O nome do parque nacional mais lindo do Brasil (ou do mundo!) com seus mais de 1 500 quilômetros quadrados deve-se à imensidão de suas dunas, que lembram lençóis esticados sobre a paisagem infinita. Contrasta com a areia o azul das piscinas e lagoas cristalinas entre as formações, principalmente nos meses de julho a outubro, quando a chuva faz elas ficarem cheinhas. A 4h de São Luís, a capital do Maranhão, a base principal é a não tão charmosa Barreirinhas, às margens do Rio Preguiças. Melhor é optar por ficar no vilarejo roots com ruas de areia fofa de Atins e no município de Santo Amaro, onde estão as lagoas mais bonitas. Continue lendo para ter uma geral de como é a viagem aos Lençóis Maranhenses, tudo de importante que você vai precisar saber e tirar as suas dúvidas sobre o paraisinho.

GUIA COMPLETO DOS LENÇÓIS MARANHENSES

DICAS DOS LENÇÓIS MARANHENSES

Como chegar aos Lençóis Maranhenses

De São Luís a Barreirinhas, a capital do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, são 4 horas de carro passando pela BR-135, MA-402 e trecho da MA-225. Percurso que, por conta das estradas extremamente esburacadas, pode levar tranquilamente 1 hora a mais. Você pode organizar o transfer com a sua pousada ou com empresas de ônibus como a Cisne Branco e de van como a Caetés Turismo (que também é agência de passeios). Isso se for ficar em Barreirinhas, pois dali até Atins dá mais 1h de voadora, lancha rápida, descendo o Rio Preguiças. Também a melhor forma é organizar esse trajeto com a sua pousada. Se atente para chegar ainda de manhã em Atins, pois a maioria dos barcos só desce o rio até o meio-dia. Se precisar seguem abaixo indicações de barqueiros que fazem o percurso. Já quem tem como destino Santo Amaro, a terceira base dos Lençóis, vai de carro desde São Luís até parte do caminho de Barreirinhas e vira à esquerda na MA-320 depois da MA-402, em direção à Santo Amaro. A duração é a mesma: 4h na estrada. A agência Divertix Turismo costuma fazer o transfer. Chegando na entrada da cidade você desce do veículo e sobe numa jardineira até a sua pousada (somente carros com placas locais podem circular no município).

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Em tempo: há outra forma muito mais rápida, linda, e, cara, de fazer a viagem. Voando de avião mono ou bimotor de São Luís ao aeroporto de Barreirinhas. O trajeto custa cerca de R$ 9 mil (ida e volta, por aeronave) e dura 40 minutos. O comandante Leumas (98) 98116-1000 faz a rota já com sobrevoo na parte mais fotogênica dos Lençóis (foto acima).

*Indicações de empresas com saídas regulares de barco de Atins a Barreirinhas: Satur: WA (98) 99232 8780 / K-Beça Turismo: WA (98) 98827 7715 / Malibu: (98) 98842 1660 / Atins Lençóis: (98) 99104 9770

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Quando ir aos Lençóis Maranhenses

Lençóis Maranhenses quando ir: de julho a outubro, quando as lagoas estão cheias e a imagem das dunas infinitas lembra um tapete. Agosto é o melhor mês: as chuvas acabaram de cessar e as lagoas estão praticamente transbordando. No final de outubro ainda é possível encontrar água entre as dunas, mas em menor quantidade e aspecto não tão bonito (os problemas: bronzeador e xixi demais deixam a água com um aspecto turvo). Em dezembro e janeiro, as piscinas naturais praticamente cessam. Mesmo assim não dá pra dizer que é impossível ver o parque tinindo: se tiver chovido o suficiente para encher alguma lagoa recentemente, você pode pegar um cenário ok até mesmo nessa época.

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Quanto custa a viagem aos Lençóis Maranhenses

Não é caro. De São Paulo, por exemplo, a São Luís, dá pra achar passagens aéreas por cerca de R$ 400 ida e volta comprando com antecedência e fora de feriados e finais de semana da alta temporada. De transfer, soma-se mais cerca de R$ 300 (ida e volta). Pousadas propondo estadias simples, porém confortáveis, saem na faixa de R$ 300 a noite, e de comida você pode calcular cerca de R$ 150 o dia. Para os passeios, reserve R$ 100 por dia. O que dá, para uma semana de viagem, contando seis noites de acomodação, cerca de R$ 3 000 por pessoa (uma vez que o valor do quarto é por casal, dividindo então por dois). Agora, esse valor pode subir se você estiver cogitando uma pousada com mais requinte (há opções onde a noite sai por mais de R$ 1 000), transfer e passeios particulares (calcule 6x o valor).

Em tempo: apesar da pegada mais rústica, Atins é o destino mais caro dos Lençóis. Pela dificuldade de acesso, os preços são mais inflacionados no vilarejo. Se for ficar lá, prepare-se para gastar um pouco a mais.

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Vale a pena fazer um bate-volta desde São Luís aos Lençóis Maranhenses?

Se for a sua única opção, sim. Você vai acordar cedo, por volta das 5h, e partir rumo a Barreirinhas, onde vai chegar na hora do almoço e fazer um passeio para os circuitos tradicionais da Lagoa Azul ou da Lagoa Bonita. O retorno a São Luís acontece após o pôr do sol e você chega de volta quase de madrugada. O que acontece é que você fica com uma vontade enorme de ter ficado mais tempo (muuuito mais tempo), além de ser cansativo e não entregar o melhor dos Lençóis Maranhenses (que não está 1) em Barreirinhas e 2) numa lagoa lotada de turistas como vai acontecer). A Eco Adventure e a Caetés Turismo organizam o tour desde São Luís.

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Quanto tempo ficar nos Lençóis Maranhenses

Se quiser explorar o parque nacional direito, vivendo o melhor do destino, no mínimo uma semana. Você pode dividir base entre Barreirinhas, Atins e Santo Amaro e ter uma experiência mais do que completa. Mas se dá pra conhecer um pouquinho dos Lençóis num bate-volta, também é possível ficar só um fim de semana, por exemplo. Mas vai ser BEM corrido e limitado. E restringido somente a Barreirinhas.

ROTEIRO SUGERIDO: 1 dia Barreirinhas + 3 dias Atins + 3 dias Santo Amaro

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Qual é a melhor base de viagem nos Lençóis Maranhenses: Barreirinhas, Atins ou Santo Amaro?

Depende. Atins e Santo Amaro são os melhores destinos para ficar, onde estão lagoas mais vazias e mais bonitas, onde você mais vai curtir os Lençóis Maranhenses. Mas pra quem tem pouco tempo ou não tem saco para deslocamentos menos práticos e não abre mão de um hotel clássico onde não entram insetos por nada e com ar-condicionado e Wi-Fi potente garantidos, mesmo que a hospedagem não tenha charme nenhum, aí a resposta é mesmo Barreirinhas, a chamada capital dos Lençóis. É o lugar mais fácil de chegar, com a maior infraestrutura do parque nacional (sinal telefônico, serviços no geral, hospital) e a maior oferta turística. Apesar, de novo, de ser uma cidade totalmente sem atrativos e suas lagoas serem lotadas e não estarem na parte mais bonita do parque. Já Atins é um ex-vilarejo pescador de ruas de areia fofa, pousadas e restaurantes charmosíssimos, praia com clima liberal embelezada pelas velas dos kitesurfistas. É um destino que tem graça além dos Lençóis – e que tem lagoas liiiindas também, mais limpinhas, mais desertas, onde você pode chegar andando e curtir o parque nacional sozinho, sem erro. Só que pra ficar ali, 1) a viagem é um pouco mais cansativa, já que ao chegar em Barreirinhas você ainda vai precisar pegar uma lancha de 1 hora até Atins, 2) suas pousadas são uma coisa de tão graciosas, mas a infraestrutura, mesmo nas melhores (onde a diária pode sair por mais de R$ 1 000), às vezes não inclui ar-condicionado, já que Atins é toda ecológica e a energia elétrica chegou há pouco tempo, e tem algumas falhas nas construções, então pode acontecer de pingar dentro do quarto em caso de chuva. E de entrar mosquitos (mas por isso há dossel com mosquiteiros sobre as camas). Mas não pense que Atins é um destino barato: pelo contrário. Das três bases dos Lençóis, é a mais cara, por ser a mais descolada e pela dificuldade de acesso, encarecendo o preço de uma água e dos serviços no geral. Em tempo: dependendo do horário em que chegar em Barreirinhas para pegar o barco pode valer a pena dormir uma noite por lá, uma vez que as voadeiras só partem para Atins no período da manhã. Santo Amaro, por sua vez, tem seu highlight na variedade de suas lagoas. Pequenas, enormes, azuis, cristalinas, profundas, algumas cheias em qualquer época do ano. O município está situado na parte do parque nacional onde o lençol freático atua com mais intensidade, garantindo as mais belas lagoas dos Lençóis. E não tem como negar: todo mundo que vai a Santo Amaro volta impressionado, dizendo “é, se eu tivesse vindo aqui antes, nem teria ficado em Barreirinhas”. Chegar ali é fácil, via estrada, mas ficar exige abrir mão também da infra de Barreirinhas. Pra jantar, por exemplo, o melhor lugar vai quase sempre ser a sua pousada, de onde você não vai querer sair pós-passeios. A cidade é uma mistura de Barreirinhas e Atins: as ruas são pavimentadas, mas as casinhas tem um quê a mais, coloridas, floridas. Do outro lado da margem do Rio Alegre está o melhor do município, onde pousadas ecológicas estão situadas em ruas de areia fofa. De todas as bases, é a mais próxima de fato do parque nacional, com ruas e casas praticamente dentro da areia. O que ajuda, já que em 30 minutinhos de caminhada você chega nas lagoas. Mas também atrapalha, pois aos finais de semana, a facilidade de acesso faz da área municipal dos Lençóis um verdadeiro Piscinão de Ramos, lotado, a mil, cheio de turistas de bate-volta. Mas é só contratar um passeio e seguir alguns minutos de 4×4 rumo ao interior do parque para a paz voltar a reinar e as melhores lagoas do mundo brotarem na paisagem.

*ONDE FICAR NOS LENÇÓIS MARANHENSES: BARREIRINHAS, ATINS OU SANTO AMARO? LEIA O POST COMPLETO AQUI

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Como circular entre as bases (Atins, Barreirinhas e Santo Amaro)

A melhor maneira de transitar entre as bases vai ser com o transporte arranjado com as pousadas em que você for ficar ou com a empresa com quem fechar o transfer de ida e volta aos Lençóis (veja mais informações e contatos acima na pergunta como chegar). De Barreirinhas a Atins você vai precisar descer o Rio Preguiças de lancha, e, para voltar, vice-versa. E de Atins a Santo Amaro você vai precisar igualmente regressar a Barreirinhas e de lá pegar mais 1h e pouco de carro, na estrada, até o município.

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Como é o trekking de travessia do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses

Intenso. São 3 noites e 4 dias de caminhada, com um deles começando cedo, às 3h da manhã e caminhando 17 quilômetros no dia. Mas é a sim a melhor maneira de conhecer a imensidão do parque e chegar a lugares impossíveis senão caminhando (veículos são proibidos no interior do parque). Ficando em Atins e Santo Amaro, sim, você chega em lagoas desertas em que pode ficar sozinho, mas na travessia a experiência é ainda mais arrebatadora – você e o seu grupo são os únicos seres humanos presentes nas dunas por quilômetros. A acomodação, as refeições e a infraestrutura geral são simplórias: dorme-se em redes na casa dos nativos. A travessia sai por R$ 900 por pessoa se fechada diretamente com um guia como o Marcelo Zelarayán e na faixa dos R$ 2 mil se fechada com uma agência como a Venturas, top em roteiros de ecoturismo, aí com um pouquinho mais de conforto disponível.

*LEIA MAIS SOBRE A TRAVESSIA DOS LENÇÓIS MARANHENSES NESTE POST AQUI

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Vale a pena unir a viagem com a Rota das Emoções e Jericoacoara?

Se você tem tempo e vontade, sim. O roteiro todo é lindíssimo e se complementa. Você pode adaptar a rota ao seu tempo: dá pra fazer em 3 dias (correndo) ou em uma semana. Passa-se por três estados e destinos com paisagens únicas como os Lençóis Maranhenses, Delta do Parnaíba e Jericoacoara, percorrendo litorais desertos e autênticos. Agências como a Eco Adventure, a Pisa Tur e a e Terra Mundi fazem o roteiro de R$ 3 a R$ 8 mil. Seja com quem fizer, a dica principal é: comece o roteiro por Jeri e siga de lá aos Lençóis, que fecham o circuito perfeitamente. Se fizer ao contrário, fica aquela ideia de downgrade, já que a parte mais bonita da rota é mesmo o contraste de dunas e lagoas do parque nacional.

*LEIA UM MINIGUIA DE JERI NESTE LINK

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O que levar na mala para os Lençóis Maranhenses

Roupas leves como vestidos, camisas de linho, camisetas folgadas. Um casaquinho bem leve para a noite. Biquínis, maiôs, sungas mil. Havaianas, protetor solar (mas evite mergulhar com eles, pois poluem a água), chapéu, óculos, garrafinha squeeze pra encher de água, repelente e remédios básicos (especialmente se você for ficar em Atins, onde não há farmácia). Uma boa canga ou toalha e bolsa de praia ou mochila para colocar tudo dentro. Se tiver GoPro, é válida para tirar fotos dentro das lagoas. E pra quem sonha em tirar foto boiando nas piscininhas, melhor levar sua boia com você do que esperar pra comprar lá. Vale planejar levar cartas, palavras-cruzadas e livros para desconectar durante a noite (de novo, principalmente em Atins, onde é comum ficar sem Wi-Fi). E carregadores portáteis ajudam a ter bateria nos passeios de dia todo.

*TENDÊNCIAS PARA O VERÃO: VEJA COMO MONTAR A BAGAGEM DE PRAIA PERFEITA NESTE POST

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Como é o sinal telefônico, a internet e o uso de cartão de crédito nos Lençóis Maranhenses

Em Barreirinhas o sinal e o Wi-Fi são geral funcionam normalmente e todos os estabelecimentos aceitam cartão. Em Atins celular não pega e cartão não passa, mas a maioria das pousadas fornece Wi-Fi bom (só não pode chover, que aí a conexão cai). Em Santo Amaro o celular pega em vários pontos do município. Internet funciona bem e passa cartão. Agora, dentro do parque nacional, no topo das dunas mais altas, é impressionantemente onde você vai encontrar o melhor 3G possível – mas é só descer a duna que para de pegar novamente.

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Onde ficar, onde comer e os melhores passeios, por bases:

BARREIRINHAS

FICAR

Pousada Sossego do Cantinho (diárias desde R$ 287), à beira-rio, com prainha com espreguiçadeiras de madeira, chalés com varandinhas dispostos num jardim florido, ar-condicionado e amenities Natura. A Encantes do Nordeste (diárias desde R$ 320, foto abaixo) é outra pedida para achar charme em Barreirinhas: tem chalés rústicos coloridos, tetos com coberturas de sapê e varandas com redes. Já o Porto Preguiças Resort (diárias desde R$ 330, foto abaixo) é a opção de estadia mais confortável de Barreirinhas, com a melhor infraestrutura de hospedagem de toda a região, seguindo um estilo rústico-praiano e práticas sustentáveis que merecem elogios – apesar de suas três piscinas, está longe de ser, de fato, um resort.

COMER

O centrinho tem opções populares como o Subway e buffets variados – de todos, O Jacaré e o seu camarão ao leite de coco é o mais interessante. Se quiser comer melhor, vá ao Bambaê, na Encantes do Nordeste, que serve os melhores peixes (peça o robalo), além de estar num ambiente super agradável à beira-rio. O restaurante Perppers do Porto Preguiças também é uma boa opção e tem variedades locais de carne de sol a paella.

PASSEAR

São dois passeios clássicos pelos Lençóis: o Circuito da Lagoa Bonita, que é o mais lindo e procurado de Barreirinhas, com suas oito lagoas que descortinam-se após 50 minutos de trilha, e o Circuito da Lagoa Azul, que não tem a visão panorâmica do anterior, mas oferece cinco lagoas que ficam cheias por mais tempo, mesmo fora de temporada, alcançadas em 40 minutos de trilha. No mais, vale fazer o passeio de lancha descendo o Rio Preguiças parando nos vilarejos de Vassouras, famoso pelos macaquinhos que dão às boas-vindas, e Caburé, entre o Rio Preguiças e o mar, onde a ideia é visitar as dunas da porção do parque chamada Pequenos Lençóis (onde dá pra fazer tour de quadriciclo também) e almoçar na Cabana do Peixe (mas só se você não for ficar em Atins, caso contrário pode fazer o tour na ida ao vilarejo, já que é exatamente o mesmo caminho via rio). O boia-cross pelo Rio Formiga também é interessante e o sobrevoo dos Lençóis a bordo de um avião monomotor, que parte do aeroporto de Barreirinhas, é um dos passeios mais imperdíveis da viagem. A Caetés Turismo e a Tropical Adventure fazem os roteiros a partir de R$ 80 por pessoa em grupo e cerca de R$ 600 quando privados. Para o sobrevoo veja com a Voar Fotografia Aérea, desde R$ 350 por pessoa.

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ATINS

LEIA O POST COMPLETO DE ATINS AQUI

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FICAR

Em conta é a Rancho do Buna, (diárias desde R$ 295), com riacho, piscina e restaurante. Segue a linha rústica: estética bucólica, paredes de tijolinhos, móveis artesanais, enfeites de palha. Tem ar-condicionado (raridade em Atins), mas fica a 15 minutos de caminhada do centrinho. Santa María Atins (diárias desde R$ 406, foto abaixo), pousada à beira-mar, logo no início da praia, projetada por um artista espanhol e comandada pelo argentino Ignacio, com uma casa principal e quatro bangalôs dispostos num jardim com redes, palmeiras e espaços para relaxar. Balanços, itens de palha e frases gravuradas na parede dão charme à décor. Como em quase todas as pousadas de Atins, não há ar-condicionado, somente ventilador. Mesmo no hotel-boutique top La Ferme de Georges, com a maior (e melhor) estrutura do vilarejo, e, consequentemente, as diárias mais caras, a partir de R$ 1 098, a proposta que vigora é a ventilação natural nos chalés arejados espalhados pelo enorme jardim, assim como as construções sustentáveis, feitas de madeira local, tijolo e palha. A dose de luxo vem na cama king-size, no chuveiro por onde a água desce com uma super pressão, na piscina e no bar e restaurante delicioso onde a base dos comes e bebes vem da hortinha local.

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COMER

Na hora do almoço, o peixe ou o camarão grelhados vão ser no Canto do Atins, onde o parque nacional encontra o mar em quilômetros litorâneos (e algumas lagoas quase se fundem com o oceano), nos restaurante do Antônio ou da Luzia – de sobremesa, peça cocada! De noite, as pizzas da La Pizzeria, na Pousada Maresia, são ótimas pedidas, feitas com farinha de fermentação natural e servidas num quintal a céu aberto com mesas de madeira, luzinhas e tendas de bijuterias que tem tudo a ver com a cara do povoado praiano. Um jantar mais chiquezinho pede ida à La Ferme de Georges e seu restaurante onde vigora a proposta farm-to-table.

PASSEAR

É de lei fazer os circuitos da Lagoa do Kite, entre as mais legais de Atins, já que o contraste das pipas voando soltas ao vento, das dunas e das lagoas é uma coisa linda de ver, das Sete Mulheres e da Capivara. Já a Lagoa da Ilha e as piscininhas em seu redor são deslumbrantes, pra literalmente chamar de suas, sem uma alma viva, com formatos peculiares (há das redondinhas às mais extensas), água translúcida, paredões de areia lisinhos pra admirar (ou derrubar). Do tipo que você não vai encontrar sozinho ou nos roteiros clássicos. Se na chegada à Atins não tiver feito o percurso de barco pelo Rio Preguiças, aproveite para conhecer os Pequenos Lençóis e Caburé, onde o rio encontra o mar, e embarcar num tour de quadriciclo, e ir até o povoado de Vassouras, cheio de macaquinhos. A Atins Beach Adventure é uma opção legal por ter guias flexíveis, dispostos a te levar em lagoas desconhecidas, que acabam sendo sempre as mais bonitas por estarem mais preservadas. Enquanto um tour comum de meio-dia sai por R$ 80 por pessoa, o privado sai por R$ 600 o carro.

SANTO AMARO

LEIA O POST COMPLETO DE SANTO AMARO AQUI

FICAR

Pousada Rancho das Dunas (diárias desde R$ 264), do outro lado do Rio Alegre, com chalés espaçosos, piscina (de fibra), gazebo com redes e espreguiçadeiras, laguinho, horta e até uma arara que fica solta pela propriedade. Os chalés poderiam ser mais graciosos, mas acomodam bem – com ar-condicionado. Na Ciamat Camp (diárias desde R$ 378, fotos abaixo), também na outra margem do rio, um oásis marcado por chalés ecológicos entre a sombra das árvores é a opção mais gostosa de Santo Amaro. A ecopousada tem práticas de sustentabilidade desde ações ambientais por parte dos donos à autêntica decoração: madeira encontrada em expedições de limpeza do mar, bancos feitos de pneus reutilizados e até uma boia trazida da Noruega pelas correntes marítimas.

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COMER

Santo Amaro não é um município com atrativos turísticos além dos Lençóis, então eleger uma pousada com bom restaurante é a chave – tanto a Rancho das Dunas como a Ciamat Camp servem peixes deliciosos no cardápio, para não-hóspedes também. No almoço, entre passeios, vá à tradicional Barraca da Ana ou no Sol de Amaro. Sobremesa? Na Casa do Picolé.

PASSEAR

As Lagoas da Andorinha e da Gaivota fazem parte da área municipal do parque e costumam ficar lotadas, especialmente aos finais de semana – a dica é evitá-las. Já a Lagoa da Bethânia é uma das mais famosas, apesar de ter “estourado” recentemente (quando uma lagoa enche tanto que rompe em outras lagoas). Além dela você também visita a Casa da Farinha, numa comunidade de 300 locais localizada no leito do rio. Emendadas é certamente a mais cobiçada, mas a mais difícil de chegar, por não serem permitidos 4×4 por perto. São 12 quilômetros caminhando, ou seja, você começa o percurso logo depois do almoço e só retorna à Santo Amaro de noite. Já a trilha de Lavada, comunidade de apenas 3 ou 4 casas marcada pela vegetação soterrada pelas dunas, é mais facilmente acessada e é um acerto. Suas lagoas são um must, uma mais linda que a outra, absolutamente desertas. E o novo roteiro de Travosa, recém-aberto, também é interessante de fazer: o carro segue beirando o mar até o canto do parque, onde você vê com muita autenticidade os pescadores, marisqueiros e a vidinha da comunidade local de 600 habitantes (o foco do roteiro, contudo, não são as lagoas). O melhor a fazer é agendar os passeios com a própria pousada – a maioria delas tem braços de turismo também ou pode te ajudar a agendar sua programação com guias conhecidos cadastrados na cooperativa de turismo local.

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Anna Laura

Um dos maiores nomes do turismo no Brasil, Anna viaja há 10 anos em busca de construir um mundo mais consciente, sustentável e a favor da natureza, propondo mais autoconhecimento através de suas experiências pelo globo. Jornalista por formação e fotógrafa por vocação, é editora do Carpe Mundi e Co-founder da plataforma de curadoria em aluguel de temporada Holmy, 100% nacional e de equipe feminina.

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