Falar que Roma é a capital do que foi o maior império de todos os tempos não é um exagero.

A Cidade Eterna abriga um patrimônio histórico, cultural e religioso que, de certa forma, conta a história da nossa civilização. Esse passado de peso está tanto nas imponentes construções encomendadas nos tempos de César Augustus e nas obras de arte de Michelangelo, Rafael e Bernini como nas anônimas fontes, arcos e colunas, obeliscos e mesmo ruínas despercebidas que parecem ter milênios de idade.

Sim, há muito pra ver, mas calma que depois deste post, descobrir o que fazer em Roma será tarefa fácil

O que fazer em Roma

AS 20 DICAS E PASSEIOS QUE NÃO PODEM FALTAR NO SEU ROTEIRO

Fontana di Trevi

Fazer um pedido na Fontana de Trevi

Mais célebre das mil e uma fontes de Roma, reza a lenda que não há moedinha jogada na Fontana de Trevi (de costas, com a mão direita por cima do ombro esquerdo) que não faça um pedido se realizar. Na obra, do arquiteto Nicola Salvi baseada em um projeto de Bernini, mais de € 1 milhão em moedas são depositados anualmente. O lado bom: esse dinheiro é todo doado pra instituições carentes.

Comprar frutas e flores e curtir um happy hour no Campo Di Fiori

Uma das partes mais legais de viajar é experimentar a rotina dos destinos. Todos os dias de manhã, barracas de frutas, verduras, legumes, queijos, flores, doces e temperos se reúnem na colorida praça, com a escultura central do ilustre monge e cientista Giordano Bruno, executado ali em 1 600. No fim do dia, as tendas coloridas dão lugar a uma praça cheia de jovens circulando entre barzinhos animados.

Comer pizza na Piazza Navona

É uma das praças mais bonitas da Itália por sua combinação de palacetes, fontes e igrejas de arquitetura barroca. No início da noite, o movimento não para nas mesas distribuídas entre cafés e restaurantes floridos. Artistas de rua pintando retratos e caricaturas dão ânimo extra ao local. Seus arredores concentram as melhores pizzas da cidade – tente, ali do lado, a pizza da Cantina e Cucina onde a massa leve e saborosa pede uma taça de vinho tinto.

Contemplar pinturas do Caravaggio na Igreja San Luigi dei Francesi

Situada perto da Piazza Navona, essa é uma das principais igrejas de Roma. Ela conta com um ciclo de pinturas super famosas de Caravaggio: “O Chamado de São Mateus”, “A inspiração de São Mateus” e “O Martírio de São Mateus”. As obras datam dos anos 1599 e 1600 e retratam a vida de São Mateus.

Sentar na escadaria da Piazza di Spagna e seguir pela Via del Corso até a Piazza del Popolo

Veja a vida passar sem pressa alguma sentado nos famosos degraus da escadaria da Igreja Trinità dei Monti, admirando os becos floridos, as palmeiras de cinema e as construções em tons rosados da Piazza di Spagna. Por ali também não faltam motivos pra comprar, de H&M a Gucci e todas as lojas baratex e de grife que a gente conhece. Dali vale pegar a movimentada Via del Corso e seguir até a elegante e ampla Piazza del Popolo, em cujo centro está um obelisco trazido do Egito por César Augusto, e três igrejas – a mais importante é a Santa Maria del Popolo, uma das primeiras renascentistas em Roma.

O que fazer em Roma: Piazza di Spagna

Fugir do agito nos jardins da Villa Borghese

Ideal pra uma pausa entre as andanças por Roma, o parque tem ar fresco entre lagos, fontes e bonitas construções. Uma vez lá dá pra alugar uma bike, carrinho de golfe e até barquinho pra passear. O parque abriga museus, um teatro, agradáveis cafés e um zoológico, além de barraquinhas de bebidas e sorvete. No pôr do sol, do terraço com vista pra Piazza del Popolo você vê o rosa tomar conta do céu, contrastando com as várias abóbadas de igrejas da cidade.

Ver o túmulo de Rafael no Panteão e cair no charme da Piazza della Rotonda

Templo construído como uma homenagem a todos os santos que depois foi convertido em igreja, é considerado o monumento mais bem preservado da Roma Antiga. Por sua enorme cúpula entram raios de luz natural, iluminando o interior, que abriga o túmulo do mestre da pintura e da arquitetura renascentista Rafael. Ali em frente fica a Piazza della Rotonda, uma das mais lindas praças de Roma pela combinação dos prédios baixinhos em tons claros azulados e alaranjados em frente ao obelisco. Dá pra sentar ali e ficar admirando o cenário gracioso e cheio de história o dia todo.

Tomar um Gran Caffè no Sant’Eustachio

No coração de Roma, entre o Panteão e a Piazza Navona, serve-se o melhor e mais tradicional café da cidade. Tem opções no balcão ou nas mesinhas ao ar livre, onde paga-se mais pelo gran caffè, cremoso e pouco açucarado. Quase sempre tem fila na porta, por isso, muita paciência – vale a experiência.

Subir no monumento Vittoriano na Piazza Venezia

Intersecção de movimentadas avenidas como a Via dei Fori Imperiali e a Via del Corso, a Piazza Venezia é um tanto quanto caótica, com carros, motos e ônibus de sightseeing vindo de todas as direções. É dominada pelo enorme monumento Vittoriano, um prédio meio estranho à arquitetura romana, em homenagem ao primeiro rei da Itália. Tem quem goste e quem não. O fato é: vale subir no terraço da construção, que garante vista de 360 graus de Roma por € 10.

O que fazer em Roma: Piazza Venezia

Fotografar o Foro Romano e o Palatino no pôr do sol

As impressionantes ruínas do que foi o centro da Cidade Eterna nos tempos de Império reuniam edifícios nos quais funcionavam tribunais, estabelecimentos comerciais e templos religiosos. Soterrado por muitos séculos, o complexo ao lado do Coliseu (a entrada é conjunta, custa € 16) têm construções datadas do século 5 a.C., como o Templo de Saturno. Pra fotografar, deixe pra visitar perto do pôr do sol, quando os raios amarelados se infiltram pelos arcos e colunas do Foro deixando tudo mais lindo.

Ir além no Coliseu: tour guiado ao subsolo e terceiro andar

Mais emblemático ícone de uma herança cultural que soma cerca de 100 mil monumentos entre ruínas, catedrais, edifícios históricos e estátuas em toda Itália, o Coliseu foi placo de lutas entre gladiadores, extermínios humanos e massacres de animais ferozes. A visita normal prevê acesso ao primeiro e ao segundo andar do anfiteatro com mais de 2 mil anos por € 16, mas a dica é reservar com um dia de antecedência (na própria bilheteria do local) o tour guiado pelo exclusivo subsolo e o terceiro andar, que rendem as melhores fotos.

O que fazer em Roma: Coliseu

Colocar a mão na Boca Della Verità

Quem se preza coloca a mão na pedra redonda em forma de máscara da Bocca della Verità, místico detector de mentiras ao lado da igreja medieval de Santa Maria in Cosmedin. A tradição diz que os mentirosos têm a mão mordida pela boca da “face”, esculpida em mármore. A peça, acredita-se que parte de uma antiga fonte (ou talvez tampa de um bueiro), foi colocada no pórtico da igreja no século 17.

Visitar as catacumbas de São Calisto

O espaço era utilizado pela Igreja de Roma no século 3. As catacumbas são túneis subterrâneos que se espalham por mais de 15 hectares. O labirinto sob a capital italiana acolheu o corpo de cerca de 500 mil pessoas, desde cidadãos comuns até papas e grandes personalidades da época. A ideia de passeio parece estranha, mas é bem interessante. As visitas são sempre guiadas, duram cerca de 40 minutos e custam € 8. Mais informações aqui.

Sorvete em Roma: San Crispino

Tomar o melhor gelato da cidade

As sorveterias a cada esquina da capital explicam a paixão dos italianos pelo gelato. É difícil eleger um lugar só: a San Crispino caiu na moda depois que a escritora americana Elizabeth Gilbert, do best-seller Comer, Rezar e Amar, citou o cremoso sorvete de canela com gengibre feito na casa em seu livro. De uma janelinha na Via dei Coronari você vê os gelatos da Gelateria del Teatro sendo preparados na hora desde o corte das frutas; são mais de 40 sabores pra escolher, fora as invenções sazonais como o delicioso sorvete de lavanda, que bomba no verão. Já a Fatamorgana é uma minicadeia local de gelatos artesanais cujas receitas saudáveis sem glúten, açúcar e leite já passam dos 200 sabores, que mudam quase que diariamente.

Passear pelas ruazinhas charmosas e curtir os bares de Trastevere

Antiga área operária e, hoje, como manda a regra dos lugares cool, mais boêmio bairro de Roma, reúne jovens em busca de bares com bons drinks e petiscos no fim do dia – sugiro tomar algo no descolado Freni e Frizoni, um dos mais frequentados do bairro, na oficina de um ex-mecânico. Andando por suas ruelas charmosas com varais de roupas pendurados e flores colorindo fachadas você encontrará também os mosaicos dourados da Basilica di Santa Maria in Trastevere, a primeira em Roma a homenagear a Virgem Maria, na piazza que leva seu nome.

Visitar a maior igreja do mundo, a Basílica di San Pietro

É a mais famosa – e maior – igreja do mundo, epicentro do catolicismo, sede do papado e abrigo do túmulo de São Pedro. Tudo é superlativo: do ornamento dos pisos às maciças colunas projetadas por Bernini, das capelas laterais ao teto decorado. Ali também fica a Pietà, obra esculpida em mármore por Michelangelo. Da cúpula você tem a vista mais bonita da Praça de São Pedro. Chegue cedo pra evitar filas.

O que fazer em Roma: Basílica di San Pietro

Contemplar o teto da Capela Sistina

O trabalho realizado por Michelangelo no teto da capela do Vaticano entre 1508 e 1512, um pedido do Papa Júlio II, rendeu uma das mais famosas obras de arte da história. A superfície da abóbada da Capela Sistina conserva imagens dos profetas e sibilas, episódios da Gênese, da criação do sol e da lua, de Adão e Eva, de Noé e o dilúvio e outros marcos católicos. É quase a última ala visitada no passeio aos Museus do Vaticano; ali, também vale ver a linda Galleria delle Carte Geografiche e seus mapas da antiguidade, as salas de Rafael e a bonita escadaria em espiral de Giuseppe Momo, onde todo mundo para pra fotografar. Dispense as filas quilométricas reservando a visita antes pelo site do Vaticano por € 17.

Capela Sistina

Economizar com o Roma Pass

De todos os passes turísticos que existem, o de Roma é um dos que mais vale a pena. Por € 52 (válidos para 72 horas) você tem direito a entrar em duas atrações sem pagar nada (as duas primeiras), desconto na entrada de outras atrações e acesso ilimitado ao transporte público nos três dias de duração do passe. Pra comprar seu passe, o melhor é visitar um dos pontos cadastrados de venda em Roma. A operação é rápida e você sai de lá com seu cartão. Existe a opção de compra pela internet, mas você precisa mesmo assim aguardar 24 horas e comparecer pessoalmente em um dos postos. Não compensa, né? Veja a lista completa aqui.

Roma, Itália

Comer o verdadeiro fettuccine Alfredo

Fettuccine, queijo parmesão e manteiga: pode parecer o prato mais simples do mundo, que você certamente já provou em algum momento da vida. Agora, experimentar a receita original da massa, só em Roma, só no restaurante Alfredo, onde o molho foi criado em 1908 – bem antes de ser propagado mundo afora por uma visita de Mary Pickford e Douglas Fairbancks, casal sensação de Hollywood na década de 1930. Nas paredes do estabelecimento, fotos sem fim de celebridades e personalidades importantes variadas: da família Kennedy a Pelé e Simone de Beauvoir. Veja aqui uma receita de como (tentar) fazer em casa o fettuccine Alfredo.

Beber água direto de uma fonte

A água da cidade é potável e vem dos antigos aquedutos construídos durante o Império Romano. Dá pra beber das torneiras públicas de fontes sem medo e aproveitar pra encher a garrafinha, principalmente nos dias mais quentes de verão, quando o preço nos pontos turísticos inflaciona – e se for da geladeira fica ainda mais caro. Nas bicas grátis, mais uma (boa) notícia: a temperatura é geladinha.

Anna Laura

Um dos maiores nomes do turismo no Brasil, Anna viaja há 10 anos em busca de construir um mundo mais consciente, sustentável e a favor da natureza, propondo mais autoconhecimento através de suas experiências pelo globo. Jornalista por formação e fotógrafa por vocação, é editora do Carpe Mundi e Co-founder da plataforma de curadoria em aluguel de temporada Holmy, 100% nacional e de equipe feminina.

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