Fora a boa dose de cultura, história e paisagens, o Marrocos é um destino econômico e atraente em tempos de dólar nas alturas, além de seguro – diferente dos vizinhos conturbados do norte da África.

Selecionamos os destinos mais bacanas do país para você programar o melhor roteiro turístico no Marrocos.

TURISMO NO MARROCOS: COMO SE PLANEJAR

O país é muito diverso e merece um roteiro à altura, melhor numa viagem de duas semanas.

Roteiro 1: Voar a Casablanca (com a Royal Air Maroc, que opera voos diretos partindo de São Paulo, ou com a LATAM ou alguma companhia europeia, com conexão nas principais cidades da Europa – o mais comum é usar Barcelona, Madri ou Lisboa como stop). E aí seguir o itinerário: Casablanca – Rabat – Chefchaouen – Volubulis – Meknes – Fez – Merzouga – Dades Valley – Ouarzatate – Essaouira – Marrakech.

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Roteiro 2: Voar a Marrakech (com a Royal Air Maroc, fazendo conexão em Casablanca, a LATAM ou alguma companhia europeia com parada em uma das principais cidades da Europa). E aí seguir o itinerário: Marrakech – Essaouira – Ouarzazate – Dades Valley – Merzouga – Fez – Meknes – Volubilis – Chefchaouen – Rabat – Casablanca.

COMO CIRCULAR

Quem busca liberdade de poder parar nos cenários lindos do país pelo caminho deve ir de carro alugado. Até porque não há trem ou boas opções de transporte público ligando Marrakech ao Deserto do Saara, por exemplo. Mas é preciso evitar andar com o carro nas cidades: o trânsito dentro das Medinas é coisa de louco e na maioria dos lugares veículos não entram. Com mais grana pra investir, tours com motorista e guia privados funcionam bem e não são cansativos. A empresa Sahara Atlas Tours tem ótimos guias de tribo berberes, que conhecem o país como ninguém. As grandes cidades como Marrakech, Casablanca e Rabat também tem voos e trens conectando-as. E dá pra fazer alguns roteiros de ônibus, o que sai mais barato, mas é bem demorado.

Em tempo: Medina é o nome dado à parte histórica das cidades, que costuma ser murada e envolver fontes, palácios e mesquitas. Souk são os mercados tradicionais dos países árabes.

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Casablanca

Impossível ouvir esse nome e não lembrar do filme homônimo, mas a fama não faz muito jus ao local. Casablanca é a cidade mais populosa e moderna do Marrocos e funciona bem como porta de entrada, já que é aqui que chega a maioria dos voos internacionais. Em um dia, você pode visitar uma das principais atrações do país: a linda Mesquita Hassan II, imperdível não só pela construção debruçada sobre o Oceano Atlântico, mas também por ser uma das poucas mesquitas marroquinas abertas pra visitação. Uma volta pelo Boulevard de la Corniche, a avenida à beira-mar, onde fica o Morocco Mall, maior shopping do Marrocos, e uma refeição no Ricky’s Café (inspirado, adivinhem, em qual filme…) completam o dia.

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Chefchaouen

TURISMO NO MARROCOS: Cidade azul, capital do haxixe, reduto hippie… são várias as definições de Chefchaouen, encravada nas Riff Mountains. Vale a pena desviar o caminho rumo a Fez pra passar um dia perdido por sua Medina, uma das mais bonitas e originais do turismo no Marrocos. É também uma boa oportunidade pra sentir a simpatia genuína dos locais, sem a muvuca e o apelo turístico de lugares mais manjados, como Fez e Marrakech. Aqui, a boa é cursar suas ruelas, pechinchar nas lojinhas (encarando as muitas ofertas de haxixe que alguns vendedores fazem) e se acabar nas fotos.

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Rabat

Uma viagem de 1 hora e meia de carro separa a moderna Casablanca da tradicional Rabat, capital do Reino. Além de ter uma das Medinas mais tranquilas do Marrocos, toda pintada de azul e branco, a cidade imperial guarda outros tesouros como a Kasbah dos Oudayas, o mausoléu do Rei Mohammad V (venerado em todo o país), a Hassan Tower e as imperdíveis ruínas de Chellah.

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Volubilis

No caminho entre Chefchaouen e Fez, o sítio arqueológico de Volubilis, Patrimônio Mundial da UNESCO, guarda as mais bem preservadas ruínas romanas do norte da África, que já foram parte da cidade mais meridional do Império Romano. O ideal é pegar um dos tours oferecidos por guias locais, que contam detalhes do local, como os ricos mosaicos que permanecem intactos desde o Século XI.

Meknes

Não muito longe de Volubilis fica Meknes, uma das quatro cidades imperiais do Marrocos, que costuma ser injustamente ignorada frente as suas irmãs mais famosas. Meknes parece uma mistura em miniatura de Fez e Marrakech: seu ponto central é a El Hedim, uma animada praça, ao redor dos quais estão um dos melhores souks do país, uma bonita Medina e o mausoléu do Mouley Ismail, sultão conhecido pela crueldade com que governava o Reino, e por ter tido 888 filhos com mais de 550 mulheres ao longo de sua vida (!).

Fez

TURISMO NO MARROCOS: Fez é conhecida como a capital cultural do país – e, se você é noveleiro, como cenário pra partes da global O Clone. Ideal pra uma estadia de 2 dias, Fez parece estar em outro século: nas ruas estreitas da Medina, só passam pedestres e burros de carga. Não perca a sagrada Medersa Bou Inania; a Universidade Kairouine, fundada em 859 d.C., o souk e o famoso cortume, onde são tingidos tapetes. Com mais tempo, visite também o Mellah, antigo bairro judaico.

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Merzouga

A viagem de carro de Fez para Merzouga não é pra amadores (ta aí um bom lugar pra ir com guia) – são mais de 6 horas dirigindo, em boa parte do tempo sem qualquer sinal de civilização. Vale a pena pela variedade de paisagens, começando com Ifrane, cidade nas montanhas, onde no inverno funciona uma estação de esqui. Aos poucos, o cenário repleto de carvalhos vai totalmente dando lugar à aridez do deserto. É o Saara se aproximando. Fique 2 dias em Merzouga: no primeiro, monte num camelo durante o pôr do sol, rumo aos acampamento no meio das dunas de Erg Chebbi, onde você passará a noite (há desde as opções mais simples até as mais luxuosas). No segundo, após assistir ao amanhecer, dedique-se a explorar as paisagens desérticas em trilhas off road, entre os destaques do turismo no Marrocos. Ainda dá pra visitar a tribo local Gnaoua, assistir a um espetáculo de dança e música típicas e provar a tradicional pizza berbere.

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Alto Atlas

TURISMO NO MARROCOS: Prova cabal de que o Marrocos tem um farto mosaico de paisagens, o Alto Atlas guarda uma das regiões mais bonitas do país: o surreal Dades Valley. Repleto de palmeirais, oásis, cabras e ovelhas, o vale abriga três formações naturais: as gargantas de Todhra e de Dades e as Monkey Fingers Mountains. Pode-se ainda visitar o Valley of the Roses pra fazer trilhas e ver aldeias nômades e vilas berberes.

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Ouarzazete

A cidade já serviu de locação para filmes como A Múmia, Gladiador, Babel, Lawrence da Arábia, e até alguns episódios de Game of Thrones – tudo é explicado no Museu do Cinema (Avenue Mohammed V). Perto dali, veja a cidadela medieval de Aït Ben Haddou, onde foram rodadas várias cenas de alguns dos longas citados acima.

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Ouarzazate

Essaouira

Saindo de Ouarzazate, pegue a Rota das Caravanas em direção a Marrakech, que oferece mais uma série de vistas espetaculares para as montanhas do Alto Atlas. Uma vez atingindo o litoral, é possível visitar as cooperativas que produzem o famigerado óleo de argan e avistar as árvores que originam o fruto da onde ele é extraído. A parada final é a cidade de Essaouira, uma joia pouco visitada no Marrocos. Se você curte fotografar, vai pirar na medina azul e branca e no cais repleto de barquinhos, com gaivotas cruzando o céu e o mar batendo nas rochas.

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Marrakech

Pra encerrar – ou começar – viagem, Marrakech é a mais frenética cidade de turismo no Marrocos. Seu cartão-postal, a praça Jemaa el-Fnaa, é repleta de encantadores de serpentes, músicos, barraquinhas vendendo comida de rua e muita, mas muita gente. O souk está entre os mais completos, confusos e populosos do país – e o assédio dos vendedores parece ser mais insistente que em qualquer outro lugar. Na Medina, pedestres e comerciantes disputam espaço com motociclistas. Mesmo com toda essa loucura (ou talvez por causa dela), Marrakech é cativante. Na parte moderna, os Jardins Majorelle, que pertenceram ao estilista Yves Saint-Laurent, oferecem um refúgio de silêncio.
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O AUTOR

Fabio Calderon

Jornalista especialista em turismo, tem 65 países no currículo e é fissurado em bons pratos, road trips e tardes inteiras em museus.

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