GUIA DE TULUM

Tulum é absolutamente apaixonante.

Tem as ruínas mais incríveis e fotogênicas do México, sol escaldante o ano todo em suas praias de areia branquinha sombreadas por palmeiras e banhadas pelo mar caribenho verde-esmeralda, um centrinho que ferve de hotéis-boutique, lojas e restaurantes da moda e um mood cool que atrai as tribos mais trendy do globo.

Tulum fica a 128 km de Cancún, seguindo ao sul. É na sua Zona Hotelera (numa clara referência a de Cancún, apesar de não ter absolutamente nada a ver com ela), que se estende pela Carretera Tulum – Boca Paila, ainda parcialmente coberta por vegetação dos dois lados, que tudo acontece. Ali pousaram americanos e outros gringos que não se identificavam com o turismo montado da região e foram buscar tranquilidade (que naquele tempo batia o ápice ali), originando pequenos hotéis e pousadinhas que acabaram por se transformar em descolados hotéis-boutique com inspirações arquitetônicas de outro planeta como Azulik.

Hoje, Tulum ocupa o posto de um dos destinos mais hypados que existem. Em sua estradinha principal, na rua da praia, fachadas charmosas de lojas de artistas independentes enganam quem busca simplicidade: o preço de um maiô preto com decote em V dentro do comum chega aos US$ 300. Bares e restaurantes onde você precisa fazer reserva servem drinks que vêm em copos de caveira, exalando gelo seco e fazendo marcar o valor da experiência. Mas também há lojinhas de artesanato gostosas de garimpar, food trucks e uma atmosfera simple living que domina geral – a galera que frequenta Tulum, tendo ou não fortunas nos bolsos, não é do estilo de ostentar.

No lugar do sistema all-inclusive, os shoppings e as baladas americanizadas de Cancún, há spas e aulas de yoga, um clima holístico e festas contidas onde tocam só DJs famosos do set internacional. E Tulum guarda aquele magnetismo leve e praiano que faz a gente amar lugares como Caraíva e Pipa. Lugar pra você se hospedar com o pé na areia e não trocar os chinelos pelo resto da estadia. Pra quem busca um destino verdadeiramente autêntico, em que o transporte oficial é a bike, onde a natureza, as relações e a vida saudável são valorizadas acima de tudo e há um quê de charme e design a cada esquina, este é o seu lugar.

GUIA DE TULUM

O QUE FAZER EM TULUM:

Se a ideia for ficar em Tulum e curtir tudo do destino, desde suas lindas praias às estruturas dos hotéis e beach clubs, culinária de ponta dos restaurantes, centrinho animado com lojinhas e seus cenotes e reservas naturais, uma bike vai ser mais do que suficiente. E olha que em uma semana ainda vai faltar tempo pra explorar e descobrir o que realmente é Tulum. Agora, se a ideia for unir a viagem com outros passeios pela Riviera Maya, você vai precisar alugar um carro ou contratar excursões pra chegar aos destinos e atrações vizinhas, como o sítio arqueológico de Chichén Itzá.

Tulum (sítio arqueológico)
Rara cidade maia construída à beira-mar, protegida por muralhas. Hoje você percorre caminhos de areia com iguanas correndo aos seus pés entre várias ruínas, com a água turquesa gritando ao fundo. O Castillo, a estrutura principal, tem três pisos e 12 metros de altura – é tradição tomar banho de mar bem emsua frente. É o sítio arqueológico mais bonito do Caribe.

Playa Paraíso
A praia mais afamada de Tulum tem cenário de folheto de agência de viagem, com mar de um azul inebriante, areia branca que ofusca o olhar e barquinhos coloridos que parecem ter sido colocados ali propositalmente para a foto. Beach clubs dispõem espreguiçadeiras na areia e servem almoço. Sua continuação é a Playa Pescadores, igualmente encantadora.

villa-pescadores-hotel

Cenotes

Cavidades naturais de água doce que conectam a superfície com águas subterrâneas, nos mais de 10 mil cenotes espalhados pela Península de Yucatán formam-se espécies de piscinas claras, translúcidas e limpas. Dá pra alugar um carro e passar a viagem caçando e elegendo os mais impactantes da região. Pertinho do Pueblo de Tulum, numa distância pedalável e bike, vale conhecer o pequenino Cenote Calavera, cujo poço azul fotogênico caiu no gosto do Instagram, e o Grand Cenote, com tartaruguinhas nadando entre cavidades rochosas na água turquesa, envolta pela vegetação. Se quiser alugar um carro e desbravar cenotes além, vale esticar até o Cenote Dos Ojos e sua lagoa azul entre estalagmites e estalactites; o popular Cenote Ik-Kil e seu profundo poço marcado por raízes de plantas penduradas (melhor num bate-volta à Chichén Itza devido à proximidade); e o Cenote Suytún, onde colunas de estalactites contrastam com a plataforma de pedra em meio à água azul onde batem raios solares.

calavara-tulum

Centrinho/estrada da praia (Zona Hotelera)

Pedalar sem rumo pela estrada da praia, no burburinho da Zona Hotelera, é uma delícia – a maioria dos hotéis têm bikes pra emprestar ou alugar. A porção que vai do Coco Tulum ao Sanará Tulum é a melhor, onde está o bar Todos os Santos conhecido por seu bem elaborado menu de drinks à base de mezcal, a sorveteria Origami Gelato, as peças de roupas gracinha da Bendito Tulum, os quadros fotográficos com paisagens de natureza daPepe Soho Photography, as bolsas, carteiras e chapéus fabricados no México da Km33 e a fachada inspiradora e Instagramável damr. blackbird. Mas lembre-se de que em todas essas boutiques, o preço de uma simples blusinha provavelmente vai ultrapassar os US$ 100. Se a ideia for comprar sem gastar muito, o melhor lugar pra garimpar é o Pueblo de Tulum, uma cidadezinha feiosa na beira da estrada 307, que vem de Cancún, onde dá pra achar artesanatos fofos a preços justos.

Beach clubs

Curtir praia em Tulum é sinônimo de eleger um beach club pra passar o dia na areia torrando no sol, se refrescando no mar, aproveitando playlists de música eletrônica e comendo e bebendo bem no meio tempo. O Papaya Playa Project tem cabanas de onde se escuta DJs residentes tocarem numa extensa faixa de areia sem pedras, o Coco Tulum e seu deck de madeira pintado de branco com balanços no lugar de cadeiras e quadros revelando o mar é um dos cenários mais fotografados da praia e o Nomade conta com uma das atmosferas mais agradáveis com décor beach-boho e imensas estruturas de triângulos com redes pra relaxar – mas a consumação mínima ali é de US$ 50 na alta temporada.

Experiências holísticas

Viajar a Tulum está totalmente ligado a mergulhar em experiências projetadas para o bem-estar do corpo e da mente. A maioria das práticas envolve sessões de meditação e sound healings, yoga e massagens, mas também há técnicas mais imersivas como a cura maia proposta no spa do Sanará Tulum com um abuelo mexicano de uma aldeia típica que harmoniza o DNA através de uma cerimônia energética e a leitura do mapa astral, a sinastria amorosa ou a orientação através do tarot com uma astróloga maia com 20 anos de experiência. No Ahau Tulum, além das aulas tradicionais de yoga nas modalidades vinyasa, power e hatha yoga, há aeroyoga no tecido, além do banho de vapor mexicano chamado de temazcal, que propõe limpar as energias densas do corpo, e as meditações dos círculos de lua nova e círculos de mulheres na lua cheia.

Reserva da Biosfera De Sian Ka’an
Patrimônio da UNESCO um pouco mais desconhecido que os cenotes no mundo do turismo, é uma linda reserva ambiental de 5 280 km². Organizados por uma cooperativa maia, os passeios levam por lagoas e canais de água verde-fluorescente com parada em pequenos sítios arqueológicos. Em certo momento, o barco aporta em um píer para você continuar nadando pelo canal, flutuando na verdade, deixando a correnteza te levar. O único som que se ouve é dos passarinhos e do vento correndo entre a vegetação baixa e o manguezal. Um verdadeiro refúgio de natureza selvagem.

GUIA DE TULUM

ONDE COMER EM TULUM

A gastronomia em Tulum reflete muito a vibe do destino: hipster, good vibes, natural, da moda, badalado. Não faltam lugarzinhos fotogênicos de sucos, açaís e kombuchas orgânicas como o The Real Coconut e sua tostada de avocado, as bebidas do quiosque de madeira do Matcha Mama a restaurantes chiquetosos servindo pratos ousados de alta culinária e drinks criativos em copos exagerados como o Rosanegra – mas sempre nessa pegada praiana despojada. Uma experiência imperdível é tomar um coquetel nas redes sobre a selva do Kin Toh, restaurante do hotel Azulik (faça reserva, a concorrência é enorme).

LEIA O POST DE ONDE COMER EM TULUM COM REVIEWS DE RESTAURANTES COMPLETAS AQUI

GUIA DE TULUM

ONDE FICAR EM TULUM

O que levar em conta pra escolher o seu hotel:

Quem vem do Aeroporto de Cancún, dirigindo 128 km pela estrada 307, avista placas sinalizando a chegada a Tulum numa cidadezinha nada atraente na beira da estrada. Ali fica a área chamada de Tulum Pueblo, onde ficam os supermercados e serviços em geral, além de hostels baratinhos e o único hotel de bacana da área, com diárias mais em conta: o Holistika Tulum (diárias desde US$ 50 nos quartos compartilhados e US$ 180 nos privados). Seguindo a estradinha rumo à praia, virando à esquerda chega-se ao sítio arqueológico de Tulum, a bonita Playa Paraíso e o Villa Pescadores (diárias desde US$ 209) e hotéis como o top dos tops Azulik (diárias desde US$ 428). Mas é à direita onde tudo realmente acontece, no burburinho da estrada da praia, na chamada Zona Hotelera e o gostoso centrinho de Tulum onde as bikes são o transporte oficial. Ali estão quase todos os hotéis-boutique novinhos, como o Sanará Tulum (diárias desde US$ 360), lojas e restaurantes da moda, espalhados pela extensão da Carretera Tulum – Boca Paila. O preço por noite não é o mais barato, mas entrega a experiência completa Tulum. Outra opção é optar por uma casa de aluguel em condomínios-boutique como Mahayana Tulum e o Zorba Tulum, tendência em alta pra quem viaja em grupos – paga-se até menos de US$ 300 por diária sem abrir mão do conforto de um hotel. Leia mais sobre casa de aluguel em Tulum aqui.

LEIA O POST DE ONDE FICAR EM TULUM COM REVIEWS DE HOTÉIS COMPLETAS AQUI

casas-para-alugar-em-tulum

GUIA DE TULUM

Tem alguma dica imperdível? Deixe nos comentários!

Anna Laura

Um dos maiores nomes do turismo no Brasil, Anna viaja há 10 anos em busca de construir um mundo mais consciente, sustentável e a favor da natureza, propondo mais autoconhecimento através de suas experiências pelo globo. Jornalista por formação e fotógrafa por vocação, é editora do Carpe Mundi e Co-founder da plataforma de curadoria em aluguel de temporada Holmy, 100% nacional e de equipe feminina.

10 comentários

Deixe seu comentário

voltar ao topo