Sereno e azulado, o Inle Lake dá a oportunidade de examinar a vida de populações ribeirinhas de Myanmar, assistir a pores do sol épicos, pedalar por vilarejos e campos agrícolas e relaxar em hotéis bonitos em bangalôs sobre a água.

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Pelas margens deste lago alongado vivem cerca de 70 000 pessoas, em casas com teto de sapê que desafiam a gravidade sobre finas palafitas de bambu. Pescadores posam para os turistas em pequenos barcos de madeira com seu singular modo de remar, de pé com uma perna na popa e a outra amarrada no remo, locais levam produtos em canoas compridas entre os tufos de juncos e plantas flutuantes que cobrem grande parte do lago. O turismo se dá ao redor da cidade de Nyaung Shwe, com meia dúzias de ruas empoeiradas que abrigam restaurantes, mercados e hotéis – de lá você explora os vilarejos e templos dos arredores de barco ou bicicleta.

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COMO CHEGAR EM NYAUNG SHWE, INLE LAKE

Há ônibus para Inle Lake saindo de Yangon (12 horas), Mandalay (8 horas), Bagan (8 horas) e outras cidades – veja os horários no site Myanmar Bus Ticket, (como na maior parte do Sudeste Asiático, não precisa comprar as passagens online, deixe pra ir numa agência de lá pra ver mais opções de horário e poder barganhar o preço). O aeroporto mais próximo é o de Heho, a 1 hora de táxi de Nyaung Shwe.

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A TRILHA DE KALAW PARA INLE LAKE

Eu fiz essa trilha de duas noites e três dias (dá para fazer em dois dias e uma noite também) e recomendo. O nível é fácil – caminha-se cerca de 15 km por dia, e o trajeto é quase todo plano, com subidas leves. Foi uma experiência linda: passamos por pequenas colinas vendo povos de minorias étnicas que sorriem e acenam nas ruas colhendo arroz e pimenta, entre pequenos rios e quedas d’água e vilarejos com meia dúzia de casas. Na primeira noite você dorme na casa de uma família da etnia Pa-O e janta comida feita por eles. Na segunda, a acomodação é em um monastério, onde você acorda com o grito dos noviços jogando futebol com seus trajes alaranjados. A coisa é rústica, mas inesquecível.

COMO FAZER A TRILHA: Vá de ônibus noturno de Yangon até a cidade de Kalaw, um antigo assentamento inglês que ainda tem casinhas coloniais, e passe um dia descansando e se preparando para a trilha (há um mercado na cidade para comprar roupas de frio, que pode apertar à noite). Feche o passeio com alguma agência (sugiro a Jungle King, por cerca de US$ 30) para fazer na manhã seguinte. O preço, por incrível que pareça, inclui todas as refeições e ainda transporte  da sua mala grande para o seu hotel em Inle Lake, de modo que você pode levar só uma mochilinha para a trilha.

O QUE FAZER NO INLE LAKE:

FAZER UM PASSEIO DE BARCO NO LAGO

É só sair cinco minutos pelas ruas de Nyaung Shwe que você vai dar com mil barqueiros te oferecendo passeio – peça indicação no seu hotel antes de fechar. Os tours normalmente incluem passagem por pontos da parte norte do lago, como o templo Phaung Daw Oo Paya e o monastério Nga Hpe Kyaung – esta uma construção do século 19 cheia de Budas e gatos (?). Peça para ir até as stupas (formas cônicas comuns na arquitetura dos templos budistas) e o mercado do vilarejo de Inthein. O pôr do sol no lago é mágico e momento perfeito pra fotografar os pescadores “pernetas”.

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CIRCUNDAR O LAGO DE BICICLETA E FAZER O TOUR NO VILAREJO KHAUNG DAING

Os hotéis costumam oferecer mapinhas para você cumprir esse tour de bike por conta própria. Você pode ir pedalando pelos campos ao redor da cidade até as águas termais de Khaung Daing (leve roupa de banho para relaxar rapidamente na piscina). Depois, vá até o Khaung Daing e, aqui, leia com atenção: pare na placa indicando o Tofu Palace e pergunte pelo “food tour” com o Mr. Zaw Win; ele costuma ficar por ali (o telefone dele é 09454579482). Eu o encontrei por acaso e ele me levou pelo passeio mais interessante que eu fiz em Myanmar. Esse vilarejo é famoso pela produção de salgadinhos feitos com semente de abóbora, grão de bico e ervilha, e ele te leva entre as casas dos locais para ver panelões fumegantes cozinhando e depois os salgados moldados a mão secando sob o sol. Para quem está cansado de tours “para turista ver”, esse é totalmente o oposto. No caminho você também pode provar o “paan”, folha de betel (um tipo de pimenteira) com noz de areca, que os locais mastigam obsessivamente e que deixa os dentes vermelhos.

ONDE FICAR EM NYAUNG SHWE: VIEWPOINT ECOLODGE

Para mim a experiência no lago só é devidamente completa ficando em um bangalô sobre a água. Para isso, minha recomendação é o ViewPoint Ecolodge (diárias desde US$ 75).

No Sudeste Asiático você tem a oportunidade de ficar em hotéis incríveis pagando pouquinho, e eis aqui um deles (na Europa e mesmo no Brasil algo parecido custaria o triplo). Numa esquina do centrinho de Nyaung Shwe, o ViewPoint Ecolodge tem uma recepção é linda, decorada com artesanatos locais (repare nas estampas das almofadas), dezenas de vasos de plantas, móveis de vime e detalhes em madeira escura. Uma passarela de madeira leva aos bangalôs, dispostos de maneira circular ao redor de um naco do lago (o barulhos do centrinho parece estar a quilômetros de distância). Ali também está o spa, delícia de lugar, que tem massagens tailandesa e birmanesa.

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A suíte “casa de campo”, de 52 m², tem sala de estar, camas com dossel e uma varanda grande para você curtir o fim de tarde de roupão olhando a serenidade do lago. No banheiro tem mil produtinhos de beleza, incluso a famosa “tanaka”, líquido tirado da casca de uma árvore que você vai ver no rosto de grande parte das pessoas no Myanmar, usado para hidratar e proteger do sol. O café da manhã é maravilhoso, servido na mesa (nada de bufê), com uma seleção de pães e croissants feitos na casa, frutinhas cortadas e docinhos locais embrulhados em folhas de bananeira. Acredite: café da manhã gostoso na Ásia é coisa louvável (lembre-se que os locais comem a mesma comida do almoço e do jantar no café).

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O hotel tem selo sustentável, preocupação tão importante num país recém-aberto para o turismo e que tem o modelo péssimo da Tailândia de exploração irresponsável do meio ambiente logo ao lado. Os bangalôs são construídos com calcário, lama e casca de arroz, o hotel trata toda água que utiliza e em seu restaurante (que tem tanto pratos locais quanto ocidentais) emprega ingredientes vindos da horta hidropônica nos fundos da propriedade.

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