ROTAS TURÍSTICAS NO RIO GRANDE DO SUL
As rotas turísticas do Rio Grande do Sul reúnem paisagens deslumbrantes, cidades charmosas e experiências que todo viajante precisa viver pelo menos uma vez na vida.
Percorrendo essas rotas, você vai se deparar com serras, cânions, cidades históricas, vinhedos e pequenas propriedades rurais que mantêm vivas tradições centenárias, enquanto cada estrada oferece experiências que combinam natureza, gastronomia e aventuras ao ar livre. Da Rota dos Vinhedos à Rota Romântica, confira abaixo as principais rotas turísticas que merecem estar na sua próxima viagem.
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ÍNDICE:
- Quais são as principais rotas turísticas do Rio Grande do Sul?
- Onde fica a Serra Gaúcha?
- Principais rotas turísticas do Rio Grande do Sul
Quais são as principais rotas turísticas do Rio Grande do Sul?
Entre as mais conhecidas estão a Rota Romântica, que atravessa cidades com forte influência alemã e italiana; o Vale dos Vinhedos, famoso pelos vinhos e gastronomia típica; a Rota dos Cânions, ideal para quem busca ecoturismo e paisagens impressionantes; a Rota do Sol, que conecta a serra ao litoral com mirantes espetaculares; e a Rota das Salamarias, que resgata tradições italianas com salames, cachaças e produtos coloniais.
As rotas turísticas do Rio Grande do Sul são experiências de viagem completas: cada destino revela paisagens surpreendentes, sabores típicos e a essência da cultura local.
Onde fica a Serra Gaúcha?
A Serra Gaúcha é uma região montanhosa no Rio Grande do Sul, na região Sul do Brasil, conhecida por suas paisagens e forte influência da cultura européia, especialmente italiana e alemã. Cidades como Gramado, Canela, Bento Gonçalves e Caxias do Sul, por exemplo, fazem parte da Serra Gaúcha e atraem turistas o ano todo, com atrações naturais, como cachoeiras e trilhas, até eventos culturais, como o Festival de Cinema de Gramado. E mais: a Serra Gaúcha é um dos maiores polos produtores de vinhos do Brasil, com vinícolas renomadas espalhadas pelo Vale dos Vinhedos, um dos principais destinos de enoturismo do país.
ROTAS TURÍSTICAS NO RIO GRANDE DO SUL
Principais rotas turísticas do Rio Grande do Sul
Rota Romântica (Porto Alegre a Canela)
Um clássico para casais e amantes da natureza, a Rota Romântica liga cidades de arquitetura germânica e paisagens bucólicas no coração da Serra Gaúcha. O percurso totaliza 184 km entre São Leopoldo e Linha Nova, passando por municípios como Novo Hamburgo, Ivoti, Dois Irmãos, Picada Café, Santa Maria do Herval, Nova Petrópolis, Gramado e Canela, onde você pode conhecer parques, feiras de artesanato, cafés aconchegantes e uma gastronomia que vai do tradicional churrasco ao fondue. A estrada passa por plátanos e por casas típicas da cultura alemã e italiana. No outono, a paisagem se transforma com tons avermelhados e dourados, enquanto a primavera colore jardins, praças e ruas, criando cenários ideais para trilhas e caminhadas. Entre maio e agosto, nevoeiros e geadas aparecem com mais frequência, caracterizando o clima da região e realçando a atmosfera das cidades, que oferecem hotéis e pousadas de diferentes tipos e uma gastronomia que combina receitas coloniais e pratos contemporâneos.
Grande parte da estrada segue pela BR-116 até Nova Petrópolis, e a RS-235 leva até Gramado e Canela, com curvas sinuosas e vistas panorâmicas – atenção especial nos dias de neblina. Além dos destinos mais conhecidos, cidades menores como Picada Café, Dois Irmãos e Santa Maria do Herval oferecem arquitetura histórica, feiras coloniais e festas típicas – ideal para quem quer sair do roteiro tradicional. Gramado, em especial, se transforma durante o inverno e nos eventos de Natal, quando a cidade vira um verdadeiro cenário de conto de fadas.
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Principais destinos e onde se hospedar:
- Gramado: famosa pela arquitetura europeia e pelo charme das ruas floridas, a cidade se destaca pelos chocolates artesanais, cafés aconchegantes e festivais que animam o ano todo, como o Natal Luz e eventos culturais. Se hospede no Saint Andrews (diárias desde R$ 2 167), um hotel puro luxo que parece um sonho: com decoração clássica, inspirado nos castelos escoceses, possui piscina coberta, SPA, adega, restaurante, bar, sauna, academia e mais. Para uma opção mais em conta, opte pelo Hotel Sky (diárias desde R$ 166), num predinho típico de arquitetura enxaimel interior da Suíça, tem quartos simplórios e antigos, mas arrumadinhos.
- Canela: cidade vizinha de Gramado, conhecida pela imponente Catedral de Pedra, pelo Parque do Caracol com sua famosa cascata, além de trilhas, atrações culturais e opções de lazer em meio à natureza. Fique na Pousada Caliandra da Serra (diárias desde R$ 180): os chalezinhos todos em madeira ficam espalhados pelo jardim da pousada, enfeitados por banquinhos e plantas. Também há opção de ficar nos apartamentos do edifício principal, também com detalhes em madeira, que são mais em conta – os térreos têm redes.
- Nova Petrópolis: com influência da cultura alemã, se destaca pelos jardins bem cuidados, praças charmosas e pela Oktoberfest, além de museus, feiras e eventos que preservam as tradições da colônia. Por lá, o Hotel Jardins da Colina (diárias desde R$ 597) é ótimo, com uma vista panorâmica do vale, duas piscinas, terraço, academia, área kids e área de jogos, café da manhã delicioso e um jardim.
- Bento Gonçalves: capital do vinho no Brasil, oferece vinícolas tradicionais, degustações, roteiros de enoturismo e experiências que combinam gastronomia e cultura italiana. O Hotel e Spa do Vinho (diárias desde R$ 1 047) é uma experiência à parte: conta com vinícola própria, na qual os hóspedes podem participar da colheita e curtir um piquenique entre os vinhedos. A arquitetura é belíssima, inspirada nas villas da Toscana, o que deixa a hospedagem ainda mais charmosa.
- Garibaldi: conhecida pela produção de espumantes, se destaca também pela arquitetura colonial preservada e pelos museus que contam a história da cidade e da cultura local. O Hotel Casacurta (diárias desde R$ 650) é um castelinho transformado em hotel boutique charmoso, frequentado por famosos, com atendimento impecável e no centro da cidade. O Hotel Dall`Onder Ski (diárias desde R$ 285) fica na antiga pista de ski de Garibaldi, possui uma vista privilegiada da cidade e é ótimo para famílias com crianças.
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Vale dos Vinhedos (Bento Gonçalves a Garibaldi)
O Vale dos Vinhedos, no Nordeste do Rio Grande do Sul, ocupa áreas de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul, e é considerado um dos destinos mais charmosos para quem aprecia vinhos, gastronomia e paisagens bucólicas. Conhecida como a Toscana Brasileira, a região combina vinhedos, queijarias, restaurantes e arquitetura italiana, com cenários que parecem tirados de um filme. O acesso é fácil a partir de Porto Alegre: são cerca de 135 km até Bento Gonçalves e 122 km até Garibaldi. Ao longo do trajeto, a paisagem urbana se transforma em colinas, casas coloniais e vinhedos, revelando a herança dos imigrantes italianos que moldaram a cultura, a gastronomia e o estilo de vida da região.
Dentro do Vale, faça o “Caminhos de Pedra”: são 12 km de casas históricas, restaurantes e vinícolas que preservam o espírito da colonização, cenário que inspirou parte do filme brasileiro “O Quatrilho”. Monte Belo do Sul, outra cidade integrante da Rota da Uva e do Vinho, abriga vinícolas renomadas como a Calza.
Principais destinos e onde se hospedar:
- Bento Gonçalves: além do Hotel & SPA do vinho que citamos acima, você pode ficar no Hotel Villa Michelon (diárias desde R$ 1 047), no coração do Vale dos Vinhedos, cercado pela natureza e pelas montanhas. O hotel proporciona experiências como a participação na abertura da colheita da uva, momentos de lazer em seu parque poliesportivo, tudo em meio à natureza.
- Garibaldi: destaque na produção de espumantes e vinhos, a cidade possui vinícolas familiares, roteiros de degustação e eventos que celebram a tradição da cultura italiana. Na Pousada Botte di Vino (diárias desde R$ 708), a imersão no universo do vinho vai além da taça. Os chalés, criados a partir de grandes barris de vinho, contam com cozinha equipada, sala de estar confortável, banheira relaxante e uma varanda com vista para o jardim.
- Nova Pádua: é uma cidade marcada por pequenas propriedades rurais, produção de vinhos artesanais e paisagens de vales e parreirais. Fique na Pousada e Restaurante Del Miro (diárias desde R$ 195), no centrinho de Nova Pádua. Conta com restaurante, um lounge compartilhado, café da manhã em estilo buffet e quartos moderninhos.
A Rota dos Espumantes, em Garibaldi, faz parte da região do Vale dos Vinhedos, mas é considerada um roteiro complementar, focado especificamente na produção de espumantes e vinhos espumantes artesanais.
A Rota não é um roteiro pronto, mas fazem parte dela todas as vinícolas de Garibaldi. A grande maioria recebe visitas e tem uma programação para receber o turista. A Cooperativa Vinícola Garibaldi oferece a experiência harmonizada Taça & Trufa, além da Degustação às Cegas, com os olhos vendados mesmo. Na Peterlongo é onde está o único champanhe do Brasil, local em que a história dos espumantes brasileiros começou. Lá o visitante também pode participar do Wine Movie, uma sessão de cinema no vinhedo. E, apostando no terroir da Serra Gaúcha, a francesa Moët & Chandon trouxe a Casa Chandon para Garibaldi e aqui oferece a visitação tradicional com degustação. Outras vinícolas tradicionais, bastante conhecidas na região e reconhecidas pelos seus vinhos de qualidade, são a Domno, que faz parte da Famiglia Valduga; a Courmayeur, com vinhos premiados; a Milantino, vinícola boutique cujas mudas das videiras vieram na Itália junto com a família no final do século XIX; e também a Don Laurindo, que está em Garibaldi dentro do Vale dos Vinhedos.
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Rota dos Cânions (Cambará do Sul)
A Rota dos Cânions atravessa a Serra Gaúcha e é formada pelas regiões de Cambará do Sul e São José dos Ausentes, estendendo também até Praia Grande, em Santa Catarina. O percurso concentra dois parques nacionais: o Parque Nacional dos Aparados da Serra e o Parque Nacional da Serra Geral, onde estão localizados os cânions mais impressionantes do estado, como o Itaimbezinho e o Fortaleza. A região é conhecida pelas baixas temperaturas, podendo atingir valores negativos no inverno e ter neve, especialmente em Cambará do Sul, ou seja, escolha bem a época da visita. A primavera e o verão oferecem um clima mais ameno para apreciar a paisagem em sua plenitude, com o verde intenso das araucárias, as cascatas e a imponência dos paredões que chegam a quase mil metros de altura.
O Cânion do Itaimbezinho, acessível a cerca de 30 km de estrada de terra a partir de Cambará do Sul, conta com estacionamento e trilhas sinalizadas que não exigem guia, incluindo a Trilha do Cotovelo, de 6 km ida e volta, e a Trilha do Vértice, que proporciona vistas da Cascata Véu da Noiva entre a vegetação nativa. Já o Cânion Fortaleza, dentro do Parque Nacional da Serra Geral, apresenta uma experiência mais selvagem, com acesso por caminhada de 30 minutos até a borda da muralha de 7,5 km de extensão e 940 metros de profundidade. Uma trilha adicional permite explorar outro ângulo do cânion, passando pela Cachoeira do Tigre Preto e pelo Mirante da Pedra do Segredo. Em ambos os parques, a combinação de natureza exuberante, silêncio absoluto e paisagens grandiosas oferece experiências de ecoturismo e contemplação difíceis de encontrar em qualquer outro lugar do país.
O hotel Parador Casa da Montanha (diárias desde R$ 605) é o hotel mais sofisticado da cidade, com com chalés/barracas térmicas com jacuzzi ao melhor estilo glamping, além de um SPA by L’Occitane. Inspirado em lodges africanos, o lugar aposta na ideia do glamping, com acomodações dispostas entre palafitas ao redor de uma passarela de madeira. Servido em toalhas xadrez e louças fofinhas, o café da manhã tem frutas mil, iogurtes, sucos, geléias e mel da região e pães e bolos feitos na casa.
Rota do Sol (Serra Gaúcha ao litoral)
A Rota do Sol liga a Serra Gaúcha ao litoral gaúcho, atravessando uma diversidade de paisagens que vão das colinas verdejantes até o mar. O trajeto começa em Capão da Canoa, pela RS-486, cruza a BR-101 e passa por cidades como Terra de Areia, famosa pelos abacaxis, Itati e Tainhas, e ainda por Vacaria, São Francisco de Paula, Canela, Gramado, São Leopoldo, Caxias do Sul e Bento Gonçalves. Cada trecho tem seu charme: as serras revelam vales profundos e mirantes naturais, enquanto as cidades ao longo do caminho combinam tradição, gastronomia e arquitetura característica do interior gaúcho.
Por conta das curvas sinuosas e subidas, é mais seguro percorrer a estrada durante o dia, aproveitando a luz natural. Entre os destaques do percurso está o Mirante da Rota do Sol, parada quase obrigatória para quem deseja uma vista panorâmica antes de descer em direção ao litoral. No local, o restaurante Mirador oferece refeições simples, mas saborosas, e são dois pontos perfeitos para fotos: o mirante de madeira e uma pedra natural que se tornou marca registrada para selfies. A Rota do Sol é relativamente curta – se você fizer o trajeto direto, de Vacaria até Capão da Canoa, levaria cerca de 3 a 4 horas de carro. No entanto, como há muitos pontos de interesse no caminho, é comum transformar a viagem em um roteiro de um a dois dias. Se a ideia for explorar a Serra, você pode dormir em São Francisco de Paula, Canela ou Gramado, que têm boa infraestrutura turística.
Em São Francisco de Paula, fique na Tiny House na Mata Atlântica (diárias desde R$ 700). Com uma arquitetura moderna e imersão total na exuberante Mata Atlântica, a cabana oferece um contato profundo com a natureza. Ideal para quem busca desconectar, o espaço combina aconchego e conforto com uma banheira deliciosa inspirada nas águas termais japonesas, uma lareira acolhedora e uma área externa com fogueira, perfeita para saborear um vinho ou contemplar as estrelas.
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Rota das Salamarias (Marau)
Rota pouco conhecida no interior de Marau, a 4h de Porto Alegre, a Rota das Salamarias se destaca pela tradição e pelos sabores artesanais. Em apenas 13 km, o roteiro leva a propriedades onde os salames são curados, cachaças envelhecem em alambiques centenários e vinhos caseiros carregam o sabor da colônia italiana. Entre uma degustação e outra, é possível acompanhar o preparo da erva-mate, passear por trilhas cercadas por árvores nativas ou até explorar a região em um passeio de trator. O charme do caminho está na autenticidade: cada família possui técnicas originais, seja na cachaça da família Pol, que segue quase cem anos de tradição, ou nos produtos da família Camera, que inclui o almoço típico do passeio. Obs: em um único dia é possível conhecer todas as propriedades.