Dá pra unir facilmente a viagem ao Atacama com o maior salar do mundo, o Salar de Uyuni, na Bolívia. Os roteiros de duas ou três noites partem de San Pedro de Atacama e vão até a cidade de Uyuni, onde a rota acaba ou segue de volta ao Chile.

Econômico, difícil e com zero conforto, o tour é um perrengue compensado mil vezes pela paisagem, uma das mais bonitas da vida. Veja aqui como ir do Atacama ao Salar de Uyuni. Pela enorme quantidade de agências de turismo da Caracoles, a rua do centrinho de San Pedro de Atacama, poucas fazem o passeio ao Salar. Veja aqui como ir do Deserto do Atacama ao Salar de Uyuni.

Com a World White Travel, o roteiro sai por US$ 225 com três refeições por dia. Não há mistério nenhum em fechar a trip só em San Pedro, que pode ser comprada inclusive um dia antes da partida já que esse é um tour diário e o forte da agência, mas se preferir dá pra enviar um e-mail pra [email protected] e fazer o pagamento de 25% do valor pra reservar com antecedência. Vale lembrar que também é possível fazer o trajeto inverso, de Uyuni ao Atacama, nas mesmas duas ou três noites. A viagem prevê várias paradas pelo caminho e só chega ao Salar no terceiro dia de manhã, visitando pontos como a incrível Laguna Colorada nos demais dias. Não há sinal telefônico até a cidade de Uyuni, mas dá pra usar um telefone no vilarejo da segunda noite e comprar 15 minutos de wi-fi por 20 bolivianos durante o almoço do segundo dia na Laguna Hedionda.

ÍNDICE:

  1. Como é o clima no Atacama?
  2. Quando ir ao Salar de Uyuni e ao Atacama?
  3. O que levar na mala para o Atacama e para o Salar de Uyuni?
  4. Como ir do Atacama ao Salar de Uyuni: dia 1
  5. Como ir do Atacama ao Salar de Uyuni: dia 2
  6. Como ir do Atacama ao Salar de Uyuni: dia 3
  7. Como ir do Atacama ao Salar de Uyuni: dia 4

Como é o clima no Atacama?

Como em qualquer outra região desértica, o Atacama é marcado por uma grande amplitude térmica e uma enorme variação de temperatura. Durante o verão, entre os meses de dezembro e março, ocorre o Inverno Altiplânico, período no qual as chuvas são bem definidas e costumam ocorrer com bastante frequência. Além ​​disso, os ventos aumentam e as nuvens carregadas são empurradas para além da Cordilheira dos Andes. Uma das melhores épocas para visitar o Atacama é a partir de maio até o mês de agosto: com um céu aberto a todo momento, as temperaturas são mais amenas durante o dia e bem frias durante a noite. Já no verão, o clima é agradável e os meses de outubro a fevereiro são de grande procura entre os viajantes, já que a diferença de temperatura no local não é tão gritante e os cenários ficam ainda mais surpreendentes.  

Quando ir ao Salar de Uyuni e ao Atacama?

O inverno é rigoroso e atinge até -25ºC (!), portanto não se esqueça de reservar um saco de dormir na agência quando for pagar pelo tour se for entre maio e agosto (são CLP 10 000 de garantia pelo saco). Na época chuvosa, entre dezembro e abril, é quando o salar tem aquele efeito de refletir o céu da foto abaixo. Porém, as chuvas podem impedir você de visitar alguns atrativos do deserto. O verão também não é a melhor estação, quando fica incrivelmente quente durante o dia, afinal a região é de deserto, e os japoneses tomam conta do local. Se der pra escolher, opte por março ou abril, quando o calor dá uma trégua e a fase chuvosa chega ao fim, mas ainda cria o conhecido espelho d’água no Uyuni.

O que levar na mala para o Atacama e para o Salar de Uyuni?

Baselayer Heavyweight Stretch – R$ 404

blusa segunda pele

 A segunda pele esportiva ajusta-se ao contorno do corpo e também acompanha seus movimentos. Possui a tecnologia Omni-Heat™ com refletividade térmica, dispersão e evaporação do suor.

Calça Omni-Heat 3D™ Knit Tight II – R$ 449

calca columbia

Com tecnologia de refletividade, o modelo possui fibras metálicas no forro que refletem e retém o calor. Perfeita para ser utilizada na neve em conjunto com uma blusa segunda pele para frio extremo.

Blusa Midweight Stretch – R$ 404

segunda pele columbia

Ideal para trilhas, passeios na neve e caminhadas, a blusa Midweight possui refletividade térmica Omni-WICK™, com elasticidade multi-direcional para maior conforto, te deixando quente e protegido.

Baselayer Midweight Stretch Half Zip – R$ 359

segunda pele columbia

Com aberturas para o polegar, costura Flat para melhor movimento e elasticidade multi-direcional, a camisa feita  85% de poliester conta com tecnologia Omni-Heat™, dispersão e evaporação do suor.

Boné Columbia Coolhead™ II – R$ 152

bone columbia

Feito de poliéster, o boné Coolhead é uma peça-chave que deve estar na sua mala para o Atacama: possui tecnologia Omni-Shade™ FPS 50 e super-resfriamento ativado pelo suor.

Luva Columbia Terminal Deflector Zero – R$ 224

luvas da columbia

Ideal para corridas de montanha e pesca, possui tecnologias como a Omni-SHADE Sun Deflector, que garante proteção dos raios solares com FPS 50, e a Omni-WICK™, com secagem rápida.

Meia Brushed Wool Fleece Crew – R$ 116

Meia rosa clara columbia

Para trilhas, nada de meias sapatilhas que ficam saindo do pé. Aposte em uma peça que cubra o tornozelo, resistente e levemente acolchoada, evitando o atrito entre o calçado e a pele.

Mochila Columbia Newton Ridge™ 24L – R$ 899

mochila columbia

Com bolsos frontais e laterais, a mochila Newton Ridge conta com alças acolchoadas e respiráveis, capa de chuva removível, bolsos laterais com acesso para garrafa d’ água e é indicada para hiking.

Como ir do Atacama ao Salar de Uyuni:

DIA 1: COMO IR DO ATACAMA AO SALAR DE UYUNI

A agência busca os passageiros no hotel às 7h30 com a van e segue pra aduana do Chile, do ladinho de San Pedro, onde dão saída no passaporte. De lá, vai mais uma hora até a entrada da Bolívia, onde todo mundo se divide em grupos de até seis pessoas por jipe. Depois de pagar os 150 bolivianos da Reserva Nacional de Fauna Andina, a primeira parada é na Laguna Blanca, uma das mais bonitas de toda a viagem. Logo em seguida tem a Laguna Verde, linda, e o Deserto de Salvador Dali, que não surpreende muito quem faz o tour ao Salar de Tara no Atacama.

Os sinais da altitude começam a aparecer aí, quando uma dor de cabeça forte surge e só piora com o jipe chacoalhando sem parar aos quase 5 mil metros de altitude – o caminho passa pelo meio da Cordilheira dos Andes numa estrada de areia e pedra (mais pedra). Some um ao outro e o resultado é muito enjoo, pressão na cabeça e falta de ar.

Como ir do Atacama ao Salar de Uyuni: um pouco adiante dá pra se aquecer rapidamente nas águas calientes das Termas de Polques e visitar os Geysers Sol de Mañana. As paradas são corridas e não levam mais do que 15 minutos, portanto be fast com as fotos – os guias não vão te esperar sorrindo.

De tarde, chega-se ao alojamento, no meio do nada, onde há uma parada de 30 minutinhos pra descansar, o que dá uma melhorada e tanto nos sintomas. O último passeio parte no fim do dia até a Laguna Colorada, a mais impressionante do roteiro. A ação do vento com os sais da água dá um tom avermelhado photoshop ao local, complementado pelos flamingos e pelas lhamas. É surreal. O tempo aqui é maior, de meia hora.

De volta ao alojamento há um chá (tome o de coca, melhor remédio natural contra a altitude) seguido da janta. Não há ducha e a energia elétrica só funciona por duas horas. Essa também é a noite em que quem for passar mal, certamente passará.

DIA 2: COMO IR DO ATACAMA AO SALAR DE UYUNI

A manhã começa cedo, às 6h. Neste dia há visita às Lagunas Altiplâncias da Bolívia, mais bonitas que as do Chile, mas não tão impressionantes como as do dia anterior. A primeira parada é na Árbol de Piedra, estranha formação rochosa em formato de árvore ao lado de várias outras pedras inusitadas no meio do deserto. O caminho continua conturbado e o carro chacoalha até mais que no primeiro dia, mas a altitude vai baixando aos 3 800 metros.

trenes

Como ir do Atacama ao Salar de Uyuni: depois, as quatro lagunas do percurso reservam flamingos, salares em formação e 15 minutinhos de internet (por 20 bolivianos). A primeira é a Laguna Honda, seguida da Laguna Chiarkota, da Laguna Hedionda – reino do wi-fi e parada do almoço – e da Laguna Cañapa.

Passa-se também pelo Volcán Ollague, vulcão ativo da Cordilheira dos Andes a quase 6 mil metros de altitude com mirante bonito entre as pedras, e o Salar de Chiguana, uma prévia piorada do Salar de Uyuni, mas com trilhos de trem que rendem fotografias legais com o fundo todo branco. Antes da chegada ao Hotel de Sal, acomodação desta noite, há uma curta parada no povoado de San Juan, onde dá pra comprar suprimentos em mercadinhos bem caros pega-turista.

O “hotel” tem chão e paredes todas de sal (você literalmente pisa em sal), e até que poderia ser legalzinho se tivesse a entrada – que parece um cortiço – reformada. Os banheiros também precisariam de um bom investimento. Há somente duas duchas, mas uma sempre tá quebrada. A água é quente! A boa é dormir cedo pra madrugar no dia seguinte.

DIA 3: COMO IR DO ATACAMA AO SALAR DE UYUNI

Todo mundo acorda às 4h30 pra assistir ao nascer do sol no Salar de Uyuni. Do carro dá pra avistar o início do campo de sal, que no começo parece um ponto sujo no horizonte e depois vai virando uma planície linda e infinita conforme o veículo adentra o branco. A sensação de girar 360º graus e não ver nada além do vazio alvo desses 10 mil quilômetros quadrados é impactante e dá um alívio, uma paz e um certo medinho. É uma recompensa sem fim por todos os perrengues anteriores.

Há uma parada pra admirar o dia tomando forma e então é hora do desayuno na Isla del Pescado, um pedaço de terra com cactos gigantes no meio do maior salar do mundo, onde uma trilha com ótimos mirantes entremeia as plantas. Ali dá pra comprar dragões em miniatura e outros brinquedos pras famosas fotos de perspectiva, além dos souvernis clássicos e malhas de alpaca.

O jipe segue por 20 minutos dentro do salar e há mais uma parada (de uma hora!!!!!) pra cansar de fazer cliques com o fundo infinito, onde vale subir no jipe, pular, fingir que o amigo é minúsculo… A dica é pesquisar referências de imagens antes da viagem em bancos de imagens, hashtags do Instagram e mesmo no Google (aliás, isso vale pra toda e qualquer trip).

Salar-de-Uyuni-verão

O almoço é no Museo del Sal, estabelecimento construído pra ser um hotel que acabou virando “museu” pra evitar a contaminação do Salar. Ali também está o monumento Dakar, marcando a passagem do disputado rali pelo Salar de Uyuni em 2014. Por fim ainda há as Montanhas de Sal, parte produtiva da extração de sal onde o pessoal costuma subir pra tirar fotos. Hora de dar tchau ao céu na Terra.

No povoado de Colchani, a alguns minutos do Salar, barraquinhas de artesanato vendem dadinhos, esculturas de sal e outras quinquilharias coloridas da Bolívia. Vale pechinchar. O último highlight do tour é o Cementerio de Trenes, uma coleção de locomotivas a vapor e vagões ferroviários abandonados ao redor da linea ferrea. Hoje, rendem uma parada legal.

Como ir do Atacama ao Salar de Uyuni: enfim, chega-se à cidade de Uyuni, um grande lixão a céu aberto. Casas sem reboco misturam-se com sacos de lixo jogados pelas ruas e muita sujeira. A agência é o fim da linha pra quem contratou o tour de três dias. Já pra quem retorna ao Atacama, a pausa é de três horas até o próximo guia e um novo jipe chegarem. É uma boa chance de passear pela feirinha da cidade, que vive basicamente do turismo, e almoçar em algum lugar por lá – com wi-fi.

A viagem até o alojamento da noite é de 4 horas, com parada em um vilarejo nada atraente pelo caminho. A janta é ruim e a ducha, numa portinha fora da casa, é cobrada à parte: 10 bolivianos por 7 minutos de banho morno que não valem o esforço.

DIA 4: COMO IR DO ATACAMA AO SALAR DE UYUNI

Às 5h da manhã o jipe sai do alojamento rumo à fronteira com o Chile, onde se chega por volta das 9h. É bom conservar alguns bolivianos pra este momento, pois os guardas são conhecidos por inventar taxas de saída dias sim, dias não (normalmente de 15 bolivianos). A van do início do roteiro chega com o café da manhã e novos turistas – a quem há o costume de se olhar com pena e inveja ao mesmo tempo -, o pessoal troca de veículos, e, em menos de uma hora, você chega novamente em San Pedro de Atacama.

Veja aqui opções de passeios no Salar de Uyuni e no Atacama:

Anna Laura

Um dos maiores nomes do turismo no Brasil, Anna viaja há 10 anos em busca de construir um mundo mais consciente, sustentável e a favor da natureza, propondo mais autoconhecimento através de suas experiências pelo globo. Jornalista por formação e fotógrafa por vocação, é editora do Carpe Mundi e Co-founder da plataforma de curadoria em aluguel de temporada Holmy, 100% nacional e de equipe feminina.

55 comentários

Deixe seu comentário

voltar ao topo