Por trás dos pontos lotados de turistas, Montmartre é como um mini vilarejo no norte de Paris.

No começo do século 20, o bairro era ocupado por artistas, como Picasso, Toulouse-Lautrec, Monet, Renoir e Cézanne, que se reuniam em cafés, bares e cabarés da região pra buscar inspiração e farrear.

Hoje, um mar de turistas domina os degraus e gramados da Basílica de Sacré-Coeur, que coroa o bairro, mas há uma Montmartre mais curiosa e interessante morro adentro, com novidades e heranças dessa época boêmia. Veja aqui o que fazer em Montmartre.

O QUE FAZER EM MONTMARTRE: DICAS DE PASSEIO

A maioria dos turistas opta pelo funicular – o famoso bondinho com tração a cabo – pra ir da parte baixa de Montmartre até a Basílica de Sacré-Coeur. Pra fugir da multidão nos arredores da igreja e das íngremes subidas do bairro, inicie o tour nos arredores da Rue Caulaincourt (metrô Lamarck-Caulaincourt, linha 12). A escada dessa estação de metrô já é conhecida entre os feeds do Instagram. É nessa parte do bairro que encontramos a Montmartre residencial, com casas charmosas, jardins bucólicos e ótimos restaurantes frequentados por locais. Um deles é o Soul Kitchen (33, Rue Lamarck), pequeno café/restaurante colorido, que trabalha com produtos orgânicos sazonais.

Como já apontamos por aqui, essa área de Montmartre é mais tranquila, frequentada mais por quem mora no bairro. Um cantinho bem gostoso não muito longe da estação Lamarck-Caulaincourt, é a Villa Léandre. Essa rua sem saída de paralelepípedo tem casinhas charmosas, com muros de planta e jardins. Os passarinhos cantando no fundo te fazem esquecer que você está em um dos bairros mais turísticos da capital.

Ali perto também tem um restaurante bem gostoso, Le Moulin de la Galette, estabelecimento prestigiado e mais sofisticado que o Soul Kitchen — perfeito pra quem procura algo mais tradicional francês. O restaurante fica no moinho mais antigo de Montmartre que, aliás, ainda está em funcionamento.

O QUE FAZER EM MONTMARTRE

Pegue a Rue Girardon, onde fica o restaurante, pra chegar na Place Dalida. Essa praça já apareceu na série da Netflix Emily em Paris. O endereço tem como plano de fundo uma das ruas mais bonitas da cidade, Rue de l’Abreuvoir. Essa rua é uma subida preenchida por casas boêmias extremamente charmosas. No topo da rua, você encontra um restaurante, famoso no Instagram por sua fachada rosa, La Maison Rose.

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O Musée de Montmartre, museu que conta a história do bairro, fica ali perto em uma casa do século 17 antes utilizada como estúdio de artistas como Auguste Renoir e Émile Bernard. Na exposição permanente você dá de cara com obras de Toulouse-Lautrec e Modigliani que fazem você se sentir na Montmartre da Belle Époque: o museu recria ateliês e cabarés em seus ambientes. Na parte externa tem um jardim muito bucólico e reservado, com plantas, árvores, um salão de chá e as videiras mais antigas de Montmartre — que até hoje produzem vinho.

O Espace Dalí, fica próximo ao Muséee de Montmartre. Essa pequena casa reúne cerca de 330 obras do mestre espanhol do surrealismo. Uma sala subterrânea dividida por temas expõe esculturas e pinturas interessantes como a que ele produziu inspirado nas histórias de Alice no País das Maravilhas e A Divina Comédia.

O QUE FAZER EM MONTMARTRE

A partir desse ponto você entra na área mais turística do bairro, onde fica o famoso Le Consulat (18 Rue Norvins), que é digno de mil fotos, mas não vale a pausa para o café.

Não muito distante dali, você tem a Place du Tertre, uma praça onde vários artistas se reúnem pra vender suas pinturas e caricaturas. Normalmente, os preços são inflacionados, vale negociar um desconto. A praça é contornada por cafés e restaurantes pega-turistas que eu não recomendo. Essa parte de Montmartre tende a ser lotada durante o dia, principalmente nos finais de semana, pois a praça é uma continuação do mar de gente que domina a Sacré-Coeur.

Falando nela, a arquitetura romana e bizantina da Basílica de Sacré-Coeur não é tão popular entre os parisienses, mas a igrejona faz muito sucesso entre os turistas que lotam seus degraus. Pra mais dicas de insider da Cidade Luz, leia o nosso roteiro pra três dias em Paris.

Finalizada em 1914, começou a se erguer em 1870 em louvor ao Sagrado Coração de Jesus, numa promessa feita na guerra franco-prussiana. Hoje sua cúpula de 80 metros é o segundo ponto mais alto de Paris (só perdendo pra Torre Eiffel). Entre seus tesouros está a escultura da Virgem Maria, o Menino de Brunet e, claro, o panorama inigualável da Cidade Luz. É no fim do dia que a vista fica ainda mágica, quando o céu ganha um tom alaranjado e as luzes da cidade começam a se acender.

Desça os degraus da Basílica. No fim das escadarias laterais ao funicular fica o carrossel vintage de Montmartre, que diverte as crianças e fotográfos do local. Dali você vê o monumento imponente lá em cima. Só cuidado com os golpistas que, nesta área, costumam amarrar pulseirinhas no braço dos turistas e cobrar por isso.

Nessa parte baixa de Montmartre ficam as lojas de souvenires mais baratas de Paris – é essa a hora de comprar. A L’Attrape-Coeur (1, Rue de Steinkerque) tem itens como nécessaires, canecas, bolsinhas e sabonetes em formato de macarron. Já a Parapharmacie Monge vende cosméticos e produtos de beleza em promoção. Veja o nosso post com dicas de compras em Paris.

O QUE FAZER EM MONTMARTRE

De volta à Place Saint Pierre (em frente às escadarias da Basílica), siga à esquerda pra chegar na Rue Lépic. O trajeto, principalmente pela Rue des Abbesses, é charmoso, cheio de restaurantes, cafés e butiques. Perto tem a loja Cosi Loti, uma loja de decoração que vende luminárias, velas, cadernos e papéis estampados, tudo bem colorido.

Depois de uns dez minutos de caminhada a partir da praça da Sacré-Coeur, você chegará na Rue Lépic, onde fica o icônico Café des Deux Moulins, do filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain. Se for fã do filme, aí sim vale parar pra tomar um café e conhecer os objetos utilizados na filmagem expostos dentro do banheiro. Se não, você pode (sem culpa!) continuar o passeio até o Moulin Rouge – palco de musicais mais badalado da cidade em 1900, cenário de inúmeras noites retratadas pelo celébre pintor Toulouse-Lautrec.

Minha recomendação pra encerrar esse dia de passeios é um jantar no Terrass. Esse hotel tem um restaurante incrível no rooftop: uma sala com janelões de vidro que tem uma vista maravilhosa de Paris. Se quiser, você pode ir até na hora do pôr do sol, tomar uns drinks no pátio à céu aberto enquanto admira a paisagem. É um restaurante refinado, sofisticado, mas sem preços absurdos. Tem pratos principais a partir de € 30. O jantar é servido somente até às 21h, então vá cedo.

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Giovanna Saba

Você deve conhecê-la de outro endereço, do blog Gigi em Paris, seu diário sobre a vida na capital da França. E, como pode imaginar, aqui no Carpe Mundi produz o melhor conteúdo sobre Paris. Acredita que os macarons ganham um sabor mágico se degustados em um quarto de hotel com vista para a Torre Eiffel.

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