Na vésperas da minha primeira viagem a Nova York, presente de 15 anos dos meus pais, minha avó me deu uma Kodak. Foi a minha câmera nº 1.

Lá fui eu desbravar a Big Apple e, menos de 48 horas depois, já precisava de um cartão de memória novo. Fotografei que nem louca, ou melhor, fiz os outros tirarem mil e quinhentas fotos minhas em frente aos pontos turísticos que eu mais gostava. Coisas de adolescente.

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Da segunda vez que fui a Nova York, quatro anos após a primeira viagem, já era dona de uma câmera profissional. Tirando a minha mania da vez de aumentar a saturação das fotos, são ótimas imagens. Descobri o poder das lentes e voltei pra casa com uma malinha cheia delas. Mentira, foram só duas, uma fisheye e outra com um superzoom, mas pareciam o mundo.

Você nunca fará uma foto duas vezes

Da terceira vez que fui a Nova York, há dois anos, fiz os meus, até então, melhores cliques nova-iorquinos. Foi aí que descobri o segredo de um destino bem fotografado, bem explorado, bem contado. Registrar a cidade a partir de ângulos turísticos é o início, mas depois você vai aprendendo que são os jeitos individuais de ver o mundo que fazem a diferença. Leia mais sobre como cultivar um Instagram com um feed incrível aqui.

Mas foi só em agosto de 2015, da quarta vez que viajei a Nova York e já com o blog meio de pé, que realmente me senti como uma fotógrafa capaz de clicar esse lugar genial. Fotografei a vida acontecendo, o movimento das ruas, das lojas, dos restaurantes, do céu, os passos no chão e as novidades chegando. Me infiltrei em Manhattan, no Brooklyn e em Hoboken, no estado vizinho de New Jersey e com as melhores vistas do skyline da cidade, e voltei com fotos boas o suficiente pra serem publicadas em revistas de turismo.

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Dei essa volta toda pra dizer o seguinte: você nunca fará a mesma foto duas vezes. Cliques são reflexos das fases das nossas vidas e variam conforme nosso estado de espírito do momento. Dias tristes têm um olhar fotográfico melancólico, enquanto instantes alegres ficam evidentes em qualquer imagem: elas têm cor, luz e movimento. Dito isso, também fica fácil de entender o porquê das fotografias de viagens terem resultados tão legais – viajar faz bem pra alma, que fica leve, levinha.

Minhas quatro experiências em Nova York renderam cliques completamente distintos. Eu não só busquei composições novas a cada aterrissagem por lá como aprendi a enxergar a cidade de outras formas. Ainda me lembro de como fiquei chocada quando visitei Nova York da segunda vez e descobri que não tinha subido no Top of the Rock na primeira viagem. Já da terceira vez, não que eu não tenha achado fantástico observar o Empire State lá de cima, só que fiz fotos muitos melhores do arranha-céu de baixo, de uma visão mais real, de todo dia. Da quarta, eu só queria saber de pegar o metrô da linha L e ir passear em Williamsburg.

Assim é fotografar. Um reflexo de quem está atrás do câmera, sempre diferente do que já foi e mais ainda do que está por vir.

PRESETSCARPEMUNDI

Anna Laura

Um dos maiores nomes do turismo no Brasil, Anna viaja há 10 anos em busca de construir um mundo mais consciente, sustentável e a favor da natureza, propondo mais autoconhecimento através de suas experiências pelo globo. Jornalista por formação e fotógrafa por vocação, é editora do Carpe Mundi e Co-founder da plataforma de curadoria em aluguel de temporada Holmy, 100% nacional e de equipe feminina.

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