio ainda mais completo, almoce no Manjar das Graças, que fica dentro do parque Mangal das Garças, às margens do Rio Guamá.

Para conhecer Belém além do Centro Histórico, recomendamos que você contrate uma agência especializada. A Estação Gabiraba oferece um pacote de seis dias chamada Belém Ribeirinha, que inclui o tour nos pontos turísticos mencionados acima e uma experiência de turismo comunitário, com oficina de artesanato promovida pelo Movimento de Mulheres das Ilhas de Belém e visita a sítios de agricultura familiar, no qual você tem contato com o cultivo do açaí, cupuaçu, biribá e outros frutos típicos. 

Veja nosso roteiro completo de 3 dias em Belém

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Como circular: carros de aplicativo

Quantos dias ficar: depende da experiência desejada na cidade. Idealmente, três dias ou mais 

Quando ir: de junho a outubro é verão, e o tempo de chuva é menor, o que te dá mais tempo para conhecer a cidade. De novembro a maio é o período do inverno amazônico: ainda está calor, mas chove praticamente o dia inteiro

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DESTINOS CULTURAIS NO BRASIL

Manaus + giro pela Amazônia (AM)

Manaus conheceu seu auge pela primeira vez no ciclo da borracha, quando foram feitos altos investimentos na urbanização da cidade e no seu desenvolvimento econômico e cultural. É deste período que data o imponente Teatro Amazonas, uma das principais atrações da cidade e ponto de parada obrigatório. Após fotografar o imponente edifício, não deixe de passar na loja Galeria Amazônica, que vende artesanatos indígenas de 15 etnias diferentes. 

Na capital amazonense, há um dos museus mais diferentes do Brasil: o Museu da Amazônia, dentro de uma reserva florestal. Além das exposições, você percorre trilhas e sobe em uma torre de 42 metros para vislumbrar a magnitude da maior floresta tropical do mundo.  

Mas, verdade seja dita: a viagem não estará completa se você não conhecer a Amazônia de forma mais imersiva. Não é à toa que muitas pessoas ficam em Manaus por poucos dias, antes de irem para um hotel de selva ou um cruzeiro. Neste post, fizemos um FAQ completo sobre o hotel de selva. 

Para uma experiência única no Amazonas, recomendamos que conheça a Vivência em Grupo, da Braziliando. O pacote de oito dias inclui tour na capital, ida ao ponto onde o Rio Negro encontra o Solimões e uma imersão completa em uma tribo indígena, de forma sustentável e respeitosa. Saiba todos os detalhes aqui.   

LEIA MAIS: 9 programas que você precisa fazer em Manaus (e desde lá na selva amazônica)

Juma Amazon Lodge: nossa experiência de hospedagem num hotel de selva

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Como circular: na região central, carros de aplicativo. Em um roteiro mais longo, vale mais a pena alugar um carro alugado para economizar com os deslocamentos fora do eixo principal. Na RentCars, a diária de um carro em Manaus sai a partir de R$ 95

Quantos dias ficar: dois a três dias apenas em Manaus

Quando ir: a região é boa de se visitar em qualquer período do ano. Assim como em Belém, o clima equatorial quente e úmido predomina – para pegar menos chuva, vá entre junho e setembro

Destinos culturais no Brasil: qual outra viagem você acrescentaria na lista?

Maria Eduarda Nogueira

Uma comunicadora por paixão, ama criar conteúdos digitais autênticos e aprender novos idiomas. Acumula na bagagem o inglês, o francês e o espanhol e um repertório de mais de 300 livros lidos. Viagens são sua forma preferida de consumir cultura. Fã de espaços urbanos diversos e metrópoles vibrantes, tem nos cafés e livrarias mundo afora seus lugares preferidos - sempre com um chocolate quente em mãos e em busca do próximo idioma para aprender.

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