Engana-se quem pensa que só vale ir à Serra Gaúcha no inverno e que, depois de Gramado, só existe Canela.

O verão vem com o combo Natal Luz + hortênsias, ambos encantadores, enquanto o outono é tomado por plátanos e temperaturas próximas a zero, com tarifas em conta e cidades vazias.

Não dá pra fugir do aluguel de carro no aeroporto de Porto Alegre, principalmente – e de novo – porque as serras do sul não se resumem a Gramado e a Canela, cheias de atrações charmosas, mas com beleza limitada.

O ideal é começar a viagem por lá, mas logo partir pro Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, e Cambará do Sul, com paisagens ainda mais bonitas que as das vizinhas mais populares. Praticamente não existem pacotes turísticos contemplando os três destinos, por isso ir por conta (quase sempre) é a melhor opção. Com tempo, fique de dois a três dias em cada destino.

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*Também é possível inverter o roteiro e começar com Bento, seguir pra Gramado e, então, Cambará, diminuindo distâncias e encurtando a rota. Se perde, contudo, a linda Estrada de Velha que vai de Porto Alegre a Gramado.

O QUE FAZER NA SERRA GAÚCHA

DIA 1: O QUE FAZER NA SERRA GAÚCHA

Roteiro de viagem pela serra gaúcha

MANHÃ: Alugue um carro no aeroporto de Porto Alegre e siga viagem pela cênica Estrada Velha que leva a Gramado, a BR-116, continuando pela BR-235. No outono, o caminho fica todo colorido por plátanos e enfeitado por lenhas cortadas na beira da estrada. Barraquinhas vendendo pinhão cozido e alguns mirantes se enfileiram na rodovia, próximos a adoráveis cidadelas como Picada Café, mas é só em Nova Petrópolis que vale a pena desviar o caminho. O Ecoresort Villa Flor (diárias desde R$ 220), com chalés rústicos e coloridos em meio à mata, pede parada pra fotos na incrível ponte pênsil do local. Dá pra tocar viagem até Gramado antes da hora do almoço e aproveitar as hortênsias da entrada da cidade, que só florescem no verão, pra outros cliques.

TARDE: No almoço, renda-se às tentações alemãs do café colonial Bela Vista, pioneiro do país, e prove desde cucas (as de uva são as mais saborosas) e geleias a uma incrível variedade de frios e salgados – tudo isso regado a suco de uva natural. Depois, visite o Lago Negro e siga pra Canela antes do pôr do sol. Pra ver a queda d’água da Cascata do Caracol, talvez a atração mais famosa das cidades, há duas opções: o tradicional Parque do Caracol (a entrada custa R$ 18), com mais espaço pra circular e trilha até a base do negócio, e os novos bondinhos aéreos, ou teleféricos, onde se paga R$ 36 e se tem a mesma visão, mas com ambiente restrito e interferência dos bondes. De lá siga pro Flâmni Mundo da Vela e acompanhe a produção artesanal, uma graça, onde dá pra escolher cores e modelos de velas que ficam prontas na hora. Ainda sobra tempo pra linda Catedral de Pedra de Canela.

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Roteiro de viagem pela serra gaúcha

NOITE: O que fazer na Serra Gaúcha: bata perna pelas Avenidas das Hortênsias e Borges de Medeiros, melhores endereços pra comprar artigos de lã e couro e calçados em Gramado. Também vale dar uma passada em alguma loja da Caracol ou da Lugano e tomar chocolate quente. Opções pro jantar são o que não faltam na capital da Serra Gaúcha, com ótimos restaurantes tradicionais e bistrôs quase que da moda por todos os lados. Escolha entre fondue ou galeto. Alternativas sem erro: Le Petit Clos, pra fondue, ou a galeteria Casa di Paolo.

Roteiro de viagem pela serra gaúcha

ONDE FICAR: Há muitas e muitas boas opções. Minha recomendação: se arriscar em qualquer pousadinha charmosa da região, mais em conta ainda se for em Canela. Em baixa temporada, os quartos da Pinhão e Poesia, por exemplo, saem por até R$ 150 (RESERVE AQUI!) – vale fazer o check-in assim que cair a noite, a chance de conseguir descontos é ainda maior. Já na alta, chegue em Gramado e corra pra achar onde ficar se ainda não tiver reserva, já que tudo lota. Pra casais que buscam mais conforto, o Saint Andrews (RESERVE AQUI!, diárias a partir de R$ 1 800) é a mais romântica – e caaaaara – alternativa. Já o aconchegante Estalagem St. Hubertus (RESERVE AQUI!, diárias a partir de R$ 520) é supertradicional e tem vista pro Lago Negro, além de fazer parte da Roteiros de Charme. O Serrano (RESERVE AQUI!, diárias a partir de R$ 377), hoje chamado Wish Serrano, é outro dos mais conhecidos, com localização central.

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DIA 2: O QUE FAZER NA SERRA GAÚCHA

MANHÃ: Acorde cedo e dirija por duas horas até o Vale dos Vinhedos, destino deste dia. Além de muuuuuuito vinho, espere encontrar cenários dignos de Toscana e o que há de mais autêntico da herança da imigração italiana no Brasil. Minha sugestão é ficar no melhor hotel do Vale, o Hotel e Spa do Vinho (RESERVE AQUI!), com diárias até que em conta, desde R$ 384, e spa assinado pela marca francesa Caudalie. Depois do check-in, aproveite pra testar os tratamentos vinoterápicos do local (agende um horário).

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TARDE: O que fazer na Serra Gaúcha: volte no tempo na estradinha histórica dos Caminhos de Pedra, com 23 paradas entre teares, cantinas e vinhedos onde os proprietários te recebem com um sorriso no rosto e um copo de champagne na mão. Ao meio dia, vá de almoço gourmet no Casa Vanni ou de piquenique no jardim da Casa das Cucas Vitiaceri, onde dá pra colher uvas no pé das vinhas durante a vindima (de meados de janeiro a março). Dirija então até a Casa da Erva Mate, parada obrigatória, e depois faça o caminho de volta visitando alguns pontos – a Casa da Ovelha tem ótimos produtos pro corpo e o cabelo. Retorne ao Vale e conheça o complexo vinícolo da Casa Valduga, pioneira no enoturismo e com a maior adega de espumantes da América Latina (R$ 20 com degustações). É bom deixar o carro no hotel e ir até lá de táxi pra poder beber. Quem tiver tempo sobrando também pode incluir o passeio de Maria Fumaça até Carlos Barbosa e a visita a Salton no roteiro.

Roteiro de viagem pela serra gaúcha

MONT1

NOITE: Reserve uma mesa no Valle Rustico, aconchegante restaurante em casa colonial com decoração rústico-chique, horta e bosque.

ONDE FICAR: Além do Hotel e Spa do Vinho, a Villa Valduga, junto à vinícola, tem bons quartos desde R$ 290 com curso de vinho incluso. A Pousada Borghetto Sant’anna (diárias a partir de R$ 430) também não é má opção.

DIA 3: O QUE FAZER NA SERRA GAÚCHA

O que fazer na Serra Gaúcha: programe-se pra sair do hotel cedo: a viagem até Cambará do Sul é de quase três horas. Em compensação, cânions de cinema recebem os visitantes na divisa entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Nos Parques Nacionais de Aparados da Serra e da Serra Geral, pode-se visitar o Cânion Itaimbezinho, onde dá pra optar pela trilha do Vértice, de 45 minutos, ou do Cotovelo, de duas horas; o Cânion da Fortaleza e as três quedas da Cachoeira Tigre Preto. A trilha mais longa, até a Pedra do Segredo, é de 3,5 quilômetros. A mais básica, de uma hora e meia. Em meio dia, o mais aconselhável é fazer o Itaimbezinho, mais rápido e prático. Com infra precária, estradinhas de terra e pedregulhos e caminhadas que podem ficar intensas, vale contratar um guia pra ambos os passeios. Os paredões verticais são melhores contemplados de manhãzinha e durante o inverno, quando a serração diminui, mas também há boas chances de pegar o tempo limpo no comecinho da tarde – a empresa Coiote Adventure indica se a saída vale a pena por conta da neblina. Outra ideia é o tour de helicóptero da Tri, que sobrevoa todo o cenário – dá pra ver até o Vale dos Vinhedos.

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Roteiro de viagem pela serra gaúcha

Roteiro de viagem pela serra gaúcha

ONDE FICAR: O Parador Casa da Montanha (RESERVE AQUI!, diárias a partir de R$ 293) está entre os melhores glampings (camping + glamour) do país, com 19 chalés rústicos em meio às araucárias. Há calefação e lençóis térmicos. O hotel também realiza casamentos.

Melhor época pra ir à Serra Gaúcha:

Não há mês não favorável pra ir à Serra Gaúcha. Como dito, dezembro vêm com o brinde das várias atrações do Natal Luz em Gramado. Já janeiro é o melhor mês pra ver as hortênsias, enquanto junho e julho são o auge do friozinho – e pode nevar.

Anna Laura

Um dos maiores nomes do turismo no Brasil, Anna viaja há 10 anos em busca de construir um mundo mais consciente, sustentável e a favor da natureza, propondo mais autoconhecimento através de suas experiências pelo globo. Jornalista por formação e fotógrafa por vocação, é editora do Carpe Mundi e Co-founder da plataforma de curadoria em aluguel de temporada Holmy, 100% nacional e de equipe feminina.

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