Quem nunca voltou de viagem e sentiu que precisava urgentemente tirar férias das férias?

Isso acontece por alguns motivos: 1) você encarou uma trilha na Chapada Diamantina, escalou o Kilimanjaro ou algo similar 2) ansiedade. Ansiedade de “já que vim até aqui vou ver o máximo de coisas que der”. E é muito fácil cair nessa: viajar é custoso e infelizmente para a maioria de nós, mortais, férias só acontecem uma vez por ano. E aí dá aquela vontade de ticar itens do nosso mapa mental com infindáveis aspirações de viagem.

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Mas o que acontece é que essa intenção bastante nobre acaba virando correria e desespero. E uma estranha crença de que é melhor conhecer um pouquinho ou quase nada de um monte de lugares do que muito de um lugar só. Planejamos 520 destinos em duas semanas, passeios loucos de bate-volta que saem às 5h e chegam às 22h. Parece que um diabinho fica gritando na nossa orelha “vamos enfiar mais uma cidade nesse roteiro”. A superficialidade vence o entendimento profundo, as experiências são suplantadas pela exaustão. E a ilusão de que você de fato conheceu alguma coisa.

E é aí que entra o slow travel, inspirado no slow food, um movimento italiano criado nos anos 1980 em resposta à globalização das redes de fast food. No slow food, prega-se a preservação de comidas regionais, o uso de ingredientes de alta qualidade fornecidos por produtores locais, entre outras iniciativas para enobrecer a experiência gastronômica. No slow travel, a pressa é a principal inimiga da viagem ~saudável~.

COMO SER UM SLOW TRAVELER:

1) Fique mais tempo. Em uma mês na Europa, faça 5 cidades em vez de 25. Fique 7 dias em Buenos Aires em vez de 2. Curta 15 dias em Cuba em vez de 5. Pense em conhecer a fundo um destino, sem muito check-in, check-out, sem muito abre e fecha de mala num intervalo menor do que 24 horas.

2) Permita-se sair sem planos, deitar num parque e ver passar o tempo, fazer almoços longos. A tentação é grande, eu sei, mas tire da cabeça ideias como “ir à Roma e não ver o Papa” e “eu não sei quando vou estar aqui de novo”. Não interessa o que você deixou de ver, pense em aproveitar mais o que você pode ver: não acorde cedo se você está a fim de dormir mais, não fique em 15 filas por dia só para ticar cartões-postais, não se submeta a tours “veja a cidade toda em duas horas”.

3) Se hospede em apartamento ou casa alugada. Ambos permitem que você adquira uma experiência um pouco mais autêntica: vá em feiras e mercados para abastecer a geladeira, conheça gente da vizinhança, viva quase como um local. Fora que tendo mais espaço, dá mais vontade de ficar. (Veja mais sobre aluguel de temporada aqui)

4) Evite redes internacionais de cafés e restaurantes. Não precisa tomar café no Starbucks, com certeza existe alguma padaria local nas proximidades. Priorize estabelecimentos independentes. (Vai fazer refeições sozinho? Veja mais dicas aqui)

5) Faça trabalho voluntário. Ou um curso de culinária. Se inscreva naqueles sites de fazer refeições na casa de locais, como o Eat With. Alugue bicicletas e pedale por aí. Procure experiências que aumentem e enriqueçam seu contato com o destino. (Veja o melhores sites pra fazer intercâmbio quase de graça)

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Óbvio que você não precisa virar dependente do slow travel. Mas é bacana pegar a essência da filosofia e aplicar o que funcionar as suas viagens para deixá-las mais prazerosas, nem que um pouquinho.

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