A apenas 50 km de distância de Paraty, Cunha é uma escapada perfeita para quem quer trocar a praia pelas montanhas por um dia.
Cunha é uma cidade charmosa na Serra do Mar, a apenas 1h30 de Paraty por uma estrada cênica que liga o litoral ao interior de São Paulo – com curvas sinuosas e paisagens de tirar o fôlego pelo caminho. Entre campos de lavanda, ateliês de cerâmica, comida caseira e aquele clima gostoso de serra, veja abaixo um roteiro completo pra aproveitar o melhor de Cunha em um dia.
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ÍNDICE:
Como chegar em Cunha?
Para quem sai do centro do Rio de Janeiro, são cerca de 295 km até Cunha, com acesso pela Rodovia Governador Mário Covas (BR-101) – um trajeto sem pedágios, que passa por trechos de serra e litoral. Já quem está em Paraty tem uma grande vantagem: são apenas 46 km pela estrada Paraty-Cunha, um caminho curtinho. O trajeto leva cerca de 1h15 a 1h30 de carro, dependendo das condições da estrada e do clima – o trecho é sinuoso e atravessa áreas de serra. Dica: evite fazer esse caminho à noite ou em dias de chuva intensa, já que há neblina e pouca infraestrutura na estrada.
Quando ir para Cunha?
Cunha é democrática e tem espaço para atividades para o ano todo. Porém, os meses de outono e inverno costumam ser os mais movimentados, especialmente em julho, quando a cidade recebe o Festival de Inverno, com shows gratuitos na praça central e barraquinhas recheadas de comidas típicas. Mesmo durante a alta temporada, a cidade não fica lotada e é tranquila de visitar. O inverno é marcado por um clima seco e frio (principalmente durante a noite), criando o cenário perfeito para experiências mais aconchegantes e românticas.
É a época ideal para se hospedar em chalés com lareira, curtir jantares intimistas à luz de velas e aproveitar vinhos e produtos artesanais da região, como azeites e queijos.
Preciso sair cedo?
Sim, quanto mais cedo, melhor. O ideal é sair por volta das 7h da manhã para conseguir aproveitar as atrações com calma, almoçar sem pressa e ainda ter tempo para um café ou passeio no final da tarde. Além disso, a estrada é montanhosa e pode ter neblina no entardecer, então o retorno logo após do pôr do sol é mais seguro e tranquilo.
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Dica de roteiro de um dia em Cunha
Saindo de Paraty por volta das 6h30/7h, no caminho para Cunha você já pode fazer paradas incríveis: o Lavandário, Contemplário e o Café Moara ficam logo na estrada. Comece o dia com um café da manhã no Café Moara, que oferece pães artesanais, bolos, café coado e um ambiente acolhedor no meio das montanhas. Depois, siga para o Lavandário e caminhe entre os campos floridos com vista para a serra. Ao chegar em Cunha, visite um ateliê de cerâmica para conhecer a tradição local e, em seguida, dê uma volta no centro da cidade antes do almoço em um restaurante típico. À tarde, faça uma breve parada na Fazenda Aracatu para comprar doces artesanais, como doce de leite ou queijos maturados, e finalize o dia com a subida até a Pedra da Macela para assistir ao pôr do sol lá do alto – uma das vistas mais impressionantes da Serra do Mar.
- Saída de Paraty
- Café da manhã no Café Moara
- Lavandário + Contemplário
- Ateliê de cerâmica
- Almoço em restaurante típico
- Café ou doce artesanal (Café & Arte Bistrô ou Fazenda Aracatu
- Pedra da Macela (trilha e pôr do sol)
- Retorno para Paraty
– Café da manhã no Café Moara
Quem passa em frente à fachada do Café Moara, na beira da estrada, não imagina o quão lindo o local é por dentro. Além do fusquinha colorido, cheio de cores, a parte de fora não faz jus à parte de dentro e o jardim externo, onde são feitas as refeições. Com uma decoração vintage e bem colorida, o local é muito aconchegante para passar horas ouvindo os passarinhos cantarem enquanto você toma um bom café. E falando em café, não deixe de pedir o coado, que vem no filtro de pano bem charmoso (R$ 8). Para comer, grandes Pães de queijo recheados (R$ 17) que servem como uma refeição completa, além dos Brownies com leite condensado caseiro (R$ 18) e outras tortas doces. Fora isso, ainda há uma lojinha própria onde eles vendem quitutes pra levar pra casa.
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– Lavandário
Dentro de uma propriedade rural no interior paulista, o Lavandário fica florido o ano inteiro: os mais de 40 mil pés de propriedade encantam com uma linda vista panorâmica das plantações em tons roxos, além de agradar pela possibilidade de imersão no mundo das lavandas. O passeio é perfeito e proporciona diversas experiências, como sentir os aromas, perceber os estágios de crescimento e admirar as cores do céu. Lá, você pode aprender sobre como plantar as mudas e podar as lavandas, além de ter o privilégio de assistir à destilação dos óleos essenciais, garantindo a pureza, para assim ser utilizado em aplicações terapêuticas e em cosméticos. Além disso, as massagens com os puros óleos essenciais são super relaxantes, com sais de banho, mel de flores de lavanda e águas florais.
Por lá, você também irá encontrar uma casinha de estilo provençal, com paredes em tijolinho à vista e janelas e portas em madeira pintados de lilás com alguns quitutes e também abrigando a famosa lojinha com produtos desenvolvidos com os óleos essenciais e plantas locais pra chamar de seu: óleos, sabonetes, shampoo, condicionador, cremes, aromatizadores de ambientes, velas ou até mudinhas pra levar pra casa. No café, servem os básicos: água, café e sucos, mas também apostam nos famosos produtos com ervas aromáticas orgânicas, como chás de lavanda ou sorvete da flor – o gosto não é dos melhores, mas vale a experiência. Obs: funciona de sexta a domingo, das 10h às 16h30.
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– Contemplário
A proposta do Contemplário é clara: relaxamento, contemplação, reflexão e trocas de experiências. O local é menor, uma área de cinco hectares, mais familiar e menos movimentando, apesar da entrada gratuita, isso porque ele tem apenas cinco anos desde sua abertura e o plantio não é focado apenas nas lavandas, há também canteiros cheirosos de capim-limão e alecrim – que são os principais aromas do local. A atração principal, contudo, são as plantações roxinhas. Os campos são menores que do Lavandário, mas ainda assim tem como um de seus principais diferenciais poder chegar mais perto das plantas aromáticas, passando literalmente por dentro da plantação e não por um espaço cercado por grades. Obs: a entrada no Contemplário é gratuita. Por ele não ser tão famoso comercialmente como o Lavandário, a lojinha com café integrado têm preços mais condizentes com os padrões de Cunha.
Ateliês de cerâmica para visitar
Cerâmica Cassinha
A Cerâmica Cassinha é uma charmosa loja-ateliê em Cunha, comandada por uma família de três, mãe, pai e filha, que produzem artesanalmente peças utilitárias e decorativas, como pratos, xícaras, bowls, boleiras e travessas. O local também oferece oficinas de cerâmica, onde os visitantes podem criar suas próprias peças. Obs: aberta de segunda a sábado das 9h às 18h e aos domingos até as 16h.
Casa do Artesão
Considerado o principal ponto de cerâmica de Cunha, funciona como um espaço artístico desde 1988. Para expor, precisa ser um morador da cidade e você encontra o trabalho de diversos artistas. E para quem gosta de novidade, todo mês a Casa do Artesão recebe no piso superior uma exposição temporária com obras de um artista internacional, trazendo sempre novos olhares e inspirações ao espaço.
Lápis Lazuli
Fundado em 2011, o ateliê Lápis Lazuli é um espaço dedicado à criação de jóias autorais em prata 950, com sede em Cunha e em Paraty. O local trabalha com joias exclusivas como braceletes, colares, anéis, brincos e tornozeleiras, e oferece encomendas sob medida. Os valores saem a partir de R$ 150 e variam conforme o tipo de peça, tamanho e acabamento, com envio para todo o Brasil.
Onde comer em Cunha: Almoço
Galpão do Alemão
Na Rodovia Paulo Virgínio, a apenas cinco minutinhos do centro de Cunha, o Galpão do Alemão é um espaço que combina boa comida, cerveja artesanal e clima de interior em meio à natureza. Com mesas ao ar livre, vista para a serra e clima tranquilo, o espaço serve pratos inspirados na culinária alemã e italiana, além de petiscos e sanduíches bem servidos. Dica: vá no especial da casa, com carne típica da região, batata gratinada, arroz, farofa e repolho roxo, acompanhado de uma boa cerveja artesanal.
Porco e Pizza
No centro de Cunha, o Porco & Pizza é uma ótima pedida para quem gosta da clássica combinação italiana com um toque local. O restaurante é comandado pelo Robson, o mesmo do Galpão do Alemão, e o cardápio traz massas, risotos e pizzas de fermentação natural com coberturas que misturam ingredientes tradicionais da região. Aos sábados, a casa ganha ainda mais charme com apresentações de jazz. Dica: não deixe de experimentar a deliciosa Hidromel, uma cerveja feita com mel orgânico produzido em Cunha.
Estação Galeto
Logo ao lado do Galpão do Alemão, a Estação Galeto é a única galeteria de Cunha – uma ótima escolha para quem quer uma refeição simples, bem servida e prática, já que fica na estrada e grudado na entrada da cidade. O proprietário Luiz é atencioso e compartilhou a história do restaurante com simpatia. O ambiente é simples e acolhedor, e o galeto, bem temperado e saboroso, está entre os melhores da região. Funciona todos os dias no almoço, das 12h às 16h, e é uma parada prática tanto para quem está chegando quanto para quem se despede de Cunha no caminho de volta.
O Olival
Estando em Cunha, é quase uma obrigação ir visitar o Olival e ver as oliveiras se desenvolvendo ao som da música clássica – segundo os técnicos, a música, na frequência e tons certos, pode entrar em ressonância com frequências de oscilação natural das folhas, eliminando o número de pragas e o risco de doenças. No restaurante estão disponíveis opções de porções e bebidas, mas também há o Menu Olival, que custa R$57 e inclui entradinha de Caldo de feijão, Salada de quinoa ou Ceviche de pupunha, o prato principal, que tem como recomendação o Risoto com pêra e gorgonzola, e a sobremesa: não deixe de pedir o Mousse de chocolate com azeite. Tudo é produzido artesanalmente, aproveitando produtos da propriedade ou de pequenos produtores da região. O almoço é oferecido das 12 às 16h.
– Café da tarde em Cunha
Café & Arte Bistrô
Situada em uma rua sem saída ao lado da Igreja Matriz, no centro, o Café & Arte é uma das cafeterias mais tradicionais da cidade, com quase 15 anos de história. O local conquista pela arquitetura, pelos detalhes rústicos e pelos toques artísticos que deixam o ambiente ainda mais acolhedor. O cardápio combina perfeitamente com esse clima, com cafés como o coado e o carioca (R$ 10), capuccino (R$ 16) e o carro-chefe: chocolate quente com chantilly (R$ 19), super cremoso e perfeito para os dias frios. Também há chás, pão de queijo, tortas e um delicioso brownie de chocolate branco com geleia de frutas vermelhas e gelato artesanal (R$ 38).
Fazenda Aracatu
Para uma boa sobremesa, vá à fazenda Aracatu, que fica no caminho para a Pedra da Macela. O estabelecimento fica na beira da estrada e, apesar da fachada ser mais escondida, ao passar pelo deck de madeira é revelado um lindo antiquário com espaço para venda de vegetais orgânicos, café com estilo bem rústico com bolos e tortas caseiras e, principalmente, produtos derivados da vaca Jersey – opte pelo sorvete feito com o leite da vaca, as opções vão desde os clássicos, como chocolate e creme, até os mais exóticos, como o sorvete de Cambuci ou de Uvaia – 100 gramas = R$ 10. Ou ouse e peça uma torta quentinha de pinhão (R$ 12) pra acompanhar um café Nespresso.
– Pôr do Sol: Pedra da Macela
A Pedra da Macela está idealmente localizada em Paraty, no Rio de Janeiro, mas seu acesso se dá por uma trilha a partir de Cunha, em São Paulo, dentro do Parque Nacional da Serra da Bocaina. Para chegar até lá a partir do centro de Cunha são cerca de 23 km, sendo 17 km na Estrada Real e depois mais 6 km na estrada de terra – esta, por sua vez tem um percurso bem esburacado, é preciso estar atento à direção e um carro off road passa com grande dificuldade, pois em dias chuvosos é até perigoso o veículo derrapar ou atolar no caminho.
São cerca de 2,3 km de uma caminhada bem íngreme, porém com o bônus de ser asfaltada, apesar do buracos. A caminhada é intensa, de nível médio (não se deixe enganar pelos apenas 2,3 km), mas certamente a recompensa é um visual espetacular – especialmente ao pôr do sol, quando o céu se pinta de tons dourados e a neblina dança entre as montanhas. São dois mirantes disponíveis: no fim da trilha, à direita, está o mais disputado para assistir ao nascer e ao pôr do sol no mar – de lá é possível ter uma visão 360º de Paraty, da serra de Cunha, Angra e até Ilha Grande. À esquerda, a vista é exclusivamente montanhesca, mas também é possível contemplar o pôr do sol por trás dos cumes – o sol começa a cair por volta das 17h40, mas o espetáculo colorido fica lá pras 18h20. Vale ficar, pois não há dificuldade em descer de volta no escuro.
Mesmo que você opte por fazer esse roteiro como um bate-volta a partir de Paraty, vale considerar estender a estadia em Cunha por pelo menos uma noite. Para uma experiência mais completa, a sugestão é se hospedar na Pousada Cheiro da Terra.
A apenas 1,5 km do centrinho de Cunha em uma área de 20 mil m² repleta de verde, a Pousada Cheiro da Terra tem aquela vibe de vila caseira: são 21 chalés rústicos e aconchegantes, separados uns dos outros, com decoração única e vista para as montanhas. A proposta é simples: fazer você se sentir em casa – com uma pitada de serra, lareira acesa e natureza ao redor. Alguns chalés contam com hidromassagem e varandas com redes, como o Estrela, o maior da pousada – 120 m² com três suítes, varanda ampla e uma vista belíssima. Diárias desde R$ 440: RESERVE AQUI!
Ideal tanto para casais em busca de um refúgio romântico quanto para famílias, a pousada aposta na experiência: o dia começa com um café da manhã caprichado, com frutas frescas, geleias caseiras, pães quentinhos e bolos, e segue com momentos de puro relax: piscina com cascata, sauna finlandesa e um ateliê de cerâmica que é quase uma viagem à parte. Aberto desde 2004, o espaço convida hóspedes a experimentar a arte-terapia da argila com o próprio dono, Marivaldo, guiando cada etapa do processo. Tudo isso sob o olhar calmo da Jade, a border collie da casa, e ao som dos passarinhos – às vezes até um tucano aparece para completar o cenário.