Cidades flutuantes: o que são, como funcionam e onde existem no mundo

Muito antes das avenidas asfaltadas e das metrópoles verticais, a humanidade viveu em harmonia com os ciclos das águas. Povos indígenas da Amazônia, comunidades do delta do Mekong e moradores dos lagos africanos desenvolveram técnicas únicas para habitar ambientes aquáticos, construindo casas sobre palafitas, barcaças ou plataformas flutuantes. Essa tradição ancestral hoje ressurge com uma roupagem inovadora e sustentável: as cidades flutuantes.

Uma proposta para a crise habitacional e alternativa diante da elevação do nível do mar, projetos arquitetônicos sobre as águas estão sendo desenvolvidos em lugares tão diversos quanto a Coreia do Sul, os Países Baixos e as Maldivas.

ÍNDICE

  1. O que são cidades flutuantes?
  2. Quais são as cidades flutuantes no mundo?
  3. Quais são as cidades flutuantes do Brasil
  4. Como são construídas as cidades flutuantes?
  5. Cidades flutuantes são seguras contra tempestades e furacões?

O que são cidades flutuantes?

As cidades flutuantes podem tanto surgir como resposta a desafios do futuro, como aumento do nível do mar e a superlotação urbana, quanto como uma solução sustentável para as comunidades costeiras. Elas são, basicamente, estruturas habitacionais interligadas e construídas sobre plataformas feitas para flutuarem sobre a água, seja do oceano, lagos ou rios. Mas não estamos falando apenas de casas erguidas sobre palafitas, mas sim de todo um sistema habitacional com infraestrutura básica, sistemas de energia, tratamento de água e esgoto e tudo isso funcionando sobre a água.

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A ascensão das cidades flutuantes não é apenas uma resposta técnica ao aquecimento global. Ela representa uma reconexão com um modo de vida mais flexível, adaptável e orgânico. Morar sobre a água exige abertura à impermanência, sensibilidade às marés e consciência de interdependência, valores cada vez mais essenciais em um mundo em transformação.

Quais são as cidades flutuantes no mundo?

Busan, Coreia do Sul

A Oceanix City, em Busan, na Coreia do Sul, é o primeiro projeto oficial de cidade flutuante sustentável aprovado pela ONU, em construção desde 2023, em parceria com a  empresa de design BIG (Bjarke Ingels Group). Trata-se de um protótipo de cidade flutuante modular e autossuficiente, pensada para resistir a inundações, tufões e outros desafios climáticos. Com energia solar, dessalinização da água do mar e produção de alimentos em estufas hidropônicas, a proposta vai além de apenas enfrentar a crise ambiental, mas também redefinir o modo como as cidades funcionam. A ideia é que, ao invés de lutar contra a água, possamos coexistir com ela.

Ijburg, Holanda

A Holanda, por sua vez, é um país que há séculos luta contra o avanço do mar. Em Amsterdã, bairros inteiros já estão sendo erguidos sobre plataformas flutuantes, um exemplo disso é o projeto Schoonschip, localizado em Ijburg, um complexo de cerca de 46 casas flutuantes sobre os canais, modernas e ecológicas e que abrigam cerca de 100 residentes. Além da funcionalidade, o design desses espaços revela uma preocupação estética e comunitária. Casas são conectadas por passarelas, jardins suspensos e áreas de uso coletivo.

Maldivas

Para arquipélagos ameaçados pela elevação do nível do mar, como as Maldivas, as cidades flutuantes não são apenas um experimento, mas uma questão de sobrevivência. Em 2022, teve início a construção de uma “cidade flutuante” em forma de coral, com capacidade para até 20 mil habitantes. O projeto, localizado a apenas 10 minutos de Malé, busca preservar a cultura local ao mesmo tempo em que oferece uma solução concreta ao deslocamento climático. Cada módulo da cidade será conectado por canais que funcionam como “ruas de água”, permitindo o tráfego de pequenas embarcações. As casas serão construídas com materiais leves e resistentes à corrosão, reforçando a viabilidade de uma urbanização adaptada aos desafios marítimos.

Em tempo: o conceito é, inclusive, tendência no turismo. No Soneva Jani, 90% da sua estrutura de luxo está construída sobre a água, e a promessa é de criar revolução. 

Tonle Sap, Camboja

O Tonle Sap é não apenas o maior lago de água doce no Camboja, mas também de toda a região do Sudeste Asiático, com quase 3 mil km². Atualmente, mais de 1 milhão de cambojanos dependem diretamente do rio: ao longo dele existem aproximadamente 170 aldeias de pescadores com um ecossistema único com casas, escolas, mercados, oficinas, igrejas e delegacias construídas sobre balsas, tambores, bóias ou estruturas de madeira que flutuam. 

Essa tendência global de migrar para o ambiente aquático encontra um eco curioso em experiências digitais que simulam fluidez, interatividade e imersão. Um exemplo interessante é o jogo Crazy Time, que combina elementos visuais vibrantes, rotação em tempo real e ambientes flutuantes que lembram um parque de diversões sobre as águas. Embora se trate de um produto digital, sua popularidade reflete um desejo crescente por experiências sensoriais envolventes, onde a imprevisibilidade e o movimento constante remetem ao próprio comportamento da água. Mais informações podem ser encontradas em: https://www.vbet.bet.br/pb/casino/game-view/40004828/crazy-time

Quais são as cidades flutuantes do Brasil?

Apesar de sua extensa costa e inúmeros rios navegáveis, o Brasil ainda explora timidamente o potencial de habitações sobre a água. Existem exemplos isolados, como comunidades ribeirinhas da Amazônia ou pescadores em palafitas no litoral nordestino, mas nada de iniciativas urbanas de maior escala. Contudo, há sinais de mudança, principalmente em regiões como o Pantanal e Fernando de Noronha. 

Como são construídas as cidades flutuantes?

As cidades flutuantes podem ser construídas de diversas formas, todas com o objetivo comum de criar conglomerados de estruturas capazes de se manterem estáveis sobre a água e permitindo que a vida aconteça ali. 

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Nos projetos mais futuristas, como o Oceanix Busan, são usadas plataformas modulares de concreto flutuante ancorados no fundo do mar ou em lagos e contam com sistemas avançados de geração de energia (solar, eólica e hidrogênio verde), dessalinização da água, tratamento de esgoto e gestão inteligente de resíduos.

Nos modelos mais simples, como os encontrados em vilas do Camboja ou comunidades ribeirinhas da Amazônia, as construções geralmente são erguidas sobre troncos gigantes de espécies de madeira naturalmente flutuantes, ou mesmo com tonéis plásticos ou barris, fixados sob a base da construção.

Cidades flutuantes são seguras contra tempestades e furacões?

Sim, a maioria desses projetos de cidades flutuantes foram pensados e projetados para flutuarem e absorverem movimentos do mar, com sistemas de ancoragem flexíveis que se ajustam ao vento e às ondas. Além disso, muitas dessas estruturas são construídas dentro de áreas protegidas, como baías e lagoas, para reduzir riscos de furacões e tsunamis. No entanto, comunidades mais simples, como as flutuantes da Amazônia, estão mais sujeitas às variações naturais de cheias e ventos, mas adaptam suas estruturas de forma tradicional há séculos.

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Por Pietra Palma
@pietrapalma

É a viajante profissional e principal repórter do Carpe Mundi. Coleciona momentos e pedaços de seus caminhos pelo mundo através da escrita e em seus quase três anos de blog já escreveu mais de duas centenas de posts com dicas de viagens. Férias, feriados e finais de semana são sempre oportunidades para conhecer um novo lugar e exercitar a corrida, seu esporte preferido, além de acreditar que uma boa viagem tem o poder de reanimar a alma.

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