Chiang Mai, a capital cultural da Tailândia, tem um centrinho bacana, templos vistosos, cafés hipsters, aulas de gastronomia, santuários de elefantes e mercados mil.

Quatro ou cinco dias inteiros é o tempo ideal pra curtir a cidade. Veja abaixo o que fazer em Chiang Mai.

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Manual definitivo das melhores praias da Tailândia // Veja quanto custa viajar no Sudeste AsiáticoO que fazer em Chiang Mai: antes de tudo, é bom saber…

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VALE A PENA COMPRAR ALGUM DOS MIL TOURS QUE VOCÊ VERÁ SENDO VENDIDOS EM CHIANG MAI?

Pode ser que sim, mas tem que tomar muito cuidado com a empresa escolhida. Lembre-se: a Tailândia é um país extremamente turístico que deixa muito a desejar no cuidado com seu meio ambiente, animais e pessoas. Você vai ver gente querendo te levar pra andar de elefante (leia mais sobre isso abaixo), “zoológicos” de tigres, shows de macacos e cobras dançantes e, se não tão obviamente antiéticos, simplesmente experiências medíocres em que você vai passar horas dentro de um ônibus pra algumas paradinhas pra fotos. Se você quer usar Chiang Mai como base para ver um pouco mais das montanhas do norte da Tailândia e conhecer (e ajudar) minorias étnicas que vivem por ali, compre tours com empresas socialmente responsáveis que repassam a renda para as comunidades locais. A Local Alike é provavelmente a melhor delas, e no site tem tudo bem explicadinho, vale dar uma olhada. Outras empresas recomendáveis são a Green Trails e a Pooh Eco-Trekking.

VALE A PENA FAZER UM BATE-VOLTA A CHIANG RAI?

Depende. Se você é do tipo que gosta de fazer tours em que você passa longas horas se deslocando e faz umas paradinhas para fotos, vai nessa. Se não, nem pensar. O tour clássico que visita o Wat Rong Khun (Templo Branco), em Chiang Rai, uma tribo da etnia Karen (chamadas pejorativamente de “mulheres-girafa”) é longo (começa 7h30 da manhã e termina 20h da noite) e pra mim representa o pior do turismo de massa na Tailândia. O templo branco é de fato bonito, mas o resto são paradas em mercados sem graça e a visita à tribo é bem controversa (o pessoal do 360 meridianos escreveu sobre ela aqui).

MAS ENTÃO VALE A PENA IR A CHIANG RAI E DORMIR POR LÁ?

Chiang Rai tem basicamente duas coisas pra fazer: uma é ver três belos templos: o Negro (Bandaam Museum), o Branco (Wat Rong Khun) e o Azul (Wat Rong Seua Ten). A segunda é fazer trilhas pelas montanhas para conhecer minorias étnicas, de um, dois, três e até quatro dias. A Local Alike é uma empresa recomendada, assim como a PDA Tours, a Thailand Ecotours e a Natural Focus Project. Se você curte trekkings, vale a pena. Se não, eu passaria. Se mesmo assim você ainda quiser ver mais do norte da Tailândia, sugiro que vá a Pai, a 3 horas de Chiang Mai.
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O QUE FAZER EM CHIANG MAI

O centro de Chiang Mai é um quadrilátero perfeito delimitado por restos de uma muralha originalmente do século 13 com lojas de souvenirs, restaurantes e feiras que lotam as ruas principalmente aos sábados e domingos à noite (dá-lhe roupas com estampas étnicas, estátuas de elefantes, bolsas de panos e lanternas coloridas). Veja abaixo o que fazer em Chiang Mai.

*Preços: US$ 1 = 35 baht

VER O PRINCIPAL TEMPLO DA CIDADE, O WAT CHEDI LUAN

Quem vem de Bangkok pode estar próximo de uma overdose de templos, mas esse é realmente notável. Ele guarda, além do templo principal, ruínas de uma estrutura de 80 metros de altura construída entre 1385 e 1402 durante o reinado de Saen Muang Ma. Cada fachada tem escadarias adornadas por serpentes e estátuas de elefantes. No complexo também pode-se participar do programa “Monk Chat” (procure as placas), durante o qual você senta numas mesinhas de xadrez pra conversar com um monge – a ideia é que ele possa praticar inglês. Continue lendo para saber o que fazer em Chiang Mai.

COMPRAR NO KALARE NIGHT BAZAAR E SENTAR NA PRAÇA DE FOOD TRUCKS

O que fazer em Chiang Mai: O mercado noturno (extremamente turístico) acontece todos os dias da semana em travessas da Tha Phae Road – impossível passar batido. Banquinhas se alastram pelas calçadas e pelo bazar em si, um espaço fechado onde rolam também shows de lady boys e locais pra fazer massagens nos pés. Por ali também fica o Ploen Ruedee Night Market, um “food park” com mesinhas e bancos distribuídos num gramado falso e vários food trucks de comida internacional (tem sushi, pizza, hambúrgueres, etc). Bandinhas costumam tocar ao vivo pra enterter a galera.

IR AO TOPO DA CIDADE NO TEMPLO DOI SUTHEP

O que fazer em Chiang Mai: Negocie com um songtaew, o táxi de Chiang Mai, pra te levar até lá (o ideal é que custe entre 60 e 100 baht por pessoa). O templo Wat Phra That Doi Suthep, introduzido por uma enorme escadaria com dragões, tem bonitas estruturas, capelas e mirantes pra tirar fotos, sempre apinhados de gente. Vale descer até o centro de meditação para sentar e desligar um pouco a cabeça. Se acordar cedo não for um problema, é uma experiência legal ir ao templo no nascer do sol pra pegar ele vazio, ver os monges rezando e as luzes do dia chegando.

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COMPRAR ARSENATOS NA BO SANG VILLAGE

A 9 km do histórico, Bo Sang vale a pena unicamente se você quer comprar artesanatos. Ali fica uma fábrica daqueles lindos e coloridos guarda-chuvas de papel e bambu, de todos os tamanhos e estampas, um símbolo cultural de Chiang Mai. Você pode ver os artesãos trabalhando e acompanhar o processo trabalhosíssimo de produção. Também há lanternas chinesas coloridas, varais de luzinhas e outras coisinhas irresistíveis (e baratas) de decoração. Pra ir até lá ou você fecha um táxi ou aluga uma motinho e encara o trânsito de Chiang Mai.

COMPRAR MAIS AINDA NOS SATURDAY E SUNDAY NIGHT MARKET

Os maiores mercados de rua da cidade rolam nas noites dos fins de semana. O de sábado (18h/24h) acontece no portão sul do centro histórico e se estende por mais de 1 km com bancas de comida e bolsas, roupas, acessórios e afins e músicos de rua. O de domingo (no mesmo horário), gigantesco, ocupa toda extensão das Ratchadamnoen e Pra Singh Roads e tem basicamente os mesmos produtos.

CURTIR UM DOS MUUUITOS CAFÉS BACANAS DA CIDADE

Chiang Mai é cheia de cafés lindinhos (com café de altíssima qualidade, vale dizer). O mais fotogênico da cidade é provavelmente o Woo Cafe-Art Gallery-Lifestyle Shop, na beira do Rio Ping, mistura de loja de plantas, restaurante e galeria de arte – que lugar lindo! Dentro do quadrilátero do centrinho, vale passar no Clay Studio Coffee in the Garden, que tem um jardim cheio de esculturas produzidas no ateliê do lugar e um café dentro de uma estufa. Outro lugar lindinho é o Kalapela Tea Room, pra variar um pouco e pedir chás. Também tem jardim.

PASSEAR PELO TEMPLO WAK SUAN DOK

Chiang Mai tem cerca de 300 templos, então eu poderia citar muitos aqui. Um dos meu preferidos é o Suan Dok, construído em 1373. Trata-se de um lindo complexo religioso com um chedi (onde ficam as relíquias do Buda) alvo e enorme. O templo principal exibe a incomum característica de ter as laterais abertas. Lá dentro também fica o restaurante orgânico Pun Pun (9h/16h), com saladas e vegetais deliciosos.

TENTAR UM RETIRO DE MEDITAÇÃO

O que fazer em Chiang Mai: Apesar de estarmos em um dos centros mundiais no budismo, nem sempre é fácil encontrar um retiro de meditação, por uma série de motivos: tem pouca informação na internet, os templos não tem site e muitos são muito caros ou muito longos, difíceis de encaixar nas férias. Por isso, o retiro do Wat Suan Dok é um achado. São dois dias de curso (que começam todas as terças-feiras) por 500 baht (pra comida e transporte). É preciso levar roupas brancas (que você pode comprar nas feiras da cidade) e toalha. Para quem tem menos tempo, eles também oferecem um curso de um dia sobre meditação e budismo às sextas-feiras.

SUBIR A MONK’S TRAIL ATÉ O WAT PHA LAT

Chiang Mai está próxima de várias áreas verdes de mata preservadas. Para despistar a turistada e sentir um pouco de natureza, peça pra um songtaew te levar até a parte de trás do Zoológico de Chiang Mai, onde começa a Monk’s Trail (a entrada da trilha está marcado no Google Maps, certifique-se de que você encontrou a certa, fica no fim da Suthep Road). Aí é ó seguir o caminho marcado por trapos de roupas de monge laranja presas nas árvores – dura uns 45 minutos. No fim, você chega ao Wat Pha Lat, um templo vazio no meio da mata entre pequenas quedas d’água.

COMER KHAO SOI, O PRATO TÍPICO DO NORTE DO PAÍS

Trata-se de uma sopa muito gostosa de curry e leite de coco com alguma proteína (normalmente frango, mas você pode pedir com tofu se for vegetariano), macarrão de ovo “mole” e macarrão de ovo frito, para a nossa alegria com um nível de pimenta aceitável para paladares não-tailandeses. Tem mil lugares para comer, mas se você estiver perto do North Gate vale ir ao Khao Soi Khun Yai, uma banquinha com algumas mesas e khao soi estilo vovó tailandesa – pra matar a fome tem que pedir umas duas porções.

CURTIR UMA NOITE DE JAZZ NO THE NORTH GATE JAZZ CO-OP

O que fazer em Chiang Mai: Espécie de boteco de jazz com bancos na rua e algumas mesas internas, é um lugar para você ouvir talentosíssimos músicos locais tocando jazz – começa às 21h, chegue antes disso se quiser sentar. Um som incrível e um alento para o pop americano altíssimo tocado pela maioria dos outros bares da cidade.

FAZER UMA TATUAGEM NO SAK YANT CHIANG MAI

A Sak Yant é a tradicional tatuagem budista da Tailândia – leia mais sobre ela neste post. O estúdio Sak Yant Chiang Mai dá a oportunidade de fazer a tatuagem de “bambu” (na verdade hoje são agulhonas de metal) com assepsia e um ex-monge tatuador, com direito a escolher o desenho e o significado que você quer. Eu fiz a minha última tatoo aqui e gostei bastante da experiência, com uma reza e benção no final. Custa 1000 baht pra reservar e mais 1000 de doação na hora. Marque horário pelo menos uma semana antes da sua viagem pelo site.

PASSAR UM DIA COM ELEFANTES

A situação dos elefantes na Tailândia é extremamente delicada: hoje só restam cerca de 2 700 domesticados e 2 000 selvagens, e muitos sofrem maus tratos nas mãos do turismo. O ideal é nunca montar neles e preferir centros especializados em cuidar de animais resgatados (que não tem showzinhos e nem obrigam os elefantes a fazer truques tipo abraçar com a tromba). O pioneiro nesse sentido e o mais recomendado é o Elephant Nature Park. No tour de um dia (por 2 500 baht) você aprende a história dos elefantes do parque (que vivem soltos num espaço enorme), alguns com mais de 70 anos, e pode brincar na água com eles e dar comida na tromba. É simplesmente emocionante passar o tempo observando-os de tão perto.

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Atenção: muita gente tem deixado comentários perguntando sobre outros santuários pra ver elefantes. É preciso saber que depois de relativo um aumento na conscientização dos turistas, muitos lugares começaram a escrever “No riding! No hooks!” em seus folhetos de propaganda dizendo que ali não se monta nos elefantes e nem se usa ganchos. Realmente não tem como saber se esses lugares são éticos – e lembre-se de que os elefantes parecerem felizes e bem tratados não quer dizer absolutamente nada. Eu só recomendo o Elephant Nature Park e os outros santuários elencados no post a seguir pelo histórico deles e o destaque na mídia. LEIA TAMBÉM: Por que NÃO andar de elefante na Tailândia

APRENDER SOBRE COZINHA TAILANDESA NUMA AULA DE CULINÁRIA

O que fazer em Chiang Mai: Por todo Sudeste Asiático há dezenas de escolas de culinária típica, mas Chiang Mai é normalmente o local mais pop para o workshop. Thai Farm Cooking School tem uma experiência legal por preço acessível. Eles te buscam no hotel de manhã e levam até o mercado Ruamchook pra comprar os ingredientes do dia. Em 20 minutos chega-se na fazenda, onde você vai preparar dois pratos pela manhã e dois à tarde. Depois, dá tempo de relaxar por ali, entre terrenos de plantação de arroz. Peça para o seu hotel fazer a reserva.

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