Israel é um país pequeno, fácil de ser explorado e cheio de lugares interessantes que merecem ser incluídos no roteiro entre às visitas a seus importantes cartões-postais. Três deles são as cidades de Haifa, Akko e Safed, ao norte do país, na costa Mediterrânea e região da Galileia.

ROTEIRO ISRAEL

AKKO

Akko foi capital de Israel (antes de ser Israel) por quase 100 anos. Era uma cidade europeia no meio do Oriente Médio, que, graças às suas muralhas que parecem cenário de Game of Thrones, Napoleão não conseguiu conquistar. Foi destruída no século 12 e reconstruída no século 18 pelos muçulmanos – a nova cidade elevada exatamente em cima da outra, com uma mesquita no lugar na igreja e assim por diante.

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Hoje, você pode visitar as ruínas muitíssimo bem conservadas do local entre túneis subterrâneos, conferindo espaços como o Knight’s Halls, amplos salões erguidos por cavalheiros templários pra abrigar peregrinos vindos da Europa, onde reza a lenda que até Marco Polo se hospedou.

Roteiro Israel: acima da terra, suas vielas de paredes altas levam também a antigos banhos turcos e um colorido souq, ou mercadão, com barracas de peixes frescos, especiarias, sobremesas turcas deliciosas como o baklava, joias artesanais e um dos lugarzinhos com o melhor hummus de Israel pra quem é fã, o Hummus Said. Sua mesquita, a Al-Jazzar Mosque, é a terceira mais importante do país e uma das únicas em que turistas podem entrar. Acredita-se que ali estão guardados fios da barba de Maomé.

Da marina você tem a visão mais bonita de Akko, continuada por uma rua principal com restaurantes – o Uri Buri, de frutos do mar, é o mais famosinho.

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HAIFA

Terceira maior cidade de Israel e dona do maior porto do país, Haifa tem sua importância turística por ser o centro mundial da fé Bahai, religião que enfatiza a união espiritual de toda a humanidade, com mais de 6 milhões de adeptos pelo mundo, (apesar de você provavelmente nunca ter ouvido falar dela). É a segunda religião mais difundida mundo afora, só perdendo pro Cristianismo.

É que o núcleo desse centro devoto é, na verdade, um imenso e maravilhoso jardim, que se estende por 19 terraços pelo bíblico Monte Carmel e abriga o Templo Bahai, com sua cúpula dourada, paredes de mármore italiano e pilares de granito. Ali estão guardados os ossos do Báb, fundador e mais importante profeta da religião.

Os Jardins Bahai são tão bonitos, singulares e especiais que se tornaram, inclusive, Patrimônio Mundial da UNESCO em 2008. Destino de crentes da fé Bahai e centenas de milhares de turistas do mundo todo.

Uma pena que não seja permitido visitá-los de perto, só contemplá-los de seus dois portões, um morro abaixo e outro morro acima – os jardins são distribuídos verticalmente pelo Monte Carmel.

Mas Haifa não é só fé Bahai. Ali também está a Igreja de Stella Maris, ou Igreja dos Carmelitas, onde surgiram os primeiros escapulários do mundo. Ainda hoje você pode comprá-los, simples e originais, produzidos pelas freiras da ordem.

Outra programa é o Rakevel (ou Cable Car), que você pega na orla e sobe até o topo do Monte Carmel. Na parte baixa da cidade, o Haifa Flea Market é ideal pra quem se interessar por artesanato e bugiganguinhas.

Como toda cidade grande, Haifa tem boas opções de restaurantes. O Faces e seu ambiente escurinho com pátio é um dos mais famosos, com pratos como cogumelos empanados com queijo de cabra e medalhões recheados com pato e mussarela. Já o mais informal Ma’ayan HaBira é o endereço certo pra provar comida judaica tradicional e beber cervejas artesanais. No HaMis’ada shel Ima você vai encontrar comida tradicional etiópia como o doro (frango preparado com manteiga, alho e gengibre) e o kitfo (carne crua ou ligeiramente cozida, marinada).

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SAFED

Casa da Kabbalah, crença espiritual ramificada do judaísmo que se destina a estudar toda sua parte mística, Safed é uma cidade branca e azul, cores de proteção segundo o pensamento – não é preciso explicar o quanto isso a torna fotogênica, né? A ideologia começou a ganhar relevância depois do gosto de alguns famosos pelo assunto, especialmente Madonna, sua maior embaixadora mundo afora.

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E é em meio a essa doutrina religiosa que Safed caiu no mapa dos turistas, misturando Kaballah e arte judaica em suas adoráveis ruelinhas azuis.

Na Safed Candles Gallery você encontra centenas de velas estilizadas e coloridas (atualmente há até as de Minions), enquanto a galeria Fig Tree Courtyard tem ateliê de tecidos com máquinas de tear de antigamente no andar de cima e vende joias personalizadas feitas por artistas locais no térreo. Já a Camus Gallery tem quadrinhos, arte em arame, esculturas, acessórios de prata, túnicas e lenços. Mas pra comprar colares, brincos e anéis com a clássica mão de proteção da Kabbalah, que caiu na moda, recorra às barraquinhas de rua espalhadas pela cidade, onde só se pechincha.

Roteiro Israel: de outro lado, suas sinagogas são importantíssimas entre os adeptos. Todas são do mesmo estilo, modestas, sem ouro ou mosaicos. A Ha-Ari Synagogue (foto acima) é a mais famosa: foi ali que Ari, o fundador da Kaballah moderna, que a transformou no grande movimento de hoje, rezava com seus discípulos. A Abuhav Synagogue tem um pátio bonitinho, o mais fotogênico, e a Yosef Karo fica em frente à Camus Gallery. Por fim, pra quem se interessar, há um cemitério de rabinos na parte baixa da cidade.

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Com fome, a opção mais convidativa de Safed é a churrascaria HaAri 8, que também serve pratos vegetarianos. Ou, se preferir comer algo mais leve, vá ao Tree of Life Vegetarian Cafe.

*O Carpe Mundi fez todos os passeios em Israel com a guia brasileira Aline, que conhece o país como ninguém e faz explicações rápidas e precisas em português, sem enrolação. Pra entrar em contato com ela: [email protected] ou @alineguiaemisrael no Instagram. Em tempo: não é a opção mais barata.

*O Carpe Mundi viajou a Israel à convite do Ministério do Turismo de Israel. Os relatos expressos aqui são de opinião única, exclusiva e independente da autora deste post.

Anna Laura

Um dos maiores nomes do turismo no Brasil, Anna viaja há 10 anos em busca de construir um mundo mais consciente, sustentável e a favor da natureza, propondo mais autoconhecimento através de suas experiências pelo globo. Jornalista por formação e fotógrafa por vocação, é editora do Carpe Mundi e Co-founder da plataforma de curadoria em aluguel de temporada Holmy, 100% nacional e de equipe feminina.

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