No mapa, Israel representa só uma faixinha de terra espremida por países muito maiores do Oriente Médio. Mas esse pequeno destino guarda uma bela coleção de atrativos, com praias cênicas, cidades pulsantes e paisagens naturais com reservas verdes e desertos, tudo permeado por sua história riquíssima.

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É um país que, em algum momento da vida, todo mundo deveria conhecer (e não necessariamente numa viagem de busca espiritual/religiosa).

DÚVIDAS ISRAEL: veja aqui 20 perguntas e respostas com tudo o que você precisa saber e entender antes de viajar a Israel

DÚVIDAS ISRAEL

LOCALIZAÇÃO E SEGURANÇA

Localizado no Oriente Médio, uma porção complicada do mundo onde reina a língua árabe e a religião muçulmana, Israel é a única democracia da região e o único destino onde se fala hebraico e pratica-se o judaísmo. Aí dá pra começar a entender o problema.

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seguro viagem para Israel não é obrigatório, mas vai te garantir ir a hospitais decentes em caso de necessidade (já que eles vão te direcionar para onde deve ser atendido) e evitar que você gaste muito caso algo sério aconteça. No mais, é uma prevenção relativamente barata para não fazer e dar sorte ao azar. O site Seguros Promo, que a gente usa e recomenda aqui no blog, cota o seguro viagem com várias empresas diferentes para você encontrar o mais barato/útil para você.

1) É perigoso ir a Israel?

CONFLITOS ORIENTE MÉDIO: Israel faz fronteira com a Síria, hoje um dos lugares mais perigosos para se estar do mundo, que vive guerras internas dilaceradoras. Das Colinas do Golã, ao lado do Mar da Galileia, você até consegue escutar bombas à distância. Mas o perigo acaba exatamente ali, na fronteira. Pra se ter uma ideia, a Galileia é uma das áreas mais turísticas de Israel e existem inclusive tours regulares pra conhecer as bíblicas Colinas do Golã. A conflituosa Faixa de Gaza é outra questão complicada, mas é controlada por Israel e fica isolada num local sem nada relevante por perto, por onde você obviamente não vai passar. A Cisjordânia é de controle da autoridade palestina, mas turistas podem ir e vir sem problemas – Belém inclusive fica ali. Israel vive relativamente em paz com a Jordânia e o Egito, que mantêm algumas fronteiras abertas aos turistas. Por fim, a divisa com o Líbano, com quem Israel não mantém relações, é permanente fechada por muros.

SEGURANÇA INTERNA: Nem os seus tênis serão roubados se você deixá-los descuidados na calçada. A taxa de crimes em Israel é praticamente inexistente.

ATAQUES TERRORISTAS: Sempre há essa ameaça. Em janeiro deste ano, um motorista de caminhão palestino acelerou em direção a um grupo de 45 soldados israelenses em Jerusalém matando 4 e ferindo 17. Mas isso não deve te impedir de visitar Israel: convenhamos, a gente mora num país violentíssimo. E hoje tem ameaça terrorista até na França, por exemplo.

2) E os jovens que andam armados?

Em Israel o serviço militar é obrigatório tanto pra homens como pra mulheres. E pra eles, nesse período, a arma é a coisa mais sagrada do mundo, e não pode ser deixada sozinha em nenhuma circunstância. O resultado são jovens indo até pra balada com aquela arma enorme nas costas (mas que andam sempre descarregadas, ufa). É estranho e um pouco assustador no começo, mas depois você se acostuma.

3) Por que Israel não carimba os passaportes?

Dúvidas Israel: quando você entra em Israel você recebe gratuitamente uma espécie de mini ID, um visto impresso, que não é colado no seu passaporte e que você deve guardar até o fim da viagem. Como Israel não mantém relações com a maioria dos países do Oriente Médio seria prejudicial aos turistas que visitam o país que tivessem seus passaportes carimbados – poderiam ter problemas pra entrar em outros destinos da região depois. Vice-versa não há problema: Israel não vai barrar ninguém que visitou Dubai recentemente, por exemplo.

4) A saída de Israel é de fato tão ruim quanto dizem?

Israel é um dos únicos lugares do mundo em que a saída do país é mais chatinha que a entrada. Pra te liberarem você precisa passar por um interrogatório parecido com o de chegada nos Estados Unidos e uma inspeção minuciosa nas bagagens. Mas também é só isso, nada de complicado se você for claro e direto. É bom chegar no aeroporto com no mínimo 3 horas de antecedência para o processo não te atrasar pra pegar o voo.

5) Qual o melhor jeito e quanto custa voar a Israel?

Pra quem quer economizar, vá com a Ethiopian Airlines, com escala em Adis Abeba, na Etiópia: você consegue pagar cerca de US$ 700 na passagem. O ruim é que a conexão é noturna e normalmente é preciso esperar um tempão no aeroporto não tão bom de Adis Abeba. Depois, a Alitalia costuma ter tarifas até que boas, desde US$ 900, e faz conexões rápidas em Roma. São cerca de 11 horas até Roma e 4 até Israel. Também dá pra ir com a Air France desde US$ 1 200, com a British Airways desde US$ 1 200 e com a Lufthansa desde US$ 1 000.

FUSO HORÁRIO: +5h do Brasil

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DÚVIDAS ISRAEL

MOEDA E IDIOMA

A moeda utilizada em Israel é o Novo Shekel Israelense, chamado apenas de “shekel” e com a sigla NIS (1 shekel = R$ 0,8). Os idiomas oficiais de Israel são o hebraico e o árabe, mas você não terá problemas com o inglês.

6) Viajar pra Israel é caro?

Não é dos destinos mais baratos. Só vale a pena comprar itens locais, como artesanatos a souvenirs, especialmente nos mercadões. Lojas de grife, esqueça, você vai pagar muito caro. Comer também não é algo em conta: almoçar em um bufê tipo bandejão em Massada, fortaleza perto do Mar Morto, custa cerca de R$ 70. Em restaurantes à la carte, você deve gastar entre R$ 50 e R$ 100 por refeição. Pra aliviar, há comida de rua tipo falafel baratinha. Contratar guia particular também pode ficar caro, já que os preços são cobrados em dólares. Se for essa a ideia e você quiser economizar, opte por excursões em grupo (veja empresas de tours na pergunta 19).

7) Dá mesmo pra confiar só no inglês?

Dúvidas Israel: sim, perfeitamente. Placas de trânsito, lojas, pontos turísticos, cardápios e o que for estão em inglês.

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MELHOR ÉPOCA, CLIMA E VESTUÁRIO

O Oriente Médio fica numa região de desertos em que faz muito calor quase o tempo todo. Mas no inverno (de dezembro a fevereiro) pode fazer frio, especialmente de noite – espere por algo em torno dos 14 graus.

8) Qual é a melhor época pra ir a Israel?

Israel é seco e quente no verão e úmido com temperaturas amenas no inverno. A melhor época vai de fevereiro a maio e setembro a novembro, meses com temperaturas não tão quentes e sem o frio e a chuva do inverno de Jerusalém. Israel vive dentro de um turbilhão religioso e recebe de judeus a católicos e muçulmanos, por isso alguns períodos e feriados podem tornar o país mais caótico. Evite, em especial, a Semana Santa e o Natal.

9) É preciso cobrir ombros e joelhos na vista a lugares sagrados?

Dúvidas Israel: sim. Para as mulheres, a melhor solução nos dias de passeios que prevêem igrejas é levar um lenço pra cobrir o decote e colocar nos ombros e ir com uma saia maiorzinha que cubra os joelhos. Mas, ao contrário de outros destinos do Oriente Médio como os Emirados Árabes Unidos, ninguém vai te olhar feio se você estiver usando uma minissaia e uma regata fora dos pontos sagrados. Também não fique encarando os judeus ortodoxos todos de roupas compridas pretas.

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DÚVIDAS ISRAEL

INFRAESTRUTURA TURÍSTICA

O país conta com hotéis confortáveis, mas boa parte deles, principalmente fora de Jerusalém, precisa de reforma e não atende a um mercado de superluxo. Também existem as estadias em kibbutz, comunidades israelenses que funcionam como minicidades. Não há um jeito de conhecer todo o país só com transporte público, então procure dividir deslocamentos entre carro alugado se for ao norte do país e uma e outra excursão ao Mar Morto, por exemplo.

10) O que são os kibbutz?

Kibbutz são espécies de comunidades que guardam minicidades, com mercado, clínica médica e até escola dentro dependendo do tamanho, que começaram como assentamentos agrícolas e hoje têm outras atividades econômicas independentes. A ideia de se hospedar num dos 280 kibbutz de Israel é conhecer melhor essa cultura e ter um fácil acesso pela região – na Galileia, por exemplo, não há oferta de hotéis “no meio do nada” como há de kibbutz, o que te deixa mais perto dos pontos a serem visitados.

11) Como funciona o shabat e como isso afeta o turismo?

Dúvidas Israel: o shabat é o dia de descanso semanal do judaísmo, equivalente ao nosso domingo, mas com regras como não mexer em eletrônicos, cozinhar ou trabalhar. Vai de sexta a partir do pôr do sol até o anoitecer de sábado, o que faz o segunda a sexta israelense ser de domingo a quinta e o final de semana de sexta e sábado. Na prática, acaba atrapalhando situações como o café da manhã dos hotéis aos sábados, que ficam sem nada fresco – os ovos mexidos, sucos e afins são preparados no dia anterior -, e o comércio em geral, que fecha sexta no início da tarde e só retorna no sábado de noite.

12) Todos os restaurantes de Israel são kosher?

A cozinha kosher, que segue a lei da religião judaica, determina que carne e laticínios não podem ser misturados em uma mesma refeição, enquanto porco e frutos do mar estão proibidos e peixes somente podem ser consumidos se possuírem barbatanas e escamas. Nem todos os restaurante de Israel são kosher, mas a melhor dica pra comer bem no país é imergir nessa cultura e provar as delícias da culinária local. Em Jerusalém, por exemplo, um dos melhores endereços pra comer é o Eucalyptus, do iraquiano Moshe Basson. O menu é inspirado na Bíblia, com uma e outra alteraçãozinha de acordo com as ervas e cogumelos que o chef colhe durante as viagens pela região.

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DÚVIDAS ISRAEL

ROTEIROS E VIAGENS RELIGIOSAS

Como dito, não dá pra viajar de sul a norte de Israel só contando com o transporte público. O carro também nem sempre é a melhor opção, uma vez que pra chegar no Mar Morto é necessário passar pelo território da Cisjordânia e sem um guia ou motorista israelense no carro isso pode ser não tão simples. Pra quem não vai em excursão religiosa e quer mesmo conhecer os diferentes cenários de Israel, o ideal é mesclar a viagem entre carro alugado pra se locomover na Galileia, tours de um dia ao Mar Morto e algum transfer até Eilat. Com grana sobrando, contrate um guia com carro (melhor ainda, um que fale português) que te acompanhe durante toda a viagem. Se a sua ideia for fazer uma viagem de fé o melhor é fechar tudo com alguma empresa já do Brasil.

13) Em uma semana, qual é o melhor roteiro de viagem por Israel?

Dúvidas Israel: uma semana é corrido, mas dá pra focar em conhecer bem Jerusalém, Tel Aviv e fazer uma excursão de um dia ou uma noite ao Mar Morto.

14) Dá pra fazer um (ou mais de um) bate-volta a Jerusalém desde Tel Aviv e vice-versa?

Sim, as duas cidades são próximas, estão a apenas 40 minutos uma da outra, mas não é o recomendado. Tel Aviv tem uma vibe praiana especial que merece ser conferida, e em Jerusalém é legal ter tempo pra ir caminhando do seu hotel até a Cidade Velha, por exemplo. Durma nas duas e as conheça com propriedade.

15) Quanto tempo é necessário pra conhecer o país todo? E pra onde ir?

Duas semanas são um tempo bom, contando já com ida e vinda desde o Brasil. Você pode começar a viagem por Tel Aviv e ficar lá 3 dias, seguir pra Jerusalém por mais 3 dias, fazer a Galileia e as cidades de Akko, Haifa e Safed em outros 2 dias, a região do Mar Morto em 2 dias e Eilat em mais 2 dias.

16) É preciso dormir no Mar Morto?

Não, mas é bem legal, porque você pode assistir sem pressa o nascer e o pôr do sol no local e embarcar em outros tours pela região, como a Massada, antiga fortaleza no topo das montanhas, o Deserto da Judeia de 4×4 e a reserva natural Ein Gedi. Leia mais sobre eles aqui.

LEIA SOBRE A EXPERIÊNCIA DE BOIAR NO MAR MORTO AQUI

17) Dá pra juntar Israel e Jordânia numa única viagem? E o Egito?

Dúvidas Israel: sim, e é bem comum. Dá pra fazer bate-voltas ou dormir uma noite em Petra e voltar com a Abraham Tours e a Petra from Israel ou seguir viajar pela Jordânia e emendar com outros países árabes. Sozinho não é uma boa, pode ficar complicado na fronteira. A menos problemática delas fica ao sul, em Eilat. É dali que a maioria dos tours ao Egito, que também são viáveis em um ou dois dias, partem. Veja com a Tourist Israel, que também faz Jordânia.

18) Pra quem vale a pena embarcar numa excursão religiosa?

Pra quem é religioso e tem como meta uma viagem bem de fé, além de querer acompanhar um grupo fechado. Em outra vibe é melhor ir por conta e participar de passeios religiosos de um dia por Nazaré, Belém, Jerusalém e a Galileia.

19) Com que empresas embarcar em tours de um dia por Israel?

Além da Abraham Tours, presente em todo o país, a Artzeinu faz o Mar Morto, Massada e Ein Gedi no mesmo dia, a Eg’ged Tours tem mais de 9 tipos de passeios diferentes pela região do Mar Morto e um de um dia por toda a religiosidade da Galileia e a Kfar Hanokdim tem tours no deserto, passeios da camelos e tendas beduínas no Deserto da Judeia. A Shalom Holy Tours também tem opções religiosas e a Tourist Israel cobre quase todos os passeios.

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20) Vale a pena contratar guia?

Se você tiver dinheiro pra investir nisso, sim. Melhor ainda se o guia falar português e tiver licença pra dirigir. Os pontos turísticos religiosos são bem confusos, muitos sem placas ou sinalizações, o que torna difícil conhecê-los sozinho na Galileia, por exemplo. Ou mesmo em Jerusalém, que apesar de toda a infra, tem ruelas em sua Cidade Velha onde ficam locais sagrados que nem aparecem no Google Maps. Um guia te poupa desse planejamento e dor de cabeça. Por outro lado, é o jeito mais caro de viajar pelo país, já que você precisa bancar sua hospedagem fora de sua base. A melhor opção seria ir com um guia pra Galileia e pegar um guia pra conhecer a Cidade Velha de Jerusalém um dia e depois ir por conta. Pro Mar Morto e os outros destinos não há necessidade de um guia privado, dá pra fazer com excursões com empresas locais.

*O Carpe Mundi fez todos os passeios em Israel com a guia brasileira Aline, do Israel com Aline, que mora no país há 12 anos, conhece-o como ninguem e faz explicações rápidas e precisas em português, sem enrolação. Acesse o site Israel com Aline para maiores informações ou dá uma olhadinha no Instagram @alineguiaemisrael. Em tempo: não é a opção mais barata.

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*O Carpe Mundi viajou a Israel à convite do Ministério do Turismo de Israel. O conteúdo relatado aqui reflete apenas a opinião independente da autora.

Anna Laura

Um dos maiores nomes do turismo no Brasil, Anna viaja há 10 anos em busca de construir um mundo mais consciente, sustentável e a favor da natureza, propondo mais autoconhecimento através de suas experiências pelo globo. Jornalista por formação e fotógrafa por vocação, é editora do Carpe Mundi e Co-founder da plataforma de curadoria em aluguel de temporada Holmy, 100% nacional e de equipe feminina.

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