Você com certeza já viu as Montanhas Rochosas em fotos de plano de fundo do computador. Talvez tenha duvidado da cor dos seus lagos azuis quase fluorescentes, mas este lugar é realmente um registro sem Photoshop e mais: é tranquilidade e beleza em harmonia, contato com a natureza, vida selvagem e perfeição natural, ainda mais bonito pessoalmente do que uma câmera possa retratar.

As Montanhas Rochosas se iniciam ao Sul do Canadá, na província de British Columbia, e por mais de 5 mil quilômetros se estendem até o Novo México, nos Estados Unidos. Os mais lindos e fotogênicos lagos estão localizados nos parques nacionais do Canadá em  Banff, Jasper, Kootenay e Yoho.

Como chegar nas Montanhas Rochosas

Não existe aeroporto na região dos lagos, por isso, turistas optam por sair de três bases diferentes do Canadá para viver a aventura, sendo elas: Calgary, a mais próxima, cerca de 125 km de distância, Edmonton, a 410 km, e por fim de Vancouver, uma verdadeira road trip de 800 km regada de lindas paisagens, cidades de interior que parecem de filme e pequenos lagos para começar o aquecimento.

Para explorar as redondezas e as belezas naturais, visitantes podem optar por diversas modalidades, como o aluguel de carro, tour privado, agências de viagem, trem e até mesmo transporte público, que é bem eficiente por lá (há ônibus que fazem o percurso Vancouver/Banff por  CAD$ 100, em uma viagem de cerca de 13 horas).

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Aluguel de carro

É a opção ideal se você quer flexibilidade nos horários e confecção de um roteiro especial: aluguéis desde CAD$ 120 a diária com a RentCars. As estradas são ótimas, bem sinalizadas, asfaltadas e com uma linda vista por todo o caminho. Leve em consideração o preço da gasolina, hospedagem em Banff e Jasper, alimentação durante o período (entre 3 e 4 noites), e a entrada nos parques nacionais, que custam em torno de CAD$ 20 por grupo.

Tour com agência de viagem

Se a sua ideia é não se preocupar em nada com o itinerário, essa opção pode ser uma boa saída. Com a Club ESL, desembolsando CAD$ 499 você percorre todo o roteiro de 3 noites pelas Montanhas Rochosas com guias falando português e passando por todos os principais lagos, cidades e parques nacionais mencionados mais a frente. O contra é o de sempre das excursões: viagem em grupo, tempo contado nos passeios, hotéis medianos selecionados pela própria agência.

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Trem

Com a proposta de ser uma viagem luxuosa, ir para as Montanhas Rochosas a bordo do trem Rocky Mountaineer tem de tudo para se tornar a viagem perfeita: desconectar com o mundo e observar a natureza ao redor, acompanhado de uma taça de vinho e um jantar gourmet preparado pelo chef da locomotiva. Além de todas essas regalias, um detalhe do trem traz a magia à tona: ele é todo de vidro, das janelas ao teto, proporcionando as melhores vistas durante o trajeto inteiro. Claro que tudo isso tem seu preço. Um pacote de uma noite de Vancouver a Banff sai por CAD$ 1 629, com refeições.

Melhor época para conhecer as Montanhas Rochosas

A melhor época para conhecer as rockies é entre junho e setembro, na temporada do verão. Apesar da temperatura não ficar tão alta, o clima é agradável, não neva e as águas azuis turquesa fazem o seu show. Além disso, neste período os dias são mais longos e o sol começa a se pôr por volta das 21h30, dando a chance de aproveitar cada minuto dos cenários.

No inverno, a viagem é totalmente outra: a maioria dos lagos estão congelados, contudo, há chances de assistir ao espetáculo da aurora boreal, principalmente em Jasper.

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Para onde viajar em junho: os melhores destinos do mês selecionados a dedo

Há muito o que desfrutar na região das montanhas. Formações naturais, atividades esportivas, acampar, relaxar, admirar as lindas paisagens. Este roteiro de 4 dias é o recomendado para quem vai sair de Vancouver, mas pode ser totalmente adaptável para as demais cidades, uma vez que estão incluídos todos os passeios indispensáveis.

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MONTANHAS ROCHOSAS

Dia 1

O primeiro dia de viagem vai ser principalmente ocupado pelo tempo na estrada, mas isso não precisa ser motivo de tédio, uma vez que as lindas paisagens já começam por aí. Entre montes, riachos, árvores típicas canadenses e uma vasta vida selvagem (sempre bom dar uma olhadinha na janela e ver se não acha um urso), você encontra pequenas cidades interioranas nas regiões de Fraser Valley e Okanagan Valley  encantadoras para um respiro e até mesmo para forrar o estômago.

Este é o caso de Kelowna, pequena, mas bem desenvolvida cidade de Okanagan. Lá é possível almoçar com vista para o lago, no OAK + CRU Social Kitchen & Wine Bar (prove o salmão defumado), ou se preferir algo mais junky há até a pizzaria Dominos.

MONTANHAS ROCHOSAS

Dia 2

Seja saindo de Calgary, Edmonton ou Vancouver, todas as opções te levam à linda e aconchegante Banff para começar o tour com pé direito. Sua estrutura se assemelha àquelas cidades natalinas que só vemos em filme, com casinhas de teto de madeira, canteiro repleto de flores dividindo as ruas e um clima invernal (mesmo no alto verão) para completar sua elegância, com uma linda montanha com neve no topo. Para ser mais prático, antes mesmo de chegar no centrinho da cidade, visite os lagos, que estão no caminho.

Lago Louise/Lake Louise

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O primeiro deles é o Lake Louise. Sua água de coloração azul/esverdeada e as montanhas que parecem terem sido esculpidas à mão são cartões-postais da cidade. Por lá,  é comum ver pessoas se divertindo no caiaque (preços desde CAD$ 115), fazendo trilhas ou apenas relaxando sentados nas rochas espalhadas pela beira do lago tomando uma bebida quentinha.

Também é lá que está instalado o hotel Fairmount Château Lake Louise, com diárias salgadas a partir de CAD$ 899: mas sua elegância e grandiosidade digna de um palácio é de impressionar, fora a vista que proporciona aos seus hóspedes. O acesso para os visitantes é limitado, mas pode-se comprar um bom chocolate quente na sua cafeteria e fazer uso dos banheiros.

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Moraine Lake

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Seguindo o caminho, por mais 20 minutos, chega-se no Moraine Lake. Sua água é de coloração esmeralda, um azul quase fluorescente- e, na minha opinião, o lago mais estonteante de todo o passeio. É o contraste entre as árvores coníferas em formato pontiagudo, com as pedras que se encaixam uma na outra e a cor do lago, claro, que tornam o lugar tão especial e quase inacreditável. É de praxe os visitantes passarem bons minutos apenas observando a paisagem.

Assim como no Louise, também são realizados passeios de caiaque por suas águas. Para uma visão panorâmica, basta subir um morrinho de intensidade bem baixa à esquerda do lago e bem localizado no início do trajeto: siga o fluxo.

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Emerald Lake

Se já está na estrada, por que não conhecer um outro lago igualmente bonito, mas pouco comentado? Esse é o caso do Emerald Lake. Por não estar totalmente na rota, ele não é muito visitado, o que torna o ambiente mais sossegado que os demais. Por lá também é possível fazer passeios de caiaque, inclusive por um preço mais em conta, CAD$ 70 – e não perde em nada na beleza.

Johnston Canyon

Se ainda tiver tempo sobrando, visite o parque Johnston Canyon, com diversas trilhas que se combinam em uma só. As mais rápidas delas são a Lower Johnston Falls, cerca de 1 km de caminhada, e a Upper Johnston Falls,  aproximadamente 2 700 km de caminhada, que levam para crateras escondidas e algumas belas quedas d’água. Durante a caminhada, você pode admirar as lindas paisagens, como rios com cor azul turquesa e a vegetação ao redor. Se estiver disposto, explorar o parque pode ser uma boa surpresa: lá é possível achar um spot perfeito para fotos pra chamar de seu.

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Dia 3

O dia começa na estrada mais cênica de todo o Canadá, a Icefield Parkway, também nomeada Highway 93, a caminho de Jasper. Depois de um café da manhã mais reforçado, a pedida da vez é um passeio com uma atmosfera diferente, paisagem de outra coloração e clima mais gelado: Columbia Icefield, num tour pela geleira de Athabasca, um dos maiores campos de gelo não polar do mundo, localizada dentro  do Parque Nacional de Jasper. Nesta experiência, os visitantes podem pisar na geleira, admirar a vista repleta de neve e alguns até se arriscam em beber a água gelada que circula por lá. Uma das partes mais divertidas é o trajeto até o destino final – feito dentro do ice explorer, um veículo com rodas gigantescas, de aproximadamente 1,56 de altura, o necessário para passar por vias íngremes, de cerca de 34 graus de inclinação.

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Peyto Lake

De lá, siga para o Peyto Lake, um dos lagos mais conhecidos de Jasper, além da água azul, e seu mirante panorâmico, o molde em forma de um cachorro, como um husky, encanta os visitantes. Toda a água é vinda das geleiras que derretem no verão e a coloração é tão deslumbrante graças às partículas de rochas que caem no lago. Para chegar até lá é necessário parar no estacionamento e fazer uma caminhada de aproximadamente 15 minutos – sem nenhuma dificuldade e com um caminho todo pavimentado e estruturado para o turismo.

Não deixe de conhecer o centrinho de Jasper. A cidade, assim como Banff, é turística, muito lindinha e rústica, mas menos visitada, então dispõe de menos recursos – tal como acomodação e restaurantes. Por ali, a melhor opção é o hotel Fairmont Jasper Park Lodge, com diárias desde CAD$ 749, que possui uma ótima infraestrutura com mais de oito restaurantes e campo de golfe renomado.

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Dia 4

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Spahat Falls

Pegando o caminho de volta pra Vancouver, as atrações não acabam. São longas horas pela frente, mas com algumas paradas cênicas para recuperar o fôlego, tudo fica melhor. Este é o caso da Spahat Falls, localizada no parque Wells Gray Provincial, e que orgulhosamente exibe seus 60 metros de queda d’água, uma visita rápida e um show à parte.

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Othello Tunnels

Já mais próximo de Vancouver, também é possível fazer uma parada no parque Othello Tunnels. O espaço é formado por uma sequência de túneis e pontes de trem que passam por grandes cavernas de granito e são guiadas pelo selvagem Rio Cocquihalla e suas águas translúcidas. O caminho ao todo tem 3,5 km e não tem erro, é só seguir reto a partir do estacionamento e ir admirando as formações perfeitas da natureza, o chão de pedras, o barulho da água correndo e vegetação que alcança as nuvens.

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Onde comer em Banff e Jasper

Banff

The Bison

Com cardápio e ambiente sofisticado, este restaurante localizado no centro da cidade proporciona a melhor experiência gastronômica quando o assunto é carne de bisão. Sua decoração é moderna e charmosa, e no verão há um deck aberto ao público, onde é possível ter a vista das montanhas.

Wild Flour

Se o tempo for mais curto e vontade for de uma sopinha para esquentar ou apenas um misto quente para matar a fome, a charmosa padaria Wild Flour é a sugestão. Os pães são fresquinhos e as comidas são feitas com ingredientes locais. Vale dar uma passada pra tomar um café, fazer um lanche…

The Eddie Burger

Para comer lanches e petiscar, vá ao bar Eddie Burguer. Além de servirem hambúrgueres fartos e uma batata frita bem crocante, eles tem no cardápio um clássico canadense, o poutine, que consiste em uma mistura de batata frita, molho, queijo e por vezes até alguma carne de acompanhamento.

Jasper

Earl’s Restaurant

Este restaurante é o local ideal para sentar com os amigos e aproveitar bons petiscos e alguns copos de cerveja, como em um happy hour. Para uma refeição mais reforçada, opte pela salada de batata e o picadinho de frango.

ALBA Restaurant

Geralmente lotado de reservas, esse restaurante de comida italiana é um tradicional na viagem. Seu ambiente é charmoso e mais sofisticado para o padrão da cidade. O mais pedido da casa é o ravióli de cogumelos.

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Onde se hospedar em Banff e Jasper

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Fairmont Banff Springs (diárias desde CAD$ 899)

Para uma experiência completa e uma estadia memorável, o Fairmont Banff é o ideal. Considerado um Patrimônio Histórico Nacional, ele está localizado dentro do Parque Nacional de Banff e tem a vista para nada mais, nada menos, que o lago mais bem quisto de toda a região, o Lake Louise. Sua arquitetura foi inspirada em um palácio escocês, e toda sua estrutura faz jus a isso: pilares em pedra, ornamentos monumentais e grandes janelas. Quanto à infraestrutura, o hotel conta com 11 restaurantes, lojas, spa, piscinas e área para atividades de lazer.

Fox Hotel and Suites (diárias dese CAD$ 399)

Quase que uma extensão das montanhas, este hotel é mais em conta, mas não deixa de proporcionar uma excelente acomodação. Sua arquitetura em pedra e madeira de demolição combina com a decoração mais rústica e acolhedora dos ambientes. Além de contar com academia e uma piscina inspirada em uma caverna, é base do Chili’s Grill & Bar, que tem uma atmosfera de pub com um cardápio mais junky como costelinhas no barbecue e uma vasta seleção de hambúrgueres com muitos condimentos.

Pyramid Lake Resort (diárias desde CAD$ 389)

Montanhas Rochosas: Já em Jasper, as opções de estadias são menores, consequentemente um pouco mais caras. Como o próprio nome já diz, este hotel é cercado por um lago privativo onde os hóspedes podem fazer atividades de caiaque, nado e pesca. O centro da cidade fica a 6 km de distância, portanto a boa na hora das refeições é conhecer seu restaurante The Pines.

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Fairmont Jasper Park Lodge (diárias desde CAD$ 749)

Um clássico do ramo hoteleiro, e em Jasper não poderia ser diferente. Com uma proposta mais rústica e intimista, esse lodge de luxo está localizado dentro do Parque Nacional de Jasper, e conta com uma estrutura para não deixar ninguém desamparado: oito restaurantes, um spa, áreas de lazer para os pequenos e até um campo de golfe premiado. Seus quartos olhados de fora se assemelham a cabanas simples, mas no seu interior a modernidade elegante prevalece. Bom mesmo é optar pelos com sacada com vista privilegiada para o lago.

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Pietra Palma

É a viajante profissional e principal repórter do Carpe Mundi. Coleciona momentos e pedaços de seus caminhos pelo mundo através da escrita e em seus quase três anos de blog já escreveu mais de duas centenas de posts com dicas de viagens. Férias, feriados e finais de semana são sempre oportunidades para conhecer um novo lugar e exercitar a corrida, seu esporte preferido, além de acreditar que uma boa viagem tem o poder de reanimar a alma.

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