ÁFRICA, QUANDO IR

As estações na maior parte da África são praticamente as mesmas do Brasil; portanto o verão vai de dezembro a fevereiro, o outono de março a maio, o inverno de junho a agosto e a primavera de setembro a novembro – com exceção do Norte da África, que segue o clima europeu, com inverno no início do ano e verão na metade do ano. O maior motivador de viagem para o continente africano são os safáris. De acordo com o Weather Channel, os melhores meses gerais para um safári pela África são março ou abril e setembro ou outubro, quando as temperaturas não são tão quentes, nem tão frias – as temperaturas médias do verão ficam na casa dos 30 graus e do inverno, 20 graus.

DICA CM: Quando estiver planejando sua viagem à África, planeje visitar não mais do que dois países durante uma viagem de duas semanas. Os voos entre os países africanos acontece, normalmente, apenas uma vez por dia, e frequentemente não se conectam com conveniência – exceto pelo Norte do país, principalmente no Marrocos e Egito, países facilmente visitados desde a Europa. Conjugar a viagem para um safári com a África do Sul quase sempre é uma boa ideia, mas se você quiser explorar uma África mais fora da rota do turismo clássico e não tiver muito tempo de férias, escolha um parque menor como o Maasai Mara, do Quênia, que pode ser feito em três dias, em oposição ao Serengeti, onde você pode passar duas semanas facilmente pra conhecer todo o território.

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JANEIRO

Janeiro é considerado baixa temporada no continente africano, com preços atrativos para turistas. Faz tempo bom na África do Sul, principalmente no litoral. Cape Town e praias da Rota Jardim são excelente pedida. Boa hora para ver animais no Quênia, Tanzânia (o Parque Nacional do Serengeti está em alta pelo início da época dos gnus), Ruanda e Uganda, enquanto no Kruger a umidade está em alta e pode chover, além de ser época dos mosquitos (mas mesmo assim dá pra ir se for sua única opção). Pode haver tufões em Madagascar, Ilhas Maurício e Moçambique – evite. No Norte da África pode ser uma boa visitar os desertos (leve um casaco para as noites) do Marrocos, mas não as praias, onde está frio pra entrar no mar. O Egito é uma ideia bacana pra conjugar com uma viagem pela Europa.

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FEVEREIRO

O Sul da África tem umidade, chuvas e muito calor, mas ao mesmo tempo é o melhor momento pra viajar pra Cape Town, na África do Sul, e curtir o verão. Fevereiro é o pico da estação do parto no Parque Nacional do Serengeti, com mais de meio milhão de gnus nascendo nas planícies do sul da Tanzânia. Zanzibar, a um voo curtinho dali, também é boa pedida, com praias gostosas, clima seco e o Festival de Música Sauti za Busara, que acontece ao longo de quatro dias em Stone Town. Uganda é outra escolha esperta, sendo o fim da curta estação seca e uma oportunidade fantástica para ver os gorilas nas florestas em seu habitat natural. Neste momento a folhagem é mais fina e os caminhos são mais fáceis de seguir durante a caminhada. A Etiópia tem seu último mês da boa estação pra visitar, a seca, que só retorna em outubro. No Norte, em países como o Marrocos o clima é frio, mas agradável em comparação com o calor insuportável do meio do ano, e menos frio que no continente europeu na mesma época – veja um roteiro pelo Marrocos aqui. Em ilhas tropicais como Seychelles e Maurício é época de chuva.

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MARÇO

Não é uma época excelente para safáris, já que é um mês de transição de clima e com movimento estranho de animais – se quiser ir mesmo assim, o melhor lugar agora é a a África do Sul e o Kruger, agora com inícios de manhãs e finais de tarde mais gostosos para ver os Big 5. Você também pode ir à ensolarada Cape Town, que ainda está com o calorzinho do fim do verão. O Botswana, no fim da estação chuvosa, vive sua baixa temporada, com glampings no Delta do Okavango com preços super atrativos. E, no início do mês, Makgadikgadi têm planícies cheias de zebras. Março é o momento em que a estação das chuvas termina em Moçambique, mas o clima ainda é muito quente e perfeito para relaxar na praia ou deitar na rede, enquanto a vegetação está vibrante e verdinha. Mergulho e snorkel também são fantásticos e esta é a melhor época do ano para ver tartarugas se aninhando nas praias. O Egito tem preços atraentes, mas ainda faz frio de noite, como no resto da região Norte do continente.

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ABRIL

O Noroeste do continente deixa o inverno para trás: é um bom momento pra um passeio pelos mercados de Marrakech e noites no Deserto do Saara. É o início de um ótimo período pra visitar o Botswana, e, de agora até novembro, fim da seca, os animais migram pro Delta do Okavango em busca de água e comida: os safáris estão com tudo no sul da África (Namíbia, África do Sul, Botswana e Zimbabwe). Na Etiópia, apesar das chuvas, a Semana Santa reúne festivais e comemorações cristãs emocionantes de 800 anos de idade por todo o país, especialmente na cidadezinha de igrejas monolíticas milenares de Lalibela. Esta é uma das épocas mais quentes do ano para visitar as Ilhas Seychelles, o que significa que é a hora ideal para você descansar e relaxar na praia – leia mais sobre Seychelles aqui. O clima quente e calmo não é a única coisa boa: abril sinaliza o início de fantásticas oportunidades para mergulhar no Oceano Índico. Devido às chuvas regionais do verão, também é um dos melhores meses para ver as Cataratas Vitória, no Zimbábue ou na Zâmbia.

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MAIO

Maio vê a continuação das fortes chuvas no Leste da África, fazendo com que destinos como a Tanzânia sejam evitados por hora. Boa hora para visitar o Norte do continente antes do verão chegar: Marrocos, Tunísia e Egito são as escolhas. Época interessante para safáris na África do Sul, mas há chances de chover em Cape Town, onde faz frio. Madagascar, Ilhas Maurício, Moçambique, Namíbia e Seychelles têm clima perfeito para viajar, devido às baixas umidades e temperaturas quentes, além de oportunidade de maior visibilidade ao mergulho.

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JUNHO

É início da alta temporada de safári. É bom momento pra ir aos parques nacionais da África do Sul (mas não tanto para Cape Town e as praias da Rota Jardim, onde pode chover). Outra ideia é combinar um safári no Quênia ou na Tanzânia e aí continuar com um trekking para ver gorilas em Uganda e Ruanda ou um dias relax nas praias de Zanzibar. Zâmbia, Zimbabwe, Quênia, Madagascar: tudo recomendável. Junho é uma época boa para estar em quase todo o continente, mas no Norte o calor começa a ficar insuportável, principalmente no deserto – muitos glampings fecham neste mês e só reabrem em setembro. Junho também sinaliza o início da longa estação seca em Ruanda e este é um ótimo período para o trekking de gorilas. Ilhas tropicais como Maurício tem um clima bom – veja por aqui ir às Ilhas Maurício em lua de mel aqui.

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JULHO

A temporada de safáris está em pleno andamento em toda a África. Na África Oriental, a migração dos animais é mais empolgante e, na África Austral, a Namíbia e o Botswana são duas paisagens polares opostas que atraem uma abundância de vida selvagem. Na Tanzânia, uma visita ao Serengeti nesta época do ano é obrigatória para quem deseja assistir ao espetáculo de vida selvagem mais dramático do mundo. Cuidado no Norte: muuuuito calor! No Deserto do Saara as temperaturas ultrapassam facilmente os 40 graus sendo quase inviável passear por suas dunas alaranjadas.

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AGOSTO

Agosto é o mês mais popular para visitantes na África Oriental e Austral. Em todo o safari na África, todos os países têm uma observação excepcional da vida selvagem – em qualquer lugar que você vá, as chances de visualização de animais é ótima – o único problema é que viajar pra África em agosto coincide com as férias escolares de muitos países europeus, então a lotação é maior que o comum. É o melhor mês para viajar pela Namíbia – os animais se reúnem com mais facilidade perto de bacias de água para saciar o calor. Safáris na  Zâmbia, Tanzânia e Quênia também são boa pedida. O Kruger é um a boa e, com um casaquinho, dá para aproveitar Cape Town. É temporada de avistar baleias em Hermanus, em Western Cape. 

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SETEMBRO

As temperaturas estão caindo, os turistas europeus já foram embora do Marrocos e os safáris ao sul seguem atraentes, especialmente na Namíbia e no Botswana, onde a falta de chuva e a pouca vegetação ainda estão facilitando a visualização dos animais. Também no Quênia, onde um grande número de gnus entrou no Masai Mara (conhecido por suas populações de chitas e leões) nos últimos meses, e você pode ter certeza de que a chegada de tantos animais de rapina atrai a atenção desses predadores.

Em Cape Town e Western Cape, até novembro pode-se avistar baleias-jubarte. Setembro ainda é um momento maravilhoso para visitar Zanzibar, entrando na baixa temporada, mas com temperaturas quentes e mar ainda tranquilo pra curtir a praia.

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OUTUBRO

As altas temperaturas estão deixando o Norte do continente é uma boa investir em experiências no Deserto do Saara, no Marrocos ou na Tunísia. O Egito também é uma boa, especialmente pra quem planeja fazer cruzeiros pelo Rio Nilo. Em Madagascar, Namíbia, Botswana, Quênia e África do Sul, ao sul, a estação segue favorecendo o avistamento da fauna e da flora. Em qualquer lugar do Leste da África, o mês é fantástico. O Serengeti, na Tanzânia, em especial, porque você ainda ter a chance de pegar as travessias de animais no Norte. A Etiópia começa sua estação seca, até fevereiro, boa hora de visita – leia mais sobre a Etiópia aqui. A Rota Jardim, na África do Sul, está em plena floração – dirigir pela rota de 300 km que se estende desde a costa sudeste, até Western Cape é obrigatório para amantes de road trips.

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NOVEMBRO

É o retorno das chuvas nos países do Sul e início das chuvas curtas na África Oriental – o que não é de todo ruim, já que há menos turistas e preços fora da alta temporada. Na Tanzânia, o mês marca o fim da temporada seca, ideal para visitar parque nacionais – e ainda é possível ver a migração dos gnus até o Quênia. E, embora o trekking de gorilas possa ser realizado durante todo o ano, ele é melhor durante as estações chuvosas – é em Nyugwe, em Uganda, que os chimpanzés são mais fáceis de localizar. Começa o frio no Norte, mas a temperatura se mantém agradável no Egito, onde o Rio Niger está com o nível da água alto e um passeio de barco se torna ideal. O sol ainda brilha no Marrocos e na Tunísia, onde os preços também são bem interessantes agora. 

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DEZEMBRO

Mesmo com a possibilidade de chuva na África Oriental e nos destinos de praia, há muita procura de viagens no Natal, sendo uma época gostosa para fazer safáris em clima de comemoração, apesar do clima não ser o melhor – o Serengeti, na Tanzânia, é boa ideia, nos arredores da Ngorongoro Conservation Area. Faz tempo bom na África do Sul, principalmente no litoral, em Cape Town. Praias de Western Carpe e circular pela Rota Jardim também são uma boa. Seychelles e Ilhas Maurício também – alô lua de mel. O Norte da África tem friozinho agradável: se quiser conhecer o Marrocos e o Egito sem calorzão, por exemplo, agora é a hora – mas atente-se a levar um casaco para o final do dia, especialmente se for ao deserto. No Réveillon, obviamente, os preços sobem e é necessário reservar pacotes de mais dias de viagem onde você for.

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Veja aqui 3 opções de livros sobre a África:

O destino da África – R$ 65

É fato que a África tem sido cobiçada por suas riquezas desde sempre. Contando a história do continente do Antigo Egito aos dias de hoje, prepare-se para saber tudo sobre os reinos ancestrais, lendas, a disseminação do cristianismo e do islamismo até a independência. Publicado em 2017, foi escrito por Martin Meredith e possui 760 páginas.

A África recontada para crianças – R$ 38

Desenvolvido com muita criatividade e humor, este livro ideal para crianças convida a uma viagem pelas histórias contadas nos países africanos onde também se fala português, como Angola, Moçambique e Cabo Verde. A obra possui adivinhas, músicas, vestimentas, gastronomia e outros elementos que formam a cultura.

Guia visual África do Sul – R$ 24

Com mapas detalhados e muitas fotografias das paisagens e da vida selvagem, conheça uma variedade de culturas que fazem da África do Sul, um destino para milhares de viajantes no mundo inteiro todo ano. O livro é um roteiro completo para explorar as belezas naturais assim como a diversidade cultural do país.

Anna Laura

Um dos maiores nomes do turismo no Brasil, Anna viaja há 10 anos em busca de construir um mundo mais consciente, sustentável e a favor da natureza, propondo mais autoconhecimento através de suas experiências pelo globo. Jornalista por formação e fotógrafa por vocação, é editora do Carpe Mundi e Co-founder da plataforma de curadoria em aluguel de temporada Holmy, 100% nacional e de equipe feminina.

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