A região de South Australia (sim, fica bem no sul da Austrália), que orbita ao redor da cidade de Adelaide, é responsável por cerca de 50% da produção de vinhos do país – ali você vai encontrar bons tintos feitos som syrah, uva pela qual a Austrália é mais conhecida, mas também cabernet sauvignon, chardonnay, riesling, entre outras, que crescem entre variações do seu terreno e do seu clima mediterrâneo. O turismo se desenvolveu muito nos últimos anos por ali. As vinícolas oferecem salas de degustação lindas e mais lojinhas, harmonizações com queijo e chocolate, oportunidades de você fazer seu próprio blend de uvas, restaurantes moderninhos que usam ingredientes locais. Pra completar e lembrar que estamos na Austrália, temos bosques com cangurus saltitantes e coalas pendurados em eucaliptos pelo caminho. Veja aqui como fazer um roteiro de vinhos na Austrália em três das principais regiões do sul.

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Roteiro de vinhos na Austrália: o melhor do sul do país

MCLAREN VALE

É berço da indústria vinícola em South Australia e casa de vinhedos que datam da primeira metade do século 19. Aqui tem cerca de 65 vinícolas de tamanho pequeno e médio, com foco em syrah, cabernet sauvignon e grenache. Interessante saber que a costa está logo ali: se der vontade de praia, vá a Rapid Bay.

VINÍCOLAS: O Mclaren é casa da maior novidade da região, o Cube d’Arenberg, dentro da vinícola Arenberg, aberto no fim de 2017. Criação do excêntrico proprietário Chester Osborn, trata-se de um cubo mágico gigante que custou US$ 11 milhões e tem em cada andar uma atração: um museu com sua coleção particular de arte, uma sala com telão 360 graus, outras com experiências sensoriais, um restaurante, um terraço panorâmico com vista para os vinhedos e um espaço para eventos, tudo relacionado ao universo do vinho. Nunca vi nada igual em nenhuma vinícola que visitei pelo mundo. No site você pode reservar uma refeição ou degustação. Entre as vinícolas alternativas (produção artesanal, ambiente descolado, uvas de pequenos produtores) está a Alpha Box & Dice, que faz 26 vinhos diferentões (!), uma para cada letra do alfabeto. Não precisa fazer reserva, é só aparecer e pedir uma degustação.

ONDE FICAR: Nos apartamentos lindos e bem decorados da Bella Cosa Bed and Breakfast (diárias desde US$ 144), com piscina e cozinha.

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ADELAIDE HILLS

A apenas 20 minutos de Adelaide, essa região pitoresca por seu relevo escarpado, seus campos de morango e macieiras é casa para cerca de 50 vinícolas (há forte presença de sauvignon blanc na região).

VINÍCOLAS: Absolutamente indispensável para um roteiro de vinhos na Austrália visitar a Bird in Hand, localizada numa antiga mina de ouro do século 19. O restaurante foi montado dentro da adega, entre os barris, com lâmpadas redondas e suportes de vidro com plantinhas pendentes, sofás de couro, lareira grafitada e um carro vintage ali de bobeira. O menu é aquele clássico hipster: comida moderninha feita com ingredientes frescos e locais, respeitando a sazonalidade de cada um, com pãozinho do couvert feito na casa. Outra visita linda pode ser feita na vinícola The Lane (conhecidas pelos syrahs e chardonnays), que tem um restaurante sobre um deque de madeira com vista para os ciprestes, os vinhedos, os eucaliptos e um laguinho. Após a recepção feita por um husky siberiano fofo, você pode optar entre algumas combinações de menu (3 pratos saem por US$ 55) (há boas opções vegetarianas).

ONDE COMER: Além dos restaurantes das vinícolas citados acima, a pizzaria Lost In a Forest é um must go. Nem tanto (ou nem só) pelas pizzas, que têm sabores inventivos como cogumelos com gorgonzola, folha de sálvia e sal trufado, mas pela localização numa antiga igrejinha da cidade e pelas vibes da galera descolada que faz vinho e música pela região. Faça reserva ou chegue cedinho.

O QUE MAIS VER: No parque Cleland Wildlife Park, onde a maior parte dos animais vive solto, você pode dar comidinha na boca de cangurus, coalas, walaroos e wallabies (outros marsupiais australianos). Para comprar geleias e antepastos, passe na Beerenberg. O vilarejo alemão de Hahndorf vale uma passada para comer e ver as lojinhas.

ONDE FICAR: No Mount Lofty House (diárias desde US$ 166), da rede MGallery by Sofitel, com quartos confortáveis e restaurante bacana.

BAROSSA VALLEY

Parte essencial de um roteiro de vinhos na Austrália, é um dos maiores nomes do país, reino de syrah e a região mais legal de visitar, pela variedade (e proximidade) das vinícolas (temos grandonas tradicionais e pequenas alternativas), alguns hotéis bacanas, gastronomia singular representada em alguns bons restaurantes (a maioria dentro das vinícolas).

VINÍCOLAS: Na categoria das vinícolas hipsters (minha preferida) tem a Unico Zelo (foto acima), que tem um bar com paredes de tijolos à mostra, poltronas e geladeira vintage. Um dos rótulos tem proposta social: eles usam uvas doadas que os fazendeiros locais não conseguiriam vender para os produtores maiores, fazem o vinho e dividem o lucro com eles. Também são donos de uma marca de destilados, a Applewood. Outra que vale a visita é a Yelland & Papps, que tem uma casinha fofa branca do século 19 com quintal, com a degustação servida numa mesa feita com uma antiga rampa de ovelhas. Eles fazem vinhos veganos e orgânicos, com alguns rótulos que não passam pelo processo de filtragem (que é uma moda aí no mundo nos vinhos, leia isso aqui pra entender melhor).

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Quem prefere ver produtores grandalhões deve passar na Jacob’s Creek (foto acima), uma das maiores marcas de vinho australianas, que tem um pavilhão enorme com loja, bar, restaurante e jardim com pufes para sentar observando os vinhedos. Lá é possível fazer seu próprio blend de vinhos (eles te dão algumas opções de tinto ou branco e você mistura nas proporções que quiser) e aí ganha uma garrafa com seu nome (custa US$ 40). Para provar vinhos e de quebra aprender um pouco sobre a história da Austrália, vale visitar a Yalumba, outra marca grande, numa propriedade tradicional fazendeira com paredes amarelas e jardins com grama aparada. O lugar guarda um galpão de produção de barris (é uma das únicas vinícolas da Austrália que faz isso, a maioria importa da França ou dos Estados Unidos), um museu com garrafas de todas as épocas e origens (repare na garrafa gigante de Romanée-Conti, o vinho mais caro do mundo) e vinhedos centenários.

ONDE COMER: Entre os restaurantes dentro de vinícolas, sugiro o da St. Hugo, que tem um lounge elegante envidraçado no meio dos vinhedos e pratos pensados para harmonizar com os vinhos da casa. Para o almoço, vá a Seppeltsfield (foto abaixo), que tem um restaurante gostoso ao ar livre. Se você curtir vinho do Porto, peça para visitar a coleção que eles têm desde o fim do século 19 – você pode provar o vinho do ano do seu nascimento. Outro point sem erro para almoçar é o Artisans of Barossa, fruto da união de seis vinicultores que se juntaram ali para servir pratos com o melhor do que é produzido pela região. Para variar o menu, reserve um jantar no FermentAsian, restaurante de alta gastronomia com inspiração de vários vários asiáticos.

O QUE MAIS VER: Vá de manhãzinha ou no fim da tarde dar um rolê pelo Kaiserstuhl Conservation Park, um parque natural que abriga centenas de cangurus.

ONDE FICAR: No luxuoso The Louise (diárias desde US$ 430), um lodge que é parte da coleção do Relais & Chatêaux com quartos imensos com banheira, chuveiro externo e lareira, além de restaurante top e piscina de borda infinita que dá para os vinhedos. Para pagar menos, veja  bed & breakfasts como o Barossa Boutique Guest House (diárias desde US$ 163).

*O Carpe Mundi foi a South Australia a convite do Tourism Australia. O conteúdo do post reflete apenas a opinião da autora.

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