Ilha caribenha mais oriental da região, onde o risco de furacões é baixíssimo (ou seja, dá pra ir o ano todo), com metade da costa no Mar do Caribe e metade no Oceano Atlântico, Barbados é bem diversificada e tem praias pra todo mundo, das calminhas, sem ondas, às propícias ao surf. É daqueles lugares em que cada dia pode ser bem diferente do outro.

CULTURA
O bajan, nome inicialmente dado à língua crioula de Barbados, hoje denomina o estilo de vida da ilha (o lema básico é de dar a mesma importância das obrigações do dia a dia ao ato de aproveitar a vida) e é forte motivo de orgulho nacional – depois da Rihanna, claro, e do rum. O reggae e o rastafári também são supervalorizados em Barbados.

COMO CIRCULAR
A ilha de Barbados não é grande: de carro, do sul ao norte, leva-se cerca de uma hora. Na costa leste as estradinhas têm sobes, desces e muitas curvas; no norte, alguns trechos são de terra. Eu mais do que recomendo alugar carro (atente pra mão inglesa) pra explorar Barbados de forma independente, mas sim, é possível economizar esse dinheiro já que a maioria dos passeios busca os passageiros no hotel e o transporte público funciona direitinho.

LÍNGUA E MOEDA
O inglês britânico (com sotaque caribenho) é o idioma oficial e o espanhol é pouco falado. O dólar americano e o euro são amplamente aceitos, mas vale ter dólares barbadianos pra pagar coisinhas baratas. Não precisa ficar neurótico pra comprar a moeda local deles aqui: vai ser bem difícil de encontrar. Vá somente com o dólar americano e troque lá se quiser (ou, se não quiser, não troque, simples assim). US$ 1 = 2 dólares barbadianos

VISTO E VACINA
Não é preciso visto pra ir à ilha de Barbados. Já a vacina contra a febre amarela é obrigatória: deve ter sido tomada, ao menos, dez dias antes do início da viagem.

VOCÊ NÃO VAI CONSEGUIR EVITAR…
Gastar com comida. Comer em Barbados é mais caro que comer no Nordeste, e, com o dólar a R$ 4, já viu o problema. Mas vale  esforço.

LÁ VOCÊ VAI ENCONTRAR…
Muitos ingleses (eles dominam o turismo), americanos e canadenses.

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ILHA DE BARBADOS: POR REGIÕES

SOUTH COAST

É onde tudo acontece, desde a chegada e a partida pelo único aeroporto da ilha. Se você gosta de estar sempre perto do burburinho, certamente vai querer se hospedar por aqui durante a viagem pra ilha de Barbados.

Do vilarejo de Hastings ao porto de pescadores de Oistins e a vizinhança de Enterprise o movimento é certo: ali estão hotéis pé na areia como o ótimo Accra Beach Hotel & Spa (RESERVE AQUI!, diárias a partir de US$ 194), onde eu me hospedei, com praia descontraída que atrai muita gente numa confortável atmosfera de resort com preço bom; restaurantes badalados de frente pra um calçadão praiano como o Tapas, o Champers e o Café Luna (no hotel-butique gracinha Little Arches, desde US$ 225); o Hastings Farmers Market, mercado orgânico de produtos naturais que acontece aos sábados de manhã, o Oistins Fish Fry, *O* endereço pra ir às noites de sexta, com banda ao vivo, milhares de barraquinhas de comida típica (e apimentada) e feira de artesanato, e a St. Lawrence Gap, rua de bares, restaurantes e baladinhas com música ao vivo à beira-mar; o Cave Shepherd, duty free que você vai ver várias vezes pela ilha (aliás, Barbados tem vários free shops), e galerias de arte como a On The Wall Gallery.

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Ilha de Barbados: vale a pena dar uma rodada a mais em Enterprise e além, onde casas de pedra e coral que lembram a arquitetura do sul da França são decoradas com mogno e têm grandes varandas abertas e telhas de terracota, fora o que, pra mim, é a característica que mais marca as residências barbadianas: as flores, coloridas e por todo lado, em arranjos, vasos, em arcos, em árvores. A região também é ideal pro surf: a ondulação do leste entra na baía protegida formando ondinhas perfeitas. Um pouco mais adiante, em Silver Sands, point do kitesurf, o vento é intenso. Todo mundo se reúne no centro de kite deAction Beach Shop pra ver o pessoal praticando.

Na outra ponta, o cenário de Bridgetown é de capital:

fast-foods, alguns moradores de rua, lojas populares, um pouco de lixo no chão, prédios históricos com funções políticas que, aqui, tem estilo gótico e são baixinhos. Do porto da cidade, circundado por águas azuis intensas que não ficam esverdeadas, marrons ou poluídas mesmo com a presença de navios enormes, partem os passeios de veleiros e mergulho.

O melhor restaurante da viagem também fica na capital: o Lobster Alive, onde você escolhe sua lagosta e a saboreia num prato maravilhoso com batatas fritas ouvindo a bandinha de jazz local, com o pé quase na areia. Preço salgado (um casal gasta US$ 200 com vinho).

Quase na West Coast, a fábrica de rum Mount Gay, rótulo mais antigo da bebida no mundo, é uma ótima parada. O tour de US$ 10 passa por um museu rapidex, inclui um vídeo bem produzido da história do rum em Barbados, tem degustação de cinco tipos diferentes de rum, visita ao centro da produção e acaba com um colorido rum punch, coisa que faz sucesso na ilha. Também dá pra fazer um passeio maior e embarcar no Cocktail Tour (US$ 50) pra aprender a fazer drinks com mixologistas.

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ILHA DE BARBADOS: POR REGIÕES

EAST COAST

É o lado mais “selvagem” de Barbados, onde a topografia é acidentada e as faixas de areia são banhadas pelo azul escuro do Oceano Atlântico. Os coqueiros denunciam o quanto venta por lá: são todos tortinhos, caindo em direção ao centro da ilha.

Ilha de Barbados: a Ermy Bourne Highway beira a costa passando por casas de veraneio mais roots que as da South Coast, mas também grandes e bonitas, com varandinhas de madeira viradas pro mar, gramados com cadeiras de praia e pranchas jogadas pelos cantos. É uma zona de surfistas, ao menos na teoria – o vento é o maior inimigo das ondas quando não é terral, e, aqui, como chega do Altântico, faz o mar quase sempre ficar mexido. Mas, quando o surf rola, algumas vezes ao ano (preferencialmente entre novembro e junho), o nível é de Havaí.

Pra explorar a East Coast é legal vir de carro do sul (ou do norte) e rodar apreciando o cenário, parando pra tirar fotos e molhando os pés na água. Sugiro sair do hotel de manhã e parar no The Atlantis Hotel (RESERVE AQUI!, desde US$ 129), branquinho e beach-chic, pra almoçar – nas quartas e domingos há buffet com comida típica.

O highlight do passeio é a praia de Bathsheba,

pitoresca vila de pescadores que, pra mim, é a mais legal da ilha (também é conhecida como Soup Bowl, o nome da onda que quebra ali). Fora todo o visual de areia, mar, sal e palmeiras, cerca de uma dúzia de enormes rochas calcárias enfeitam o cenário, a maioria sobre as ondas. Em uma delas, uma casinha rosé abandonada do tamanho de um cômodo e sem teto torna tudo mais fotogênico ainda – minha escala de beleza depende de quão bonito o lugar é pro clique ;).

Mais ao sul, o mar de Bath é calmo e a areia é protegida do vento por árvores casuarinas (que parecem pinheiros esbeltos). É o endereço da East Coast pra fazer piqueniques. Acima de Bathsheba, Cattlewash tem piscininhas naturais adornadas por morros verdes.

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SOUTHEAST COAST

Porçãozinha que vale a pena só pelo luxuoso The Crane (RESERVE AQUI!, diárias a partir de US$ 266), resort mais antigo do Caribe ainda em operação (desde 1887), que figura entre os melhores da ilha. A propriedade é enorme, com uma vilinha de paralelepípedos aberta ao público que tem galeria de arte, duty free, mercadinho, restaurantes (vá ao L’Azure) e feira de artesanato. O legal do The Crane é que ele mantém o charme de um hotel-butique mesmo sendo um megarresort. Ao final do complexo, a isolada Crane Beach, mencionada em diversos rankings das praias mais bonitas do Caribe – e do mundo -, pode ser alcançada por um elevador panorâmico que desce a falésia onde fica o hotel. Os guarda-sóis azuis são só para os hóspedes, mas você pode levar uma toalha pra estender na areia e curtir um dia de sol ali.

WEST COAST

Terra dos ingleses endinheirados que vão à Barbados veranear – é a região mais cara da ilha, com casas imponentes com arranjos coloridos de lírios, jasmins e hibiscos, restaurantes sofisticados de frente pro Mar do Caribe com serviço de praia, imensos campos de golfe.

A ideia aqui é escolher um lugar legal pra almoçar e depois curtir o mar calminho. Holetown, a zona mais chique, tem os melhores restaurantes. Eu fui no The Tides e mais que indico: numa charmosa casa à beira-mar com acabamentos em pedra de coral e mogno, tem ambiente delícia, com troncos de árvore entremeando a estrutura do teto de madeira do salão principal. Depois, passei a tarde numa prainha à direita do restaurante onde dá pra deitar em espreguiçadeiras, pedir a cerveja Banks e alugar jet ski.

Outros endereços que valem a refeição: The Cliff, Cin Cin e L’Acajou, do resort top Sandy Lane (diárias desde US$ 1 056).

ILHA DE BARBADOS: POR REGIÕES

NORTH COAST

Pra chegar à incrível Animal Flower Cave,

gruta sob as falésias de Saint Lucy, você precisa pegar a estrada pro norte. O complexo tem um ótimo restaurante  “with a view” (prove a limonada!), barzinho com snacks e drinks, lojinhas de artesanato e espreguiçadeiras no sol – e na sombra – pra relaxar, além de um mirante do cenário.

Paga-se US$ 10 pra explorar a gruta pra um guia local, que te leva lá embaixo, faz explicações sobre as anêmonas do mar encontradas ali (chamadas de animal flowers, o nome do local), e dá um tempinho pra nadar na piscininha natural transparente formada dentro da caverna.

É uma boa aproveitar o mesmo dia pra embarcar no passeio Segway of Barbados, que te dá uma ideia melhor da beleza rústica da região. Sob duas rodas você briga com o vento no terreno acidentado, com vegetação ralinha e árida, formado por falésias de pedra calcária que terminam no Oceano Atlântico – tudo bem fotogênico. Cada onda que estoura nas rochas cria grandes jatos de água.

De sobra há uma dose de cultural local: você pode entrar numa chattel house, moradia tradicional de Barbados da classe trabalhadora do século XIX que parece uma casinha de boneca (ainda hoje habitadas e espalhadas pela ilha), mas com cores bem vívidas (uma influência da África Ocidental).

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*O Carpe Mundi viajou a Barbados com assistência do Visite Barbados, da Global Vision Access e do Accra Beach Hotel and Spa. O conteúdo deste post é independente e reflete apenas a opinião da autora.

Anna Laura

Um dos maiores nomes do turismo no Brasil, Anna viaja há 10 anos em busca de construir um mundo mais consciente, sustentável e a favor da natureza, propondo mais autoconhecimento através de suas experiências pelo globo. Jornalista por formação e fotógrafa por vocação, é editora do Carpe Mundi e Co-founder da plataforma de curadoria em aluguel de temporada Holmy, 100% nacional e de equipe feminina.

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