O romantismo singular de Florença resiste aos tempos: nem a quantidade acachapante de turistas, nem as lojas e fast-foods trazidos pela globalização prejudicaram o encanto do seu conjunto de ruas apertadinhas, igrejas decoradas com afrescos e mármore, palácios dos séculos 15 e 16, heranças da arte renascentista e o jeito belo com o que a luz vai mudando os reflexos ao longo do dia no Rio Arno. Veja aqui o que fazer em Florença, com dicas de passeios e restaurantes.

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A saber: vale a pena comprar o Firenze Card, o passe de atrações de Florença?

Firenze Card é um passe válido por 3 dias que custa € 72 e que deixa entrar sem filas nas atrações (com exceção da cúpula do Duomo, para a qual é preciso reservar horário). Como costuma acontecer com esse tipo de passe, ele só vale a pena se você for algum tipo de maratonista de museus e igrejas. Se sua intenção é visitar o básico (Galleria degli Uffizi, Galleria dell’Accademia, Capela Médici, Jardins e Boboli e museu e cúpula do Duomo), não precisa comprar o passe. Sobre as filas: elas só ocorrem na Galleria degli Uffizi e Galleria dell’Accademia, e você resolve isso comprando o ingresso pelo site (mesmo com as taxas de reserva fica mais barato do que comprar o passe).

Bate-volta em outras cidades da Toscana: vale a pena?

Se você tem entre três e cinco dias em Florença, o ideal é dormir por lá mesmo e só fazer passeios bate-volta na Toscana. Reserve um dia para ir a Pisa e San Gimignano ou Pisa e Lucca e outro para Siena – faça os trajetos de ônibus ou trem. Se tiver entre seis e dez dias, você pode então alugar um carro e  dormir em alguma cidade pequena, como a própria San Gimignano ou Montepulciano, e aí explorar outros vilarejos. Continue lendo pra saber o que fazer em Florença.

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CONHECER O DAVI NA GALLERIA DELL’ACCADEMIA

Você pode nem saber, mas vai a Florença para vê-lo: o Davi de Michelangelo, uma das maiores obras-primas do Renascimento e das estátuas mais reconhecidas do mundo. Com seu olhar altivo e seus mais de cinco metros de altura, o moço entalhado num pedaço único de mármore quando Michelangelo tinha apenas 26 anos (!) impressiona mesmo com a multidão de chineses tirando selfies em volta. As salas adjacentes têm mais coleções de pinturas – vale pegar o áudio-guia. Ingresso: € 8 – compre pela internet pra não pegar fila.

PASSEAR PELOS JARDINS DE BOBOLI

Eles ficam ao redor do Palazzo Pitti, que já foi a residência oficial dos governantes de Florença e hoje abriga exposições. Os belos jardins em estilo toscano, criados em meados do século 16, têm aleias com roseirais, ciprestes, cercas-vivas, fontes e algumas belas vistas para Florença – passeio delicioso pra um dia de sol. Não precisa comprar ingresso (€ 10) online. Continue lendo pra saber o que fazer em Florença.

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ADMIRAR O DUOMO (CATEDRAL DE SANTA MARIA DEL FIORE)

A catedral de Florença impressiona até quem já está perto de ter uma overdose de igrejas viajando pela Itália. Você nunca viu nada igual sua fachada detalhadíssima em mármore rosa, verde e branco – sua construção foi iniciada em 1296 e demorou quase 150 para ser finalizada. Entrar no Duomo é de graça, mas se você quiser visitar o museu, o campanário e a cúpula precisa comprar o ingresso por € 15 (melhor pela internet).

TOMAR UM GELATO NA ORIGEM

Diz-se que o sorvete foi inventado como sobremesa em Florença, na época do Renascimento e dos Médici. Mais uma desculpa para você se acabar nas melhores gelaterias da cidade. Muitos assumem que o da La Carraia, onde você chega depois de atravessar a Ponte alla Carraia, é o melhor da Itália (ou do mundo?). A Vivoli é dita a mais antiga da cidade – peça o de mil-folhas. Vale também passar na Perchè no? e na Gelateria dei Neri.

CURTIR O APERITIVO (OU HAPPY HOUR) NO BAR LA TERRAZZA, NO HOTEL CONTINENTALE

Não sou muito afeita a bares de hotel, mas a localização desse é imbatível, debruçado sobre o Rio Arno. Chegue antes das 18h para conseguir lugar, peça um espumante (que vem com azeitonas e queijinhos) e admire o pôr do sol antes de ir jantar em algum outro lugar.

ENTAR NA BASÍLICA DE SANTA CROCE

O bonito exterior em mármore colorido, parcecido com o do Duomo, contrasta com o interior austero, onde estão túmulos de personagems como Michelangelo, Galileu e Maquiavel, com bonitas capelas, estátuas e afrescos. Da livraria da igreja você pode acessar a Scuola del Cuoio, que mostra artesões trabalhando peças de couro, atividade historicamente típica dessa região da cidade. Fato bizarro: em 2017 um turista morreu atingido por um capitel que despencou de uma coluna da igreja.

COMER O PANINO MAIS FAMOSO DA CIDADE

O que fazer em Florenla: as calçadas do centro de Florença são puro agito. Em frente ao All’Antico Vinaio, o pessoal faz fila para provar alguns dos paninos mais famosos de Florença, com recheios diversos e tamanho-família, que você pode acompanhar com uma garrafa de vinho comprada em algum mercadinho.

ALMOÇAR NO MERCADO DE SANT’AMBROGIO

Perto da Basílica de Santa Croce, o mercado é bastante frequentado pelos fiorentinos do bairro, com suas banquinhas de furtas, flores, pães, queijos, embutidos. E, melhor ainda: ali dentro fica a maravilhosa Trattoria da Rocco, de comida roots e familiar. Sente nas mesas comunitárias, arranhe o italiano com o proprietário figura e prove a lasanha, a berinjela à parmegiana, o lampredotto e o que mais te apetecer, tudo delicioso, tudo barato. Chegue antes das 13h pra conseguir sentar.

OBSERVAR O PÔR DO SOL NA PIAZZALE MICHELANGELO

O que fazer em Florença: esse point não é segredo pra ninguém, vide a multidão que ruma à praça em procissão para ver o dia findar. Esse terraço do século 19, criado pelo arquiteto Giuseppe Poggi, tem de fato uma vista especial para Florença. Se for verão, passe no Giardino delle Rose na saída ou na chegada para ver as rosas. Continue lendo pra saber o que fazer em Florença.

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REPARAR NOS GRAFITES DE CLET ABRAHAM E PASSAR NO SEU ATELIÊ

O que fazer em Florença: você deve reparar que alguns sinais de trânsito de Florença foram estilizados pelo premiado artista francês Clet Abraham, que mudou para a cidade e montou seu estúdio ali. No caminho para a Piazzale Michelangelo, você pode dar uma passadinha para comprar stickers, bottons e outras coisinhas com as imagens espirituosas dele.

JANTAR NA CONCORRIDA TRATTORIA SOSTANZA

Faça o que eu digo: assim que chegar em Florença, peça para o recepcionista do seu hotel fazer uma reserva no Sostanza. É sua chance de comer num restaurante toscano tradicionalíssimo, aberto desde 1869 – fotos de celebridades e matérias de jornal nas paredes acusam o sucesso. Nas longas mesas comunitárias, sem frescura, são servidas especialidades como lombatina di vitela e bistecca alla fiorentina, além de massas clássicas (você deve gastar no mínimo € 20 por pessoa). Uma experiência.

VER BOTICELLI NA GALLERIA DEGLI UFFIZI

Possivelmente o museu mais deslumbrante da Itália, a galeria abriga a coleção de arte privada da família Médici, doada à cidade em 1793. O acervo inclui corredores imensos de esculturas gregas e romanas a pinturas do século 18, mas o grande show é das obras renascentistas, em especial as salas dedicadas a Sandro Boticelli. Também tem Michelangelo, Caravaggio, Leonardo da Vinci e outros nomões. Importante: como o museu costuma ter filas grandes, compre o ingresso com hora marcada pelo site.

APRENDER SOBRE ÍCONES DA MODA MUNDIAL

A indústria italiana da moda foi nascida e criada em Florença. Se você tiver algum interesse no assunto, vale ver o museu do Salvatore Ferragamo (€ 5), estilista que abriu sua primeira loja na cidade nos anos 1920. Recém-repaginado e reaberto em janeiro de 2018, o Gucci Garden é um complexo dentro do Palazzo della Mercanzia que inclui um museu, uma loja com itens exclusivos e, apenas, um restaurante do chef Massimo Bottura (considerado um dos melhores do mundo). O ingresso custa € 8.

COMER E COMPRAR NO MERCATO CENTRALE

O mercadão central da cidade é rodeado por uma feira ao ar livre que vende de produtos artesanais a tralha da China. Dentro da construção de ferro e vidro do século 19, o primeiro andar é dedicado a um mercado em si, com açougue, queijos, frutas, pães, etc. Já o andar superior é, desde 2014, uma espécie de praça de alimentação gourmet aberta pelo restaurateur Umberto Montano. O lugar é uma mão na roda para uma série de situações: para comer sem gastar muito, em horários que muitos restaurantes estão fechados (tipo no meio da tarde), pra jantar quando você não tem reserva em lugar nenhum e é difícil encontrar um lugar nos restaurantes bacanas. E, entenda, come-se muito bem ali: os vendedores são superselecionados e muitas vezes de chefs badalados. Tem pizza de Stefano Callegari e massa fresca de Raimondo Mendolia, por exemplo .

ENTRAR NA CAPELA DOS MÉDICI

O que fazer em Florença: jazem aqui 49 membros da família Médici, que marcou a história de Florença e foi grande incentivadora do desenvolvimento das artes na cidade. Para enfeitar seu mausoléu, usaram granito, mármore, pedras preciosas e belas esculturas de Michelangelo. Ingresso: € 11.

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