QUANDO IR PARA CUNHA SP
Encravada na Serra do Mar, entre São Paulo, Rio de Janeiro e Paraty, Cunha é um daqueles destinos que encantam o ano todo – seja pelas paisagens montanhosas, pelo clima de interior ou pelas experiências que envolvem arte, natureza e gastronomia. Mas afinal, qual a melhor época para visitar Cunha?
A seguir, explicamos o que esperar em cada estação e a melhor época para visitar o local.
ÍNDICE:
- Como chegar em Cunha (SP)?
- Quando ir para Cunha (SP)?
- Quanto tempo ficar em Cunha (SP)?
- Onde se hospedar em Cunha (SP)?
- O que fazer em Cunha, SP?
Quem visita Cunha logo entende por que tanta gente chama a paisagem de “mar de morros”. A cidade é cercada por morros arredondados que se estendem até onde a vista alcança, criando um cenário bonito e tranquilo, bem típico da região serrana.
Como chegar em Cunha (SP)?
SÃO PAULO: Cunha fica a 250 km de São Paulo, em uma viagem que dura cerca de 3h15 com acesso via Rodovia Presidente Dutra (até Guaratinguetá) e Rodovia Paulo Virgínio (SP-171). É ao entrar na saída 65 da Dutra que você começa a desapegar da paisagem mais urbana e ir se acostumando e se infiltrando por meio da estrada acompanhada do verde, onde predominam lojinhas de artesanatos e móveis rústicos. A via em questão faz parte do Caminho Velho da Estrada Real, usado para escoar o ouro do interior de Minas Gerais até Paraty no século 17.
RIO DE JANEIRO: Para quem vem do centro do Rio de Janeiro, são 295 km de distância com acesso pela Rodovia Governador Mario Covas e BR-101 sem pedágio. Já para quem está saindo de Paraty, são apenas 46 km via trecho Paraty-Cunha.
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QUANDO IR PARA CUNHA SP
Quando ir para Cunha (SP)?
O fato é: Cunha é democrática e tem espaço para atividades para o ano todo. Porém, os meses de outono e inverno costumam ser os mais movimentados, especialmente em julho, quando a cidade recebe o Festival de Inverno, com shows gratuitos na praça central e barraquinhas recheadas de comidas típicas. Mesmo durante a alta temporada, a cidade não fica lotada e é tranquila de visitar. É também nessa época que acontece a Festa do Pinhão e do Cordeiro, além da tradicional abertura dos fornos Noborigama nos ateliês de cerâmica, geralmente nos feriados e fins de semana. O frio característico da serra dá um charme a mais à cidade, convidando a experiências aconchegantes como hospedagens com lareira, cafés, trilhas e aquele vinho ao entardecer com vista para as montanhas.
Por outro lado, o verão, entre dezembro e março, marca o período de maior volume de chuvas na região, o que pode impactar nos passeios ao ar livre – grande parte das atividades em Cunha. Por isso, ao planejar sua viagem, vale considerar não só os eventos e festivais, mas também o clima da época, já que dias chuvosos podem atrapalhar visitas ao Lavandário, trilhas, cachoeiras e até o deslocamento em algumas estradas de terra.
Previsão por estação:
O inverno em Cunha, que vai de junho a agosto, é considerado o melhor período para conhecer a cidade – marcado por um clima seco e frio, principalmente durante a noite, criando o cenário perfeito para experiências mais aconchegantes e românticas. É a época ideal para se hospedar em chalés com lareira, curtir jantares intimistas à luz de velas e aproveitar vinhos e produtos artesanais da região, como azeites e queijos. Os ateliês de cerâmica também se tornam ótimos refúgios durante o dia.
Em tempo: o Festival de Inverno, ou “Acordes na Serra”, já em sua 30ª edição, acontece entre os dias 4 e 27 de julho de 2025, trazendo shows gratuitos na praça da Igreja Matriz. Entre as atrações confirmadas estão o cantor Zeca Baleiro e um concerto especial da Orquestra Joseense – ambos gratuitos. Além da programação musical, o festival também estimula o cenário gastronômico local, com barraquinhas e opções de comidas típicas nos arredores.
O verão em Cunha, entre dezembro e fevereiro, é marcado por dias quentes e úmidos, com chuvas frequentes, principalmente no fim da tarde – não é tão indicado. Ainda assim, você pode visitar quedas d’água como a do Desterro e a do Pimenta, explorar trilhas no Parque Estadual da Serra do Mar e aproveitar os cafés e restaurantes acolhedores da cidade. Como as chuvas são mais intensas nesse período, vale a pena incluir atividades em locais cobertos no roteiro, como casas de cerâmica e boas cafeterias.
O outono, que vai de março a maio, também é considerado uma boa época para visitar Cunha. Com temperaturas mais amenas e clima seco, os dias são claros e perfeitos para caminhadas, contemplação da paisagem e passeios tranquilos. É um período excelente para quem quer relaxar, explorar o centrinho com calma, visitar lojinhas de artesanato e se hospedar em pousadas charmosas. O pôr do sol no Lavandário costuma render vistas incríveis nessa estação, com céu limpo e tons dourados. Além disso, as chuvas diminuem bastante, garantindo mais estabilidade para aproveitar os passeios.
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Tudo sobre as lavandas em Cunha (SP): quando, onde e por que ir visitar
Na primavera, de setembro a novembro, a cidade ganha vida com a vegetação exuberante, os campos de lavanda em plena floração e o clima agradável, com dias ensolarados e noites mais frescas. É um ótimo período para visitar o Lavandário, o Olival e aproveitar trilhas leves pela região. Embora as chuvas comecem a se intensificar em novembro, o tempo ainda costuma colaborar bastante para passeios ao ar livre.
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Quanto tempo ficar em Cunha (SP)?
Para aproveitar todas as atrações da cidade, duas noites e três dias são suficientes. Para aqueles que querem fazer um turismo mais slow, conhecendo cada cantinho sem pressa, dá para estender mais um dia. Outra opção é ir de Cunha à Paraty e, de lá, seguir viagem para outras praias do Litoral Norte de São Paulo.
Onde se hospedar em Cunha (SP)?
Pousada Cheiro da Terra
A apenas 1,5 km do centrinho de Cunha em uma área de 20 mil m² repleta de verde, a Pousada Cheiro da Terra tem aquela vibe de vila caseira: são 21 chalés rústicos e aconchegantes, separados uns dos outros, com decoração única e vista para as montanhas. A proposta é simples: fazer você se sentir em casa – com uma pitada de serra, lareira acesa e natureza ao redor. Alguns chalés contam com hidromassagem e varandas com redes, como o Estrela, o maior da pousada – 120 m² com três suítes, varanda ampla e uma vista belíssima. Diárias desde R$ 440: RESERVE AQUI!
Ideal tanto para casais em busca de um refúgio romântico quanto para famílias, a pousada aposta na experiência: o dia começa com um café da manhã caprichado, com frutas frescas, geleias caseiras, pães quentinhos e bolos, e segue com momentos de puro relax: piscina com cascata, sauna finlandesa e um ateliê de cerâmica que é quase uma viagem à parte. Aberto desde 2004, o espaço convida hóspedes a experimentar a arte-terapia da argila com o próprio dono, Marivaldo, guiando cada etapa do processo. Tudo isso sob o olhar calmo da Jade, a border collie da casa, e ao som dos passarinhos – às vezes até um tucano aparece para completar o cenário. E para complementar a experiência de bem-estar, dá pra agendar uma massagem deliciosa com a profissional Paula Loureiro, que atende na pousada com um mix de terapias baseadas na medicina tradicional chinesa. Além de produzir os próprios óleos essenciais, ela trabalha com ventosas, reflexologia, escalda-pés e moxabustão. Veja mais aqui.
O que fazer em Cunha, SP?
O Lavandário
Do alto da montanha, as plantações de lavanda com o aroma clássico da planta criam o cenário de filme que todos esperam conhecer em Cunha. São mais de 40 mil pés, em uma área equivalente a 15 campos de futebol e, graças ao seu sistema de poda rotativo e o clima ideal (temperatura amena de dia e mais friozinho de noite), tem flor o ano inteiro para garantir lindas fotos. Por lá, além do ar serrano e os banquinhos espalhados sentar e admirar a paisagem, ainda é possível viver experiências imersivas à parte, como assistir à destilação do óleo essencial, ajudar na plantação de mudas ou acompanhar o processo de podas.
As massagens relaxantes e terapêuticas com óleo de lavanda também são um must – mas são disputadíssimas, feitas aos sábados e domingos mediante agendamento (a duração é de 1 hora e o valor é de aproximadamente R$ 200). Se quiser levar o cheirinho do local pra casa, não deixe de passar na lojinha e escolher produtos feitos à base das plantas pra chamar de seus: óleos, sabonetes, shampoo, condicionador, cremes, aromatizadores e velas.
O Olival
Há uns 20 minutos de carro desde a Pousada Cheiro da Terra, chega-se ao Olival, uma propriedade com pomar de oliveiras e infraestrutura gostosinha com café, artesanatos e um pequeno restaurante com um cardápio repleto de pratos feitos com produtos regionais. A visita não precisa ser longa, mas vale a passada. Por lá, as oliveiras são desenvolvidas ao som de música clássica, e por onde você anda, seja no mirante ou no restaurante, é possível curtir a vibe. Segundo os técnicos, a música, na frequência e tons certos, pode entrar em ressonância com frequências de oscilação natural das folhas, eliminando o número de pragas e o risco de doenças.
Para uma imersão no mundo das olivas, o Olival ainda oferece visitas guiadas pelos campos para conhecer mais sobre as condições de cultivo e manejo, junto com uma análise sensorial para aprender a reconhecer um azeite extra-virgem. Aberto de quinta a segunda, das 10 às 17h – as visitas guiadas acontecem de sábados, domingos e feriados em horários agendados.
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Trilha da Pedra da Macela
A Pedra da Macela está localizada em Paraty, mas seu acesso se dá por uma trilha a partir de Cunha, dentro do Parque Nacional da Serra da Bocaina. Saindo do centro de Cunha, são cerca de 23 km: 17 km pela Estrada Real e mais 6 km por uma estrada de terra bastante esburacada. Ao fim do trajeto, há um estacionamento simples; dali, é necessário seguir a pé, passando pelo portão lateral, já que o acesso de veículos é proibido. A trilha é autoguiada, gratuita e tem 2,3 km de subida íngreme, mas asfaltada. É um percurso cansativo, então vale ir preparado com roupas e tênis confortáveis, água e algum lanche. No topo, a 1.850 metros de altitude, a recompensa é uma vista espetacular. À direita, o mirante mais famoso oferece visão 360° de Paraty, Ilha Grande, Angra e Serra – perfeito para assistir ao nascer do sol no mar. À esquerda, a vista montanhosa é ideal para o pôr do sol, que pinta o céu por volta das 18h20.
Fazenda Aracatu
A Fazenda Aracatu, localizada no caminho para a Pedra da Macela, é uma parada encantadora para quem busca uma experiência mais rural e autêntica. À primeira vista, a fachada discreta pode passar despercebida, mas basta atravessar o deck de madeira para descobrir um espaço cheio de charme: um antiquário rústico, um empório com vegetais orgânicos, doces caseiros e um café acolhedor que serve bolos e tortas fresquinhas. O grande destaque, no entanto, são os produtos feitos com leite da vaca Jersey, raça conhecida por sua qualidade. No final da propriedade, os visitantes ainda podem conhecer de perto as vacas Jersey, além de bezerrinhos, ovelhas e outros animais da fazenda.
Ateliês de Cerâmica e Artesanato:
Augusto Campos e Leí Galvão
O Ateliê do Augusto e do Leí permite a imersão real na produção das cerâmicas, mas a grande atração mesmo é o forno noborigama que, com suas cinco câmaras, é o maior de Cunha. Na parte debaixo estão os produtos a venda, e ao subir as escadas, é possível assistir aos artesãos colocando a mão na massa, moldando as argilas e dando o acabamento final em peças como tigelas, sopeiras, travessas, xícaras, vasos e peças artísticas.
Suenaga e Jardineiro
Com peças de Kimiko Suenaga e Gilberto Jardineiro, o grande galpão é um clássico entre os ateliês locais. Finalizadas no forno noborigama com câmaras interconectadas, as peças estão por toda parte: na decoração, na exposição e até no chão. Elas têm como característica padrão o uso de argilas locais envelhecidas e esmaltação a base de minerais decantados ou cinza de casca de arroz, cinza de eucalipto e vitrificada.
Casa do Artesão
Se estiver com o tempo mais curto, vá à Casa do Artesão. Considerado o principal ponto de cerâmica de Cunha, a associação que funciona há 37 anos fica situada na sede da Secretaria de Turismo e funciona como um espaço artístico desde 1988, quando foi aberto o primeiro ateliê de cerâmica da cidade. Para expor, precisa ser um morador da cidade e você encontra o trabalho de diversos artistas – tigelas, canecas e pratos às pinturas, bordados e até doces. E para quem gosta de novidade, todo mês a Casa do Artesão recebe no piso superior uma exposição temporária com obras de um artista internacional, trazendo sempre novos olhares e inspirações ao espaço.
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Cerâmica Cassinha
A Cerâmica Cassinha é uma charmosa loja-ateliê em Cunha, comandada por uma família de três, mãe, pai e filha, que produzem artesanalmente peças utilitárias e decorativas, como pratos, xícaras, bowls, boleiras e travessas. Em um espaço de quatro andares no centro da cidade, o local também oferece oficinas de cerâmica, onde os visitantes podem criar suas próprias peças, que ficam prontas em cerca de 20 dias (ou até 60 dias, dependendo do tamanho da peça). Além de vender direto na loja, a Cassinha aceita encomendas personalizadas para presentes, casamentos, empresas e mais, com entregas para todo o Brasil. Obs: aberta de segunda a sábado das 9h às 18h e aos domingos até as 16h.
Lápis Lazuli
Fundado em 2011, o ateliê Lápis Lazuli é um espaço dedicado à criação de jóias autorais em prata 950, com sede em Cunha e em Paraty. À frente de tudo está Ilza, artista e idealizadora que desenha peça por peça com cuidado e personalidade, escolhendo a dedo o formato, as cores e as pedras. O destaque fica para o uso da pedra lápis-lazúli, que deu o nome ao ateliê, de azul intenso, cuja coloração vem da presença natural da Lazulita. O local trabalha com joias exclusivas como braceletes, colares, anéis, brincos e tornozeleiras, e oferece encomendas sob medida, valorizando o design e a beleza natural das pedras brasileiras. Os valores saem a partir de R$ 150 e variam conforme o tipo de peça, tamanho e acabamento, com envio para todo o Brasil.
Cachoeiras
Cachoeira do Pimenta
A cachoeira está inserida em uma paisagem preservada com três níveis de contemplação. Na parte mais baixa, onde o acesso é feito de carro, há estacionamento, deck, banheiro e lanchonete. Subindo cerca de 50 metros pela trilha, há um espaço com grandes pedras mais tranquilo para ficar e tomar banho de cachoeira. E seguindo no trajeto é possível chegar ao local onde ficava a antiga usina hidrelétrica da cidade – também um dos pontos mais bonitos da queda d’água.
Cachoeira do Desterro
A do Desterro é menos conhecida por ser menor, mas, consequentemente é mais tranquila. Ela fica localizada em uma propriedade particular, mas é só abrir a porteira e seguir caminho. A queda d’água é leve, pouco volumosa e tem três véus de água. Para chegar até lá não é difícil: é seguir pela estrada de terra e ir olhando as placas caseiras que indicam a direção. Outra opção é colocar no Waze ou Google Maps off-line antes de sair do hotel ou de uma zona de Wi-Fi.