Tem inúmeras maneiras de montar um roteiro pela Chapada Diamantina: a área é enorme (cerca de 1 500 km², ou o tamanho da cidade de São Paulo inteira!) e a coleção de grutas, cachoeiras e cânions é diretamente proporcional.

Aqui, eu explico o que eu acredito ser um roteiro bem completo, dando a volta no parque nacional e passando pelas três principais cidades-base, Lençóis, Mucugê e Capão.

ÍNDICE

  1. Quantos dias para conhecer a Chapada Diamantina?
  2. Como circular na Chapada Diamantina
  3. Roteiro Chapada Diamantina

O que você vai ver nesse roteiro Chapada Diamantina

Uma volta pelo Parque Nacional da Chapada Diamantina, visitando as duas principais cachoeiras da região (Buracão e Fumaça) e algumas grutas e fazendo um trecho do trekking do Vale do Pati, a caminhada mais famosa da região, para quem não tem tempo/fôlego para cumprir o trajeto todo. Aqui você também vai dormir em três cidades diferentes, Lençóis, Mucugê e Capão.

Quantos dias para conhecer a Chapada Diamantina?

Pergunta difícil; daria pra ficar um mês todo ali. Mas o mínimo é uma semana, ainda mais para quem vem do Sudeste, para valer o deslocamento e ver as principais atrações. Para fazer com mais calma, o ideal seriam dez dias. Deixe a ansiedade de lado: você não vai conseguir ver tudo o que o Google Imagens mostra numa viagem só. Aqui vai uma sugestão de roteiro de 7 a 9 dias.

Como circular na Chapada Diamantina

Eu fiz os deslocamentos de carro (alugado com a Rentcars em Salvador) e lá contratei os passeios com a Venturas, que tem uma filial local – outra opção é o Civitatis, com pagamento parcelado em até 12x, suporte e passeios verificados. É bem cansativo dirigir de Salvador a Lençóis (cerca de 6 horas de viagem), mas para quem está em grupo é o jeito mais prático e econômico, e ainda dá chance de você fazer tudo no seu tempo. Outra possibilidade é chegar lá e se encaixar em grupos da agência (mas aí você depende do que está saindo no dia) ou, para quem quer conforto total, comprar o pacote todo já incluindo transporte. Para se localizar melhor, baixe o aplicativo Maps.me, que funciona offline, porque tem pouco sinal no caminho. Celulares Claro pegam melhor na região.

Um roteiro de 7 a 9 dias na Chapada Diamantina

* Se quiser fazer em 7 dias, simplesmente corte o dia 3 e o dia 7. Se quiser fazer em 8, corte só o dia 7.

DIA 1: Chegada a Salvador de manhã e ida até Lençóis (450 km). Pernoite em Lençóis

O caminho é longo e chatinho pela presença de muitos caminhões na estrada. Pelos lados da cidade de Itaberaba tem alguns postos com almoço decente. Sugiro ficar na Pousada Canto no Bosque, num área verde gostosa a 15 minutos de caminhada do centrinho de Lençóis.

DIA 2: Cachoeira do Mosquito, Poço do Diabo e Morro do Pai Inácio. Pernoite em Lençóis

A Cachoeira do Mosquito é uma ótima estreia para a chapada. Uma trilha tranquila (cerca de 3 km) leva a essa queda d’água forte de 70 metros de altura circundada por rochas avermelhadas e piscinas de água cor chá mate (como de costume na chapada). Você fica ali um tempo curtindo a paisagem e depois se dirige até o Poço do Diabo, que tem um restaurante pra almoço na entrada. Coma ali e depois siga ao tal poço, descendo pelo caminho do rio, com espaçoso para sentar nas pedras e curtir o silêncio. Umas 4h comece a rumar ao Morro do Pai Inácio, da onde se tem as vistas mais fantásticas da região.

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ONDE FICAR EM LENÇOIS, NA CHAPADA DIAMANTINA

Hotel Canto das Águas

Refúgio ecológico com decoração rústica; possui quartos reformados, cercado pelas cachoeiras e rios do Parque Nacional da Chapada Diamantina, com trilhas longas, curtas, leves, na estrada e fora dela. Além disso, conta com restaurante, bar, lindos jardins, uma sauna e uma piscina que complementam a estadia

Home da Onça

A cabana está dentro de uma fazenda de produção orgânica, pertinho do Parque Nacional. O local, com 36 m², possui um delicioso deck com vista para a vegetação, um ofurô, mesinha para trabalhar, chuveiro externo, jardim e horta. A propriedade é um verdadeiro paraíso para os amantes da natureza, com pequenas trilhas e cachoeiras.

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Canto do Bosque

Para pagar menos e ficar entre a natureza, a 15 minutos de caminhada do centro, recomendo a Canto no Bosque. Tem piscina, buffet de café da manhã e quartos simples, mas funcionais, para uma estadia tranquila e aconchegante com muita natureza ao redor e, inclusive, um bosque onde moram passarinhos que criam a trilha sonora.

DIA 3: Remanso e Marimbus. Pernoite em Lençóis

Pegue a estrada que vai até a comunidade quilombola do Remanso, onde os próprios moradores são guias e remam as canoas por uma região conhecida como Marimbus, uma planície alagada (por isso o apelido de mini Pantanal) semivirgem, onde você singra caminhos pela água entre a vegetação. O rolê termina num antigo casarão da época do garimpo, onde é servido o almoço. Dali também sai uma trilha que leva até as corredeiras do Rio Roncador, que tem uma vista bonita para a paisagem e poços entre as pedras pra tomar banho.

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DIA 4: Poço Encantado e Poço Azul. Pernoite em Mucugê

Dia light com essas duas maravilhas. No Poço Encantado não é permitido nadar; você só desce gruta adentro para se deslumbrar com uma piscina límpida azulada que dá um show maior ainda quando um raio de sol entra. No Poço Azul você almoça (comida mesmo ou só um pastel de palma, cacto da região) e entra na gruta para fazer um snokel de 20 minutos numa água também impressionantemente azul. Termine o dia na cidade de Mucugê.

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DIA 5: Cachoeira do Buracão. Pernoite em Mucugê

O café da manhã da Pousada Mucugê é um dos mais fartos que eu já vi na vida (sério), com uma mesona em que cada centímetro da superfície é preenchido por bolos, tortas, pães. Forre o estômago antes de partir para a Cachoeira do Buracão, para mim a maior atração da chapada. A caminhada (6 km ida e volta) pelo Parque Natural do Espalhado é cênica, margeando o Rio Espalhado e atravessando pedras entre arbustos baixos e cactos (mandacaru, xique-xique, palma) até entrar pelo cânion que leva à queda d’água. Ali você se enfia num colete salva-vidas e nada pelo garganta rochosa até ela, a majestosa cachoeira, com 85 metros. Uma experiência surreal. Na volta é possível observá-la do alto e tirar uma foto com essa ao lado.

ONDE FICAR EM MUCUGÊ, NA CHAPADA DIAMANTINA

ONDE FICAR EM MUCUGÊ, NA CHAPADA DIAMANTINA

Vila Diamantina

A Vila Diamantina oferece instalções novas, confortáveis e aconchegantes em frente à Praça dos Garimpeiros, no centro – em época de festas pode não ser a opção mais silenciosa! O café da manhã é gostoso e bem servido, mas não oferecem refeições no almoço ou janta.

ONDE FICAR EM MUCUGÊ, NA CHAPADA DIAMANTINA

Villa Hortensia

Instalações novíssimas em um ambiente que une o clássico ao moderno. Privacidade e exclusividades são palavras-chaves, com apenas três quartos disponíveis e super silenciosos. No café da manhã é servido apenas o básico – mas tudo é bem feito! Você faz a seleção do que comer no dia anterior.

ONDE FICAR EM MUCUGÊ, NA CHAPADA DIAMANTINA

Pousada Monte Azul

Essa pousada tem uma vibe hotel-fazenda, onde há muito conforto, aconchego e natureza. Está a apenas 500 metros do centro de Mucugê, mas ainda consegue garantir silêncio e sossego. Tem um belo jardim e o café da manhã é bem servido e diversificado, com algumas delícias regionais.

DIA 6: Caminhada Guiné-Capão. Pernoite no Capão

Esse trekking de 18 km é um trecho da famosa travessia do Vale do Pati. A caminhada é longa, mas é relativamente fácil, com poucos trechos de subida, e culmina no belo Mirante do Pati, com vista para as montanhas chapadas, entre a vegetação do cerrado suas variantes pelo caminho. Uma imensidão de natureza poderosa onde não há quase alma humana à vista. O fim da trilha, já quase no anoitecer, é numa matinha fechada que culmina no vilarejo do Capão, estrategicamente em frente a um café que serve açaí e a famosa coxinha de jaca da região. Durma na linda Pousada do Capão. Em tempo: pra fazer essa trilha você precisa contratar um guia e um motorista pra levar seu carro (se for o caso) do início da trilha até o Capão.

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DIA 7: Cachoeira Purificação e Poço Angélica. Pernoite no Capão

O trekking do dia anterior é pesado então é melhor ter um dia mais relax. Conheça essas cachoeiras próximas do Capão e curta a área da pousada, que tem banho de rio, spa, jardim e, de noite, pizzaria e fogueira. Melhor investimento da viagem. De noite o centrinho roots é animado e tem lojinhas pra comprar ervas, cristais, artesanatos.

DIA 8: Cachoeira da Fumaça e Riachinho. Pernoite no Capão

Outra grande estrela da chapada e uma das maiores cachoeiras do Brasil, tem 340 metros de altura – o nome se dá pela água, que se perde no ar lá embaixo, virando vapor. Para vê-la do alto, é necessário enfrentar uma trilha dividida em dois trechos: cerca de uma hora de subida íngreme para chegar até os altiplanos chamados Gerais da Fumaça, e depois mais uma hora de caminhada leve para chegar até o topo da queda da cachoeira.

ONDE FICAR NO VALE DO CAPÃO, NA CHAPADA DIAMANTINA

ONDE FICAR NO VALE DO CAPÃO, NA CHAPADA DIAMANTINA

Pousada do Capão

A Pousada do Capão é absolutamente deliciosa. A uns 3 km do centrinho, tem um jardim imenso onde é acesa uma fogueira de noite, um food truck de pizza, uma piscina natural feita com o rio represado, um spa e quartos com cama king-size. 

ONDE FICAR NO VALE DO CAPÃO, NA CHAPADA DIAMANTINA

Villa Lagoa das Cores

Cercada pelas montanhas do vale, a pousada integra o rústico e bucólico ao requinte, qualidade e conforto. Cada cantinho respira tranquilidade, arte conexão, construídos sob a autenticidade e a magia desta região da Chapada Diamantina.

ONDE FICAR NO VALE DO CAPÃO, NA CHAPADA DIAMANTINA

Pousada Pé no Mato

No centro de Capão, tem a Pé no Mato, um lugar de muita tranquilidade, paz e conexão com a natureza, numa fusão de simplicidade e conforto. O café da manhã , bem diversificado, é servido na varanda, com o visual da Serra da Larguinha.

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DIA 9: Volta a Salvador

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